"Nosso sonho é que em 2025 metade do time venha da base" afirma presidente da Portuguesa Santista

Por Lucas Paes
Foto: Nathalia Perez/A Tribuna

Antônio Carlos assumiu a presidência rubro-verde no fim de 2019

A Portuguesa Santista vive nos últimos anos um processo de reconstrução, depois de se ver afundada na última divisão do estadual por alguns anos. O presidente da Portuguesa Santista, Antônio Carlos de Abreu Ribeiro, que assumiu o posto no fim de 2019, falou um pouco sobre sua avaliação do primeiro campeonato a frente do clube e ainda versou sobre as expectativas para o futuro rubro-verde, nesta segunda parte da entrevista feita por O Curioso do Futebol.

Inicialmente, Carlos comentou que considerou o desempenho da equipe em seu primeiro campeonato a frente do clube como bom: “Um time que foi montado do zero, eu achei que foi bom, achei que foi muito bom”. Ele pondera que não acha que foi ótimo, mas que foi sim muito bom, reforçando que: “Isso não é uma crítica, é um elogio, porque o time foi construído do zero, então há de se parabenizar os profissionais envolvidos naquele momento, foi um bom trabalho”. Ele considerou que o time deu liga, ponderando a terceira colocação na tabela. O dirigente faz uma crítica, como uma reflexão: “Um clube com 102 anos de história não ter nenhum jogador da base no seu time, há algo errado”. Ele reforça que isso é uma reflexão interna do clube e não uma critica aos profissionais. 


A base, aliás, é a primeira consideração sobre o futuro feita pelo presidente rubro-verde, que diz “pretender que nenhum presidente mais tenha que passar pelo clube sem ver frutos vindos da base”. Ele contou sobre o projeto “2025”. Falando ainda sobre a confirmação de Elder Campos para comandar o time pelo seu conhecimento das categorias de base do clube, ele afirma que: “Nosso sonho, nosso ideal é que em 2025, sempre seja 50 por cento do time vindo da nossa base”. Ele completa o raciocínio dizendo que para ele “não existem time grandes e pequenos e sim times ricos e times pobres” e que para um time “deixar de ser pobre ele precisa produzir business, produzir negócio, produzir atletas vendáveis.”.

Sobre a questão desse projeto de futuro focando na base, Antônio comentou que a criação do sub-11 e do sub-13 na Portuguesa, que ele julga estarem neste momento “extremamente organizados” vem exatamente para isso: “Nós vislumbramos a possibilidade que esse 11 e 13, até 2025, seja o time que venha 50 por cento da base.”. Ele completa dizendo que o clube está “plantando para colher lá na frente”. A transição parece já se iniciar mesmo em 2020, já que como colocamos em uma matéria, parte do time da Portuguesa Santista nesse retorno virá das categorias de base. 


Antônio também citou que essa “monetização”, ou melhor, esse ganho de dinheiro do clube, pode também vir de jogadores jovens contratados: “Foi criada a oportunidade por jogadores mais jovens que se destacaram por conta própria. Por vontade, por dedicação, por talento, tiveram sua oportunidade e souberam usar”. Ele cita os meias Galego e Gabriel Terra, que ele comenta que se tornaram oportunidades de negócio. O presidente completa dizendo que a ideia também é que o clube continue criando essas oportunidades para jogadores jovens crescerem, tendo, segundo ele, uma “coluna vertebral”, assim o clube acabou por decidir pelas renovações de Clayton e Brumatti, para criar essa “coluna vertebral”. Ele termina dizendo que: “É isso que nós estamos tentando desenhar, a coluna vertebral forte, firme que possa dar a estrutura para se lançar talentos jovens que estão vindo ou subindo da base.”.

Outro ponto em que Antônio Carlos tocou com relação ao futuro do clube foi na questão da escolinha de futebol: “Na escolinha a Portuguesa não ganhava nada por aluno, zero reais.”. Segundo ele, “foi feita uma renegociação com o permissionário do futebol society e com a escolinha”, com isso ele tem por objetivo ter pelo menos “400 crianças fazendo escolinha no campo de society da Portuguesa”. Ele completa que também “foi feita uma parceria com a Santa Casa de Santos, que “cedeu o uso do campo de futebol da Associação Beneficente e Recreativa dos Funcionários da Santa Casa de Santos (ABRESCAS) para que o clube pudesse usar de graça o espaço para treinamentos da base três vezes por semana.”. O presidente disse que a ideia, com a escolinha e as categorias de formação é “ter mil crianças treinando pelo clube nesses espaços.”. Com isso, afirma que: “não é possível que com essa quantidade o clube não consiga descobrir uma “pepita de ouro ou duas.”. O objetivo, então, é “ter a estrutura de base completa, com escolinha, sub-11, sub-13, sub-15, sub-17 e sub-20.”


Outra ideia citada pelo presidente da Briosa é na questão de “buscar os talentos para o clube em outras cidades além de Santos, como Guarujá, Cubatão, Bertioga, Peruíbe.”, seja “construindo escolinhas do clube nesses locais ou fazendo parcerias com instituições em cada cidade”. Com isso, reforça que o objetivo é sempre “estar descobrindo uma pepita de ouro no Litoral Paulista.”. Antônio cita que, em sua gestão, o clube “se aproximou bastante da cidade de Peruíbe.”. O presidente da Portuguesa Santista ainda completa dizendo que poderia até buscar “construir um CT na cidade, já que os preços de terrenos em Santos são muito altos.”. 

Um dos pontos onde Antônio Carlos tocou com veemência sobre melhorias foi na questão de estrutura: “Nós estamos na A2 com uma estrutura de várzea.”. Ele comenta que quando assumiu “o corpo técnico deu uma lista do que era necessário, como fisioterapia e academia.”. Completou dizendo que o clube “não tinha nem dormitório, tendo que alugar uma pousada em frente a Vila Belmiro que ganhou o nome de Casa do Atleta e foi paga a vista por um patrocinador”. Pensando no futuro, além de trazer profissionais novos para fisiologia e preparação física, Antônio Carlos destaca que foi feita a “reforma completa do departamento médico e da academia”. “O departamento médico da Portuguesa está lindo, perfeito”. Completa dizendo que “Hoje nós temos a condição de ter o certificado de clube formador”. O dirigente rubro-verde termina o raciocínio ponderando que: “Sem o certificado de clube formador, você não consegue ganhar no business do futebol no futuro.”.


Outro projeto de reestruturação que o presidente citou é um espaço para treinamento funcional e também a reforma da piscina: “Até o final do ano eu quero ter um espaço para treinamento funcional”. Segundo o dirigente, o espaço já está em construção, assim como “já está sendo feita a troca dos azulejos da piscina e a colocação de uma escada”. Apesar de ambas soarem como melhorias para o espaço dos sócios no clube, ele reitera que “também vai de encontro ao futebol, já que é um espaço para recuperação de atletas”. Todo esse processo “tem o objetivo de deixar o clube com uma estrutura de A2 até o final do primeiro ano de gestão”, sendo que no próximo ano, ele já pretende trabalhar para “ter uma estrutura de série A1”: “Reformar os nossos vestiários, a sala de arbitragem, a sala de antidoping, o vestiário de visitantes”. Termina afirmando que: “O meu objetivo até o meu primeiro ano de gestão que eu esteja com estrutura de A2 e se sonhar é permitido, no término dos meus dois anos, entregar uma estrutura de série A1.” 

Antônio Carlos Ribeiro também mencionou ideias de melhorias na questão social do clube. O primeiro ponto em que ele tocou foi a questão da anistia a antigos sócios, buscando aumentar o número de associados do clube: “Quando eu assumi nós tínhamos 510 sócios na Portuguesa, o meu primeiro ato como presidente foi baixar uma anistia.”. Ele explica que “quem já foi associado poderia pagar apenas uma mensalidade para voltar ao quadro social do clube.”. Além disso, destacou que foram feitas ações para angariar novos sócios, que “ampliaram para mais de 800 o número de sócios da Portuguesa Santista.”. A pandemia do Coronavírus, segundo ele, “paralisou os trabalhos nessa área”. Agora, no retorno, voltarão os trabalhos para reconquistar o sócio, com a intenção de agora “avançar na melhora das estruturas do clube” Termina dizendo que “após a pandemia, o sócio já conseguirá observar a melhora nas estruturas do clube.”.
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