Em 1985, Santos batia a Seleção Uruguaia e conquistava a Copa Kirin

Com informações do Centro de Memória e Estatística do Santos FC
Foto: divulgação

O time do Santos campeão no Japão

No dia 6 de junho de 1985 o Santos enfrentou e venceu a forte e catimbeira Seleção do Uruguai por 4 a 2. A goleada sobre a Celeste garantiu a vistosa taça da Copa Kirin, disputada no Japão e exposta no Memorial das Conquistas do Santos Futebol Clube.

O torneio era um hexagonal, com três equipes – Santos, West Ham, da Inglaterra, e Yomiuri, do Japão – e três seleções nacionais: Malásia, Japão e Uruguai. Criada em 1978, em seus dez primeiros anos o torneio reunia clubes e seleções. A partir de 1991 passou a ser disputado exclusivamente por seleções nacionais.

A campanha irresistível - A estreia do Santos foi com uma vitória sobre o West Ham, da Inglaterra, com gols de Mário Sérgio e Zé Sérgio ainda no primeiro tempo. Em seguida goleou a Seleção sub-23 da Malásia por 8 a 1, com três gols do atacante Mirandinha, atleta da Portuguesa de Desportos emprestado ao Alvinegro para a excursão. Lima com dois gols e Mario Sergio, Gersinho e Humberto, com um gol cada, completaram o marcador.

Na terceira partida, diante da Seleção do Uruguai, o Peixe encontrou seu adversário mais difícil até então. Equilibrado, o jogo terminou empatado em 1 a 1. David marcou o gol santista.

Em seguida, contra a Seleção do Japão, no estádio de Kobe, o Santos jogou fácil, não se abalou com a torcida contrária e venceu por 4 a 1, com dois gols de Zé Sérgio, um deles olímpico, e outros de Mirandinha e Gersinho. O time santista encerrou a fase classificatória enfrentando a equipe japonesa Yomiuri, e a goleou por 4 a 0. Mirandinha marcou dois e Gersinho e Davi marcaram um gol cada.

Com o término dessa primeira fase, disputada no sistema de pontos corridos, o Santos terminou na primeira colocação e a Seleção do Uruguai ficou em segundo lugar. Com isso, as duas equipes se qualificaram para a grande decisão.


A vitória sobre a Celeste - O Estádio Nacional de Tóquio, no Japão, recebeu 35 mil pessoas para assistir a grande final, naquele 6 de junho. Castilho, o mesmo técnico que dirigiu o Santos no título paulista de 1984, mandou a campo Rodolfo Rodriguez, Paulo Roberto, Davi (Fernando), Toninho Carlos e Jaime Bôni; Serginho Carioca, Mário Sérgio e Humberto (Formiga); Gersinho, Mirandinha e Zé Sérgio.

O uruguaio Rodolfo Rodriguez, goleiro do Santos e da Seleção Uruguaia, pela primeira vez enfrentou a Celeste Olímpica (os uruguaios chamam sua seleção assim porque antes do advento das Copas do Mundo, em 1930, eles venceram o futebol nos Jogos Olímpicos de 1924 e 1928).

O jogador Mário Sérgio não era o mesmo que defendeu o São Paulo e foi campeão mundial com o Grêmio. Seu nome é Mário Sérgio Rodrigues. Nasceu em Ourinhos, veio do Matsubara, do Paraná, e tinha 24 anos quando jogou a Copa Kirin.

Mirandinha, o artilheiro do Santos nessa Copa, com oito gols, era um centroavante baixo e muito veloz, de 25 anos, que impressionou bem nessa excursão, mas acabou não ficando no Santos. Dois anos depois, contratado pelo Newcastle, ele se tornaria o primeiro brasileiro a jogar no futebol inglês.

O Uruguai, escalado pelo técnico Omar Borrás, formou com Gualberto Velichco; Nestor Montelongo, José Luis Russo, Acevedo e César Pereira; Yeladin, Walter Barrios e Carrasco; Aguilera, Da Silva e Cabrera (Alzucaray). Aproximadamente 35 mil pessoas estavam presentes no Estádio Nacional de Tóquio, para ver a decisão, que também foi transmitida pela tevê.

Logo aos 14 minutos Aguilera abriu o marcador para os uruguaios. O Santos não se abateu e tomou as ações da partida. Em ótima jogada individual, Zé Sérgio empatou aos 22 minutos. Com o gol marcado o Peixe cresceu ainda mais no jogo e antes de encerrar a primeira etapa, aos 40 minutos, Mirandinha virou o marcador.

Aos cinco minutos do segundo tempo, o rapidíssimo Mirandinha partiu do campo do Santos, ganhou na corrida de um marcador, driblou o goleiro que saiu da grande área e tocou por cima de um uruguaio que corria, desesperado, para embaixo das traves. Um golaço.


Ao ver a partida sair do controle, os uruguaios começaram a apelar para a violência e pressionar o árbitro japonês Shizuo Takada. O jogo ficou tenso, catimbado, como é de se esperar contra os uruguaios. Mas eles não desistiram de buscar o empate. Aos 36 minutos, cobrando falta, Carrasco acertou um petardo de fora da área no ângulo direito de Rodolfo Rodriguez.

Os últimos minutos foram muito nervosos. O zagueiro Russo e Mirandinha trocaram socos, mas não foram expulsos. Logo após a confusão, jogadores reservas e torcedores invadiram o gramado e o tumulto continuou. Apenas Montelongo foi recebeu cartão vermelho.

Aos 44 minutos, em uma escapada pela esquerda, Zé Sérgio se aproximou da área como se estivesse esperando a colocação de um companheiro para dar o passe e surpreendeu ao soltar uma bomba no alto da meta de Gualberto. Outro belo gol, que decidiu a vitória e a taça.
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