O Fair Play financeiro segue e seguirá sendo driblado pelos "clubes estado"

Por Lucas Paes
Foto: Divulgação/Manchester City

Haaland foi apresentado no Manchester City

Uma das discussões mais antigas do futebol europeu se trata da questão dos valores absurdos que os times do velho mundo tem pago em jogadores. Recentemente, ou nem tanto assim, já que no caso de Manchester City e PSG são mais de 10 anos, alguns times europeus têm sido comprados por estados que tiram seu dinheiro da exploração de recursos naturais. Os "times-estado" têm arrumado maneiras criativas de driblar o Fair Play Financeiro, o que acaba destruindo a competitividade e cria preocupações válidas no futebol.

Não se trata de uma questão de perseguição aos "novos ricos" do futebol mundial. Muito antes de Manchester City, Newcastle, PSG e outros clubes serem comprados pelos "PetroEuros" já existia o incentivo estatal a alguns times, exemplo clássicos são o Real Madrid com a prefeitura local e em algumas épocas até o governo federal da Espanha, porém nenhum desses valores chegava aos bilhões investidos por Catar, Arábia Saudita e outros países nos clubes comprados por nomes de suas estruturas estatais. 

Antes dessa preocupação começar a crescer a UEFA criou o Fair Play Financeiro, que na prática é uma porção de leis que procuram evitar que um time gaste mais do que arrecada. Porém, o que foi criado como uma boa maneira de evitar tanto um desequilíbrio dentro do futebol do velho mundo quanto que se criassem problemas financeiros gigantescos acabou virando uma artimanha para alguns clubes gastarem muita grana. Afinal, qual a sua limitação de gasto quando você é literalmente um país? 

Não se trata de dizer que clubes que não são "estados" não gastam. Vamos colocar como exemplo a própria incessante rivalidade entre Liverpool e Manchester CIty. Os Reds recentemente quebraram a banca para trazer o uruguaio Darwin Nuñez, em resposta a contratação de Haaland pelo City. Porém, se para sanar o gasto da contratação o time de Klopp negociou Mané, Minamino e ainda deve ter outras saídas, o Manchester City pouco precisa perder para justificar seu gasto. Ainda assim, também terá perda de peças, com as saídas de Bernardo Silva e Gabriel Jesus, por exemplo.


Recentemente, os Citizens foram inclusive inocentados em um caso de violação do Fair Play financeiro que poderia inclusive ter causado a perda de uma vaga para a Liga dos Campeões. Porém, nada que o City faça se compara aos absurdos do Paris Saint Germain, que de certa forma é muito mais "cara de pau" em seus esforços. O time da família real catari abertamente não negocia jogadores, deixando que eles saiam em fim de contrato. Ainda assim, segue fazendo contratações caríssimas sem qualquer preocupação com punições até o momento.

Assim a roda do futebol segue rodando com preocupações claras de que a competição no futebol seja cada vez mais destruída pelos "PetroEuros". Se o Fair Play não deu certo, a UEFA precisará fazer uso de outros dispositivos para evitar que o esporte mais popular do planeta vire um simples jogo de ego entre príncipes cheios de dinheiro de diversos estados pelo globo. 
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