Tesourinha e sua passagem pelo Grêmio nos anos 50

Por Fabio Rocha
Foto: arquivo

Ídolo Colorado, Tesourinha defendeu o Grêmio entre 1952 e 1954

Osmar Fortes Barcellos, mais conhecido como Tesourinha, nasceu em Porto Alegre, no dia 3 de outubro de 1921, e faleceu em Porto Alegre, no dia 17 de junho de 1979, mas se tornou um grande jogador, com passagens pelos dois grandes clubes do estado que nasceu.

O jogador quebrou alguns paradigmas, sendo um jogador negro, em uma época que ainda havia muito racismo. O ponta-direita começou sua carreira no Internacional, em 1936, pois era um clube que dava mais abertura que os outros e onde fez uma bela história.

No clube, ele fez parte de uma grande história do clube, que ficou conhecido como “rolo compressor”. A equipe formou um grande time, tendo uma supremacia no estado do Rio Grande do Sul, sendo hexacampeã gaúcha e era tido como um time "imbatível".

Toda a vantagem que o Internacional tem sobre seu rival Grêmio, foi feita nessa década. O Colorado era um grande time e dava medo nos adversários, principalmente dentro do seu estado.

Depois de 10 anos no clube, o jogador decidiu trocar de estado e foi atuar no Vasco da Gama, que sempre foi uma das equipes pioneiras contra o racismo. No Rio de Janeiro, o ponta ficou por 4 temporadas, até receber outras propostas do estado do Rio Grande do Sul.

Depois de muitos anos sofrendo e perdendo o clássico, o Grêmio que não dava muita abertura para jogadores negros, resolveu mudar isso, e por isso começou a tentar a contratação do Tesourinha. A negociação mudava um paradigma no clube, que tentava buscar outra mentalidade.

Tesourinha aceitou a proposta e foi atuar no rival da equipe que ele tinha construído uma linda história. O ponta foi contratado em 1952, trazendo diversos benefícios para o tricolor gaúcho, dentro e fora de campo. O jogador ajudou tanto na mudança de mentalidade, que o Olímpico, estádio que foi inaugurado em 1954, teve uma grande parcela do atacante.

A sua estreia pelo clube foi em um jogo contra o Juventude, onde a equipe venceu por 5 a 3, marcando dois gols na partida. A sua chegada foi muito celebrada, porém não por todos, pois tinham alguns que ainda não queriam ver um negro vestindo a camisa gremista.


Tesourinha teve que conviver com isso, mas conseguiu lidar muito bem, tendo grandes atuações pelo tricolor. O jogador acabou não conquistando nenhum título pela equipe, pois não ficou após a inauguração do Olímpico, que foi onde o time gremista teve uma das suas grandes fases, e ganhou diversos campeonatos gaúchos, tendo uma soberania no estado.

Em 1954, o jogador acabou deixando o clube e foi atuar no Nacional, do Rio Grande do Sul, uma equipe de menor expressão do estado. Em 1957, decidiu encerrar sua carreira, e ficou marcado pelo grande momento no Inter, a mudança de mentalidade dos diretores Gremistas e por ser um grande jogador.
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