Os 30 anos da estreia de Falcão como técnico da Seleção Brasileira

Foto: arquivo CBF

Falcão na Seleção Brasileira como treinador: apenas cinco vitórias em 15 jogos

Em 12 de setembro de 1990, a Seleção Brasileira era derrotada pela Espanha, por 3 a 0, em Gijón. A derrota acachapante, com um time com vários novatos com a camisa amarelinha, marcava o início de uma fase de insucesso no time canarinho: era a estreia de Paulo Roberto Falcão no escrete nacional.

A verdade é que o ex-elegante jogador de meio-de-campo, ídolo do Internacional e da Roma, além de titular da Seleção Brasileira na Copa de 1982 e reserva em 1986, tinha pegado uma 'bucha'. O time canarinho tinha ido muito mal no Mundial de 1990, realizado na Itália, tendo sido precocemente eliminado nas oitavas-de-final para a rival Argentina.

No Brasil, muito se falava que a Seleção Brasileira estava "internacionalizada", pois muitos jogadores estavam indo atuar na Europa. Em 16 de agosto, Ricardo Teixeira, presidente da CBF, anunciou a contratação de Falcão como treinador. Ele, então com 36 anos, não tinha experiência na função, e o mote era: não ter atletas que atuam no exterior.

Além disso, a Confederação Brasileira de Futebol tentava repetir o sucesso da então Alemanha Ocidental, que foi campeã do mundo em 1990 tendo Franz Beckenbauer, um dos maiores jogadores da história, como treinador e que também não tinha experiência anterior na função, apesar de ter sido auxiliar. Então, por que não pegar também um ex-craque para fazer o mesmo com a canarinho?

Menos de um mês depois de ter sido anunciado, Falcão fazia sua estreia como treinador no amistoso já citado. E ele seguiu o mote: todos os jogadores convocados atuavam no Brasil, sendo que oito dos 11 titulares debutavam com a camisa canarinho. Há 30 anos, o Brasil ia a campo com Velloso; Gil Baiano, Paulão, Márcio Santos e Nelsinho; Moacir, Cafu (Paulo Egídio), Donizete Oliveira e Neto; Charles (Jorginho) e Nílson.

A passagem de Falcão pela Seleção não foi boa. O primeiro gol com ele no comando só saiu no terceiro jogo, contra a Seleção do Mundo, em falta cobrada por Neto, em amistoso em comemoração aos 50 anos de Pelé. A primeira vitória, apenas no oitavo embate: 1 a 0 contra a Romênia, sete meses depois da estreia.


A equipe até apresentou avanços. Porém, vale destacar que Falcão deixou de lado o mote de não convocar jogadores que estavam no exterior e na Copa América de 1991, realizada no Chile, já tinha chamado atletas que estavam na Europa. Aliás, esta competição foi a despedida do "Rei de Roma" do comando da Canarinho, mesmo tendo sido vice-campeão. Em 20 de agosto de 1991, Falcão foi demitido, com retrospecto pífio (15J, 5V, 7E, 3D).

Quem assumiu o comando da Seleção foi Carlos Alberto Parreira, que também teve dificuldades, mas atingiu o objetivo ao final do ciclo, conquistando a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, com alguns jogadores que tiveram a primeira chance na Canarinho com Falcão, casos de Márcio Santos, Cafu e Mauro Silva.
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