Foto: AFP via Getty Images
Laporta voltou a presidência do Barça
Problemas administrativos e financeiros não são exatamente incomuns no futebol brasileiro. Não é necessário ir muito longe, bastando ver a situação terrível que se encontra o Santos, que nas mãos de Rueda tem tentado se reconstruir, ou então o Cruzeiro, que luta contra a Série C. As vezes, a situação comum no Brasil nos faz esquecer que esses problemas podem ocorrer lá fora. Nesta segunda, dia 16, o anúncio de Juan Laporta de que o Barcelona tem bilhões em dívidas acumuladas assustou o planeta bola.
Não é exatamente um mistério entender que os Culés estão vivendo uma situação complicada. As finanças apertadas fizeram há alguns anos com que o clube catalão pela primeira vez tivesse um patrocínio na camisa, com a Qatar Airways e o mundo do futebol em geral sabia que a pandemia havia amordaçado as finanças do clube. A administração de Bartomeu foi uma tragédia tão grande que o ex-mandatário renunciou em outubro do ano passado e foi preso no começo de 2021. Foi o buraco desses anos que impediu a renovação de Messi.
O fato é que a saúde financeira do Barcelona está comprometida há algum tempo. Messi, coitado, tinha certo peso com seu salário alto, mas outros investimentos mal feitos colocaram a corda no pescoço do clube azulgrana depois do que ocorreu na pandemia. A falta de receita com bilheteria enforcou de vez a instituição, que acumulou dívidas e gastava mais do que arrecadava com salários, uma conta que obviamente não fecharia. As dívidas, segundo Laporta, recentemente eleito para a presidência, chegam na casa de 1 bilhão de Euros.
O novo/velho presidente citou que foi necessário pedir um empréstimo para conseguir honrar os salários do último mês e que foi necessário o corte no valor de vencimentos de alguns atletas, principalmente antigos jogadores da casa, que toparam reduzir seus salários. Essas dividas enormes, mais da metade com bancos, são o que fazem com que o Barça necessitasse tanto da existência da Superliga Europeia. Laporta, na mesma entrevista, ressaltou que o clube poderá estar saudável em pouco tempo, devido a investimentos e patrocínios que seguem sendo negociados.
Independente se conseguirá ou não recuperar sua saúde financeira, é muito difícil que vejamos o "Super Barcelona" competitivo e papão de títulos que a "Era Messi" nos acostumou. Hoje, Real Madrid e Atlético são mais saudáveis e viáveis que os azulgranas e os Colchoneros tem disparado a equipe mais pronta dentro de campo entre os espanhóis. Mesmo que o clube se recupere em um ano e meio, é difícil estimar se será possível ver os Culés dominantes como já foram.
A situação do Barça serve como um verdadeiro abrir de olhos para nos lembrar que administrações ruins e inclusive gestões criminosas não são exclusividade do Brasil. O futebol europeu, bonito e glamoroso como é, não é só a realidade dos saudáveis e bilionários clubes da Premier League ou do PSG que parece brincar de Master League. O Velho Mundo também sofre com desmandos diretivos e com falências, que ocorrem principalmente na Itália. Se não for bem administrado, nem o clube que foi casa do melhor jogador da nossa era sobrevive a dirigentes com interesses escusos. Para que se volte a ouvir que "Visca El Barça", haverá uma grande austeridade na Catalunha.
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