Briosa, FPF e torcida divulgam nota sobre a denúncia de ofensa racista sofrida pelo goleiro Tom Cristian

Foto: João Jardim / Agência Briosa

Tom Cristian é goleiro da Briosa

A Associação Atlética Portuguesa, a Federação Paulista de Futebol e a torcida Força Rubro Verde se manifestaram sobre denúncia de ofensas racistas contra o goleiro da Briosa, Winston Cristian dos Santos, o Tom, durante a partida contra o São José, nesta quinta-feira, no Estádio Ulrico Mursa, em Santos.

A Portuguesa Santista publicou o seguinte em suas mídias sociais:
"Os valores da Associação Atlética Portuguesa se traduzem em sua história. Uma história de luta contra todo tipo de preconceito, sobretudo o racial.

A Briosa é o clube que enfrentou o Apartheid e, por isso, repudia o episódio de racismo relatado pelo goleiro Tom, que teria ocorrido na noite desta quinta-feira (20), na partida diante do São José, válida pelo Paulistão A2.

Neste momento, a diretoria da Briosa está debruçada em identificar os envolvidos no episódio, para que sejam punidos em conformidade com a lei."
Já a FPF divulgou a seguinte nota:
"A Federação Paulista de Futebol vem a público manifestar seu repúdio às ofensas racistas contra o goleiro da Portuguesa Santista, Winston Cristian dos Santos, durante a partida contra o São José, nesta quinta-feira. Os atletas e comissão técnica da Portuguesa Santista se recusaram a continuar o jogo. Assim, a partida foi paralisada e encerrada aos 76 minutos. Profissionais da FPF no local estão prestando todo atendimento e acolhimento necessário ao atleta.

A FPF encaminhará o caso às autoridades competentes para que todas as providências sejam tomadas, e os indivíduos que cometeram o crime sejam identificados e punidos com o maior rigor da lei.

O caso também será encaminhado ao Tribunal de Justiça Desportiva, que avaliará todo o caso.

A FPF reitera sua posição antirracista, corroborada pelo inédito Tratado pela Diversidade e Contra a Intolerância no futebol paulista, que dita procedimentos contra todo tipo de preconceito e intolerância no esporte."

A torcida Força Rubro Verde, organizada da Briosa, também veio a público:

"A Força Rubro Verde vem a público comunicar sobre os fatos ocorridos na partida entre Portuguesa Santista e São José na noite dessa quarta feira.

Primeiramente, somos e sempre seremos contra qualquer tipo de preconceito. Não aceitamos ações como essas em nossa arquibancada.
A partir do momento que nossa diretoria soube das acusações feitas aos torcedores que estavam atrás do gol, prontamente se colocou à disposição para identificar quem poderia ter direcionado as palavras ao goleiro Tom.

Continuamos à disposição para identificar e se caso for algum integrante do nosso quadro de associados as medidas cabíveis serão tomadas.

Desejamos força ao goleiro Tom.

Att Diretoria FRV"

Súmula - Já o árbitro da partida, Henrique Otto Cruz Hengstmam, registrou na súmula o seguinte:

"Aos 76 minutos de jogo, logo após o terceiro gol da equipe visitante, São José E.C. SAF, e o reinício da partida, paralisei o jogo ao ser informado pelo goleiro da equipe mandante, Sr. Winiston Cristian Santos, atleta da A.A. Portuguesa, número 1, sobre insultos racistas vindos da torcida da própria equipe mandante.

Segundo o relato do goleiro, foram proferidas as seguintes palavras: “Macaco!”, “Filho da puta!” e “Preto!”. O goleiro me informou, naquele momento, que registraria um boletim de ocorrência pelo ocorrido. Posteriormente, durante a elaboração desta súmula, tive conhecimento de que o boletim foi registrado sob o número BO202502200819578. Ressalto que não foi possível identificar o autor dos insultos.

O ocorrido foi testemunhado pelos atletas da A.A. Portuguesa: Bruno de Azevedo, número 4; João Gabriel, número 15; Wellington Fraga Vieira, número 3; e Leonardo Silva, número 5.

Diante da gravidade da situação, mantive a paralisação para avaliação dos fatos e adoção das providências cabíveis. Desde o momento da paralisação, o goleiro Sr. Winiston Cristian Santos manifestou a mim a decisão de não prosseguir na partida, sendo apoiado por seus companheiros de equipe e comissão técnica.

Após 23 minutos de paralisação, todos os atletas e membros da comissão técnica da equipe mandante deixaram o campo de jogo, formalizando o abandono da partida.

Diante dessa decisão, encerrei a partida."
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