Rap dos Bad Boys - Quando a parceria entre Romário e Edmundo não deu certo na música e nos gramados

Por Fabio Rocha
Foto: arquivo

Edmundo e Romário: dupla não deu certo no funk e no Flamengo

Rio de Janeiro, maio de 1995. A torcida do Flamengo estava em "polvorosa". O Rubro Negro, que já tinha Romário, o melhor jogador do mundo no ano anterior pelo Barcelona, e a promessa que estava se tornando realidade Sávio, anunciava Edmundo. O Animal, vindo do Palmeiras, foi apresentado pelo Fla junto com o Baixinho, na época grandes amigos, e eles aproveitaram a ocasião para mostrar que a parceria não seria apenas nos gramados, lançando o Rap dos Bad Boys. Tanto na música como nos gramados, a parceria, apesar de serem craques com a bola nos pés, não deu certo.

"Lê lê lê ô, lê lê lê a, com um bad boy no seu time já pode comemorar", dizia o início da música. A dupla se intitulava bad boy, garoto mau em inglês, na música, e como nos gramados eles colecionavam títulos, não tinha porque falar que não iriam ganhar. A canção, aproveitando o fato de o funk carioca começar a entrar para o 'mainstream', estava muito longe das composições dos grandes MCs do Rio de Janeiro. dentro de campo, o que parecia barbarda, deu muito, mas muito errado.

A música, como já se esperava, 'flopou', mas uma das duplas mais cobiçadas da história futebol, acabou naufragando nos gramados. Romário e Edmundo tinham tudo para fazer sucesso com a camisa do Flamengo, mas foram um fracasso. O trio ofensivo, ainda completado por Sávio, ficou conhecido na época como o ‘melhor ataque do mundo’. Mas isso tudo não passou de uma ilusão, e terminou como o famoso ‘pior ataque do mundo’, inclusive com outra musiquinha, usando um famoso jingle comercial da época de uma empresa aérea que atulamente não existe mais.

Rap dos Bad Boys

O trio jogou pouco tempo junto, é verdade, até porque Edmundo acabou se lesionando e ficando um período fora da equipe. Porém, a dupla gerou cenas lamentáveis com a camisa rubro-negra. Na primeira fase da Supercopa dos Campeões da Libertadores de 1995, contra o Vélez Sarsfield, Edmundo e Zandoná protagonizaram uma cena lamentável, com o Animal dando um tapa na cara do argentino, que revidou com um soco, levando o brasileiro a nocaute. Romário tomou as dores do então amigo e foi para cima, transformando a briga em uma verdadeira batalha campal.

No Campeonato Brasileiro, o fracasso foi retubante. O Flamengo, que sofreu com trocas de treinadores constantes e terminou o ano sendo dirigido pelo radialista Washington Rodrigues, o Apolinho, foi o 21º entre 24 clubes e escapou por pouco do rebaixamento (e não acreditem na lenda que mudaram o regulamento. Desde o início da competição sabia-se que cairiam dois, que foram Paysandu e União João). O melhor desempenho da equipe foi justamente na Supercopa da Libertadores, onde o Rubro Negro chegou na final e perdeu o título para o Independiente. Curiosamente, nesta competição, o trio raramente atuou junto e com a entrada do meio-campista Nelio no lugar de um dos três atacantes ausentes, a equipe melhorava.

Com tudo isso, o sonho do Flamengo acabou virando pesadelos, e os bad boys saíram com uma imagem manchada da equipe carioca. Edmundo, logo em seguida, se envolveu em um acidente automobilístico, que teve morte, brigou com a diretoria do Fla e em janeiro de 1996 voltou para o São Paulo, sendo emprestado para o Corinthians. Romário ainda ficou até o meio do ano, quando retornou para a Espanha, para defender o Valencia.


Após essa passagem, os dois passaram a viver em uma guerra de egos, se alfinetam quando tinham oportunidade. Voltaram a jogar juntos no Vasco, em 2000, além da Seleção. No cruzmaltino, a situação ficou incontrolável de uma forma tão grande que Edmundo foi para o Santos. A dupla ainda se reencontraria no Fluminense, em 2004, onde a paz até chegou a ser mantida, mas o Tricolor foi apenas o nono no Brasileirão. Depois da aposentadoria de ambos, chegaram a declarar que tinham reatado, mas nos últimos dias voltaram a trocar farpas. E assim é a história de uma das duplas mais emblemáticas do futebol brasileiro, mas que quando se juntavam normalmente não dava certo, no gramado e na música.
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