Comunicação é vista como "peça-chave" nos clubes de futebol, aponta pesquisa inédita da Aberje com Universidade do Futebol

Foto: Canva

Sondagem revela que 96% dos clubes apontam a reputação como fator central para geração de valor; estudo também indica crescimento do uso de tecnologias e redes sociais, mas expõe desafios internos que ainda limitam a profissionalização da área

A comunicação deixou de ser acessória e passou a ocupar posição cada vez mais estratégica nos bastidores do futebol brasileiro. É o que aponta a pesquisa inédita A Comunicação nos Clubes de Futebol no Brasil, realizada pela Aberje – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial – em parceria com a Universidade do Futebol. O levantamento ouviu profissionais de comunicação de clubes das Séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro, além de representantes de times que disputam competições estaduais e de base, traçando um panorama diverso sobre estruturas, práticas e desafios da área.

Entre os principais achados, destaca-se o reconhecimento quase unânime da importância da reputação corporativa no esporte: 96% dos respondentes afirmam que ela traz benefícios diretos à marca dos clubes, impactando inclusive na geração de receitas. O número ajuda a reforçar o protagonismo da comunicação, em um cenário cada vez mais competitivo e midiático.

“Com esta pesquisa, queremos contribuir para a profissionalização do setor, mostrando que comunicar é também formar reputações, construir confiança e gerar valor para clubes, atletas e patrocinadores”, afirma Hamilton dos Santos, diretor geral da Aberje. “É preciso compreender a comunicação não como suporte, mas como estrutura essencial à sustentabilidade do futebol. Essa sondagem inaugura um novo olhar sobre o setor e oferece dados para que os clubes possam evoluir e se conectar melhor com seus públicos.”

Canais de comunicação no futebol - A atuação das equipes de comunicação é mais concentrada em mídias digitais (84%), relacionamento com a imprensa (82%) e imagem dos jogadores (78%), mas também se expande para áreas como comunicação interna, relações institucionais e gestão de crises. Em termos de canais, o digital domina com folga: Instagram é usado por 100% dos clubes, seguido por WhatsApp (68%) e Facebook (34%).

Outro ponto relevante está na incorporação de tecnologias: 70% das áreas de comunicação já utilizam inovações, com destaque para aplicativos, ferramentas de análise de dados e, em menor escala, inteligência artificial generativa, presente em 16% das organizações. A tendência é de crescimento, especialmente entre os clubes da Série A.

Raio-x dos comunicadores do esporte - A pesquisa também traça o perfil dos profissionais da área: 54% têm pós-graduação, sendo as especializações mais comuns nas áreas de comunicação, marketing e jornalismo. Entre as habilidades consideradas mais relevantes para o futuro da função, lideram a adaptabilidade às novas tecnologias (66%), seguida por criatividade, inovação e planejamento estratégico.

Principais desafios para a comunicação nos clubes - Apesar dos avanços, desafios significativos ainda marcam a realidade da comunicação nos clubes. Entre os principais gargalos estão as questões políticas internas, a falta de estrutura e a escassez de orçamento. Clubes da Série A operam com média de R$ 890 mil anuais destinados à área de comunicação. Em contraste, cerca de 28% dos clubes operam com menos de R$ 30 mil por ano para a atividade – valor que, na prática, mal cobre o custo de um estagiário.

“Boa parte dos desafios está nas mãos dos próprios clubes: ainda lidamos com estruturas frágeis e barreiras culturais que dificultam a atuação estratégica da comunicação. Mas também vemos uma mudança em curso, puxada tanto pela chegada de novos profissionais quanto pela pressão de patrocinadores por retorno e consistência”, afirma Heloisa Rios, CEO da Universidade do Futebol e uma das participantes do podcast FalAção, que debateu os dados da pesquisa.

O episódio do FalAção, da Aberje, contou com a participação de Heloísa e de Bernardo Itri, vice-presidente de comunicação e marketing da Federação Paulista de Futebol. Ambos reforçaram a urgência de se compreender a comunicação como investimento – e não como custo –, especialmente frente à crescente demanda por transparência, engajamento e reputação sólida.


A pesquisa completa está disponível gratuitamente no portal da Aberje (www.aberje.com.br) e faz parte de uma série de iniciativas que buscam fortalecer a comunicação como ferramenta de gestão, reputação e impacto social no esporte brasileiro.

Sobre a Aberje - A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial é uma organização profissional e científica sem fins lucrativos e apartidária. Tem como principal objetivo fortalecer o papel da comunicação nas empresas e instituições, oferecer formação e desenvolvimento de carreira aos profissionais da área, além de produzir e disseminar conhecimentos em comunicação. A atuação da Aberje ultrapassa os limites do território brasileiro com participações ou presença nos boards de instituições internacionais como a Global Alliance for PR and Communication Management e Page Society, posicionando-se como um think tank da Comunicação Empresarial Brasileira.
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