Fim da linha para Jesualdo Ferreira - Aumentam as dúvidas sobre o futuro do Santos

Por Lucas Paes
Foto: Divulgação/Santos FC

Jesualdo Ferreira não é mais técnico do Santos

O Santos segue navegando sem rumo, ou melhor, rumo a tragédia em 2020. Cumprindo a risca mais um quesito da "Cartilha do Grande Rebaixado", o Peixe demitiu o treinador Jesualdo Ferreira na tarde desta quarta-feira, dia 5, às vésperas da estreia do clube no Brasileirão diante do bom time do Red Bull Bragantino. A paciência da diretoria com Jesualdo durou apenas 15 jogos, mas a maneira como a demissão ocorre, com o luso dando treinamentos por dois dias, com o clube tentando ficar com seu auxiliar técnico e com o presidente José Carlos Peres sequer tendo a coragem de comunicar a demissão ao português, mostram claramente como o Alvinegro Praiano caminha rumo a uma tragédia em 2020, mostra também a completa inaptidão da diretoria do clube em lidar com uma instituição deste tamanho.


Jesualdo foi uma mudança da água para o vinho com relação a Sampaoli. O português é conhecido por ser mais calmo, ter times menos intensos e manter uma mesma formação tática, o 4-3-3. O trabalho dentro de campo do experiente comandante não era lá grande coisa, mas é preciso levar em conta as turbulências em que passou, pois após a pandemia o Santos parece viver uma crise sem precedentes, que já se anunciava antes do coronavírus. Sem poder contratar, tendo que promover garotos da base, Jesualdo nunca reclamou e jamais causou fogo criticando a diretoria para a imprensa, porém, levou um golpe pelas costas após a eliminação para a Ponte Preta.

O Peixe de Jesualdo, como já dito anteriormente, era um time que não tinha tanta variação tática quanto o de Sampaoli. Jogava no 4-3-3 e se mantinha nessa formação, com uma ênfase na posse de bola para construir jogadas. Apesar do futebol pobre, os santistas mostravam certa evolução nos últimos jogos, que acabaram sendo completamente atrapalhados pelas expulsões em sequência sofridas pela equipe. Com onze em campo e com seu time ideal em campo, o treinador havia conseguido marcar quatro gols e não sofrer nenhum. Até é possível entender o desespero com o Brasileirão batendo a porta, mas quando o time de Vila Belmiro acertou com o português já sabia qual era o perfil de seu trabalho, o que leva a crer que talvez tenha havido um "erro" na própria contratação e que na verdade seu trabalho nunca foi respaldado. Agora o Santos terá de pagar valores de rescisão para mais um treinador, já que o clube ainda paga montantes referentes a Oswaldo de Oliveira, Enderson Moreira, Levir Culpi e Dorival Júnior.


Independente das criticas ao trabalho do português, que eram em alguns pontos justas, a demissão da forma como foi feita só mostra o quanto o Alvinegro Praiano segue navegando rumo a uma tragédia. Willian Thomas, diretor de futebol que foi responsável por contratar e respaldar Jesualdo, comunicou a demissão sem a presença do presidente do clube, José Carlos Peres, o que deixou a comissão técnica bastante magoada. A situação mais uma vez mostra que o presidente se perdeu completamente e está fazendo hora extra no comando santista, mas poucas alternativas também se mostram viáveis, já que muitos querem apenas tira-lo para poder surrupiar o poder sem beneficiar o Santos.

Agora, sobre o comando técnico, o primeiro nome que surge é o de Cuca, que comandou o Santos em 2018 e a despeito de ter Bruno Henrique, Rodrygo e Gabigol numa mesma equipe não conseguiu levar o Peixe a Libertadores. Importante que se fale que ele teve de primeiro corrigir o trágico rumo que o time tinha sob o comando de Jair Ventura, mas Cuca não apresenta nenhuma ideia nova e tem um estilo de jogo que desagrada a maioria dos torcedores do Santos. Além de tudo, o ex-jogador santista também está há algum tempo parado. Também pode se falar do fato de que Cuca não gosta muito de estrangeiros, e Sanchez e Soteldo hoje representam dois pilares essenciais da equipe.


A possível chegada de Cuca pode representar um respiro, já que por ter certo tarimbo e por conhecer a realidade santista, pode evitar uma tragédia com um inédito rebaixamento do Alvinegro Praiano, blindando o elenco da pressão que sofrerá. Ao mesmo tempo, porém, em meio ao caos que o clube se encontra, uma demora para o acerto da equipe somada a outra possível demissão caso as coisas não funcionem podem colocar o Peixe ainda mais à caminho da tragédia. Como destacado por vários jornalistas e resumido muito bem por Vitor Sérgio Rodrigues, do Esporte Interativo: "o Santos é um clube sem rumo e já era antes de contratar Jesualdo Ferreira.".

Resta a todos nós, nação santista, torcer de longe. Mandar o máximo de vibrações positivas e apoio para o elenco nessa disputa do Brasileirão, onde a equipe não terá o calor do torcedor nas arquibancadas. O Santos segue caminhando de maneira assustadora para um inédito rebaixamento e é possível que a administração de Peres cause danos históricos e patrimoniais irreparáveis. O Peixe é sim seríssimo candidato ao descenso em 2020.
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