Foto: arquivo
Ricardo Oliveira em sua primeira passagem pelo Santos
Em 25 de janeiro de 2003, o Santos iniciava sua caminhada (que não foi muito boa) no Paulistão daquele ano empatando com o Santo André, em 2 a 2, no Bruno José Daniel. Um dos gols do Peixe foi marcado de pênalti por Ricardo Oliveira, que estreava pelo Alvinegro Praiano. O jogo também teve rede balançada por jogador que estava em sua segunda partida no dia e briga entre duas redes de televisão.
Aquele era o primeiro jogo oficial do Santos após o título do Campeonato Brasileiro de 2002, que tirou o time da fila de 18 anos títulos. A base daquele time ficou, com Alex, Léo, Renato, Diego, Robinho e cia, mas uma das poucas trocas deixou a torcida do Peixe ainda mais confiante: Ricardo Oliveira foi contratado para o lugar de Alberto, que foi jogar na Rússia.
Ricardo Oliveira era o grande destaque da Portuguesa desde 2001. Apesar do time ter sido rebaixado no Brasileirão de 2002, o centroavante fez muitos gols. Porém, ele entrou em litígio com a Lusa, por conta de salários atrasados, e na Justiça conseguiu a liberação do clube do Canindé. Após uma disputa de vários grandes, o Santos conseguiu levar o artilheiro.
Na partida contra o Ramalhão, logo de cara, ele fez jus à contratação. O primeiro lance do jogo aconteceu aos 8min e gerou o primeiro gol santista. O zagueiro Diego fez pênalti infantil no estreante Ricardo Oliveira, que cobrou com competência e deixou sua marca: 1 a 0 para o Santos. Uma chuva forte caiu durante o primeiro tempo, as duas equipes pouco conseguiam fazer com o gramado encharcado e a partida foi para o intervalo com a vantagem do Peixe.
Mas no intervalo, apareceria outra briga. Depois de vários anos, a Globo perdeu os direitos de transmissão do Paulistão e quem conseguiu vencer a disputa foi o SBT. Em outubro de 2002, a Globo recusou a proposta da Federação Paulista de Futebol (FPF), que queria R$ 12 milhões pelo torneio. A entidade pediu o mesmo valor ao SBT, mas ofereceu dez jogos a mais no pacote, além da exclusividade.
Mas, a FPF deu prazo até 27 de dezembro para a Globo, que tinha prioridade, decidir o que iria fazer. A emissora enviou um fax nessa data, mas protocolou o original somente em 2 de janeiro de 2003. Dessa forma, a Federação não considerou o fax e deu os direitos ao SBT. Estava formada a guerra, que foi parar na Justiça.
A Globo resolveu transmitir Santo André e Santos, enviou Cléber Machado e Casagrande para o Estádio Bruno José Daniel e eles foram impedidos de entrar no estádio. A rede de televisão improvisou a transmissão de um estúdio e passou o primeiro tempo. A partida, inclusive, teve a volta do intervalo atrasada em 17 minutos para que a Globo fosse forçada a deixar a exibição para não prejudicar sua grade, mas sem sucesso.
Depois de um intervalo de mais de 30 minutos, com a Globo transmitindo, o jogo voltou e o Santo André, logo aos 5 minutos do segundo tempo, empatou com Edvaldo, de cabeça. O Peixe foi para cima e fez o segundo com Elano, também usando a testa.
Mas, os casos curiosos não param. Aos 28 minutos, Nunes, que estava no banco de reservas, deixou tudo igual novamente. A questão é que horas antes, no Pacaembu, ele bateu o pênalti decisivo que deu ao Santo André o título da Copa São Paulo de Juniores, sobre o Palmeiras, e ainda causou uma confusão na comemoração.
Com tudo isto, a estreia de Ricardo Oliveira pelo Santos foi marcada com um empate em 2 a 2 com o Santo André. Nesta primeira passagem pelo Peixe, o centroavante 21 gols e foi artilheiro da Copa Libertadores, onde o Alvinegro Praiano foi vice-campeão. No Paulista, o Santos não foi bem e caiu na primeira fase. Ele foi vendido para o Valencia no início de agosto.
Mas Ricardo Oliveira rodaria o mundo e voltaria ao Santos em 2015. Ficou três temporadas, acumulou artilharias de Paulistões e Brasileros e fez 70 gols. No total, juntando todas as passagens pelo Peixe, Ricardo Oliveira marcou 91 gols.
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