A passagem de Luís Cubilla no River Plate

Por Ricardo Pilotto
Foto: Arquivo

Luis Cubilla teve uma passagem de quatro anos pelos Milionários

Nascido em Paysandú, cidade localizada perto da divisa do Uruguai com a Argentina, Luis Alberto Cubilla Almeida, mais conhecido apenas como Luis Cubilla, estaria completando 82 anos de idade nesta segunda-feira, dia 28. Por isso, hoje iremos relembrar a passagem do ponta pela equipe do River Plate, que aconteceu entre 1964 e 1968.

Após ser revelado pelo Peñarol e jogar no time auri-negro de Montevidéu de 57 a 62, o atacante embarcou rumo a Europa, onde teve uma boa passagem pela equipe do Barcelona. Na segunda metade de 1964, o uruguaio voltou à América do Sul com destino a Buenos Aires, para assinar com o Club Atlético River Plate. Na época, o time da capital argentina vivia um jejum desde 1957, e também vinha de um bi vice campeonato seguido. No edição anterior a falta de regularidade e constância acabaram deixando o clube distante de conquistar o título que acabou ficando com o Boca Juniors.

O início da trajetória de Cubilla no clube de Nuñes não foi tão bom. Anotou um único tento numa vitória sobre o Racing pelo placar de 4 a 3. Somente no primeiro turno de 1965, Cubilla finalmente desencantou ao marcar sete gols nas primeiras quinze rodadas, ajudando os Millionarios a terminar líder da metade inicial do campeonato nacional. Porém, isso também não foi o suficiente, já que em um Superclássico com o time Xeneize na penúltima temporada, a Banda perdeu a primeira colocação e perdeu o título com apenas um ponto à menos que o maior rival.

Em 1966, Luis anotou quinze gols na liga argentina, incluindo o último no triunfo de 2 a 0 sobre o Racing, que encerrou a série invicta de 39 jogos do clube de Avellaneda,. Apesar da vitória, aquela excelente sequência fez a diferença, já que o time azul e branco tinha uma gordura e acabou se sagrando campeão sem grandes dificuldades. Ali, o River seria mais uma vez vice campeão nacional.

A edição admitiu que os vice-campeões nacionais participassem do certame pela primeira vez. Isso fez com que acontecessem os primeiros Superclássicos continentais, fossem eles na fase de grupos ou no quadrangular-semifinal. Ainda no ano de 1966, Cubilla foi o responsável pelo gol que pois fim ao tabu de onze anos que o River Plate não batia o seu maior rival fora de seus domínios. Neste jogo, o ponta foi marcado por ninguém mais ninguém menos do que Silvio Marzolini, eleito melhor lateral da Copa do Mundo daquele ano.

Na maior competição de clubes do continente sul-americano, Luis foi o responsável pelo gol deu a vaga ao River na grande final, em um jogo-extra diante do Independiente, que era o atual bi campeão da Libertadores. Esta partida aconteceu porque ambas as ficaram empatadas em pontos no quadrangular-semifinal. Outro momento que o clube de Buenos Aires precisou de um embate extra foi na decisão, quando River e Peñarol venceram em seus respectivos territórios.

Reencontrando seus ex-companheiros de equipe em Santiago, o ponta viu seu time abrindo do 2 a 0 de vantagem, mas também teve de acompanhar a virada uruguaia. Ainda no tempo normal, o time auri-negro empatou, venceu com outros dois gols na prorrogação e o jogo terminou 4 a 2 para os adversários. Depois deste episódio, nasceu assim o apelido de gallinas.

Após a dolorosa derrota na final da Libertadores, Cubilla ficou em Núñez por mais dois anos. Mesmo com Luis marcando apenas quatro gols na competições domésticas e o clube fazendo campanhas bastante discretas no cenário nacional, os Millionarios ainda chegaram novamente nas semifinais da Libertadores de 67. Já em 1968, o clube foi semifinalista do Metropolitano e poderia até ter se sagrado como o grande campeão nacional se o lateral adversário Luis Gallo não usasse a mão para impedir um tento que seria marcado por Jorge Recio, na marca dos 37' do segundo tempo no jogo final diante do Vélez, e curiosamente, a irregularidade não punida pelo árbitro.

Tal lance surgiu depois de levantamento de Cubilla, que ainda acertaria o travessão adversário no fim da partida. Este jogo terminou empatado, e alguns dias mais tarde, o Vélez se sagrou campeão pela primeira vez após superar o Racing no triangular final.


No ano seguinte, o River Plate aceitou um proposta de 30 milhões de pesos vinda do Nacional do Uruguai. Apesar de se declarar torcedor do clube amarelo e preto de Montevidéu, Luis deixou o clube argentino e voltou ao seu país, mas para jogar no time rival do que o revelou. Ainda em 75 defendeu o Santiago Morning e encerrou a sua carreira como jogador de futebol profissional no ano de 1976, após atuar no Defensor. Em 1984, o ponta retornou aos Millionarios, mas para exercer o cargo de treinador.

Com 72 anos anos de idade, Luiz Cobilla veio a falecer no dia 4 de março de 2013. O ex-atleta perdeu a vida em decorrência de um câncer no estômago em Assunção, capital do Paraguai.
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