A Dinamarca campeã da Eurocopa de 1992

Por Lucas Paes
Foto: Getty Images

Jogadores comemoram o título europeu de 1992

A Eurocopa já chegou a ganhar o apelido de uma "Copa do Mundo sem Brasil e Argentina" devido ao nível elevado dos jogos da competição, que reúne as seleções de elite do Velho Continente em uma disputa que já chegou a render algumas zebras. A principal e mais conhecida é a Grécia de 2004, numa final que envolveu dois países nem tão tradicionais, já que Portugal, por mais que formasse bons jogadores, nunca havia estado na elite do futebol. Uma das zebras mais marcantes ocorreu em 1992, num dia 26 de junho como hoje, com a Dinamarca, que conquistou o torneio em 1992.

Comandada por Richard Nielsen, a Seleção Dinamarquesa, ainda que vivendo seu melhor momento, não era grande favorita ao título da Eurocopa. Depois de encantar o mundo com boas apresentações na Copa do Mundo de 1986, os dinamarqueses haviam perdido força, trocado seu treinador (Piontek perdeu o cargo após não classificar o país para o mundial de 1990) e renovado seu time. Na Suécia, nomes como os irmãos Laudrup, Larsen e um jovem goleiro chamado Smeichel buscariam sua redenção. A "classificação" veio inclusive de maneira curiosa, quando Ladrup e cia. Acabaram pegando a vaga que seria da Iugoslávia, que ficou a sua frente no grupo das eliminatórias, devido a guerra que vivia aquele país. 

Caindo num grupo que tinha a Suécia, a Inglaterra e a França, era quase impossível imaginar que os dinamarqueses passassem da primeira fase. A estreia, no dia 11 de junho, em Malmo, terminou sem gols contra os ingleses e a situação ficou ainda pior quando veio o revés para os donos da casa, três dias depois, no lendário estádio de Rasunda. No dia 17, jogando a vida, os comandados de Nielsen saíram a frente da França com o ótimo Larsen, no comecinho do jogo, mas Papin, genial atacante do Milan na época empatou. A vitória veio com um gol de Elstrup, a 12 minutos do fim do duelo.

A semifinal, no Estádio de Ullevi, no dia 22, reservou um confronto contra a atual campeã, o fortíssimo time dos Países Baixos, com Van Basten, Gullit, Berkamp e Riijkard em seu elenco. Os Laranjas por sinal viram o adversário abrir o placar com o abençoado Larsen. Bergkamp empatou, mas Larsen botou a Dinamáquina na frente novamente, levando a vantagem para o intervalo. No segundo tempo, a pressão neerlandesa parava ou em Schmeichel ou no próprio nervosismo da equipe, porém, a quatro minutos do fim, Riijkard empatou, levando a decisão para os pênaltis.

Nas penalidades, os dinamarqueses deram uma verdadeira aula de como cobrar pênaltis, com sucessivos acertos de seus jogadores. Schmeichel, que alguns anos depois cravaria seu nome na seletíssima galeria de ídolos do Manchester United, defendeu a cobrança do craque Van Basten. O gol de Christofte deu o último golpe nas esperanças dos atuais campeões e classificou os Olsen-Banden para a decisão.

Lances da final da competição

E então, há exatos 28 anos, no dia 26 de junho de 1992, o Estádio de Ullevi, em Gotemburgo, viu a Dinamarca e a Alemanha entrarem em campo para decidir a Eurocopa. Favoritos de véspera na teoria, os germânicos encontraram um paredão no campo. Na época, a atual campeã mundial ainda criou algumas chances no começo, mas parou no paredão Schmeichel e, aos 18 minutos, no primeiro ataque, Jensen colocou os dinamarqueses na frente. A partir daí, os comandados de Nielsen passaram a fazer um jogo tático, inteligente e viram a Alemanha, nas vezes que conseguia chegar, parar no futuro goleiro do United. Foi assim até que aos 33', em um contra-ataque, VIlfort encontrou as redes e fez explodir a torcida, seja no estádio ou no festival de Roskilde, que havia parado para ver o jogo. O título era da Dinamarca, fazendo jus ao apelido de Dinamáquina.


Aquela geração dinamarquesa rendeu bons frutos ao país. Em 1995, conquistaram a Copa Rei Fahd, precursora da Copa das Confederações e em 1998 eram uma das favoritas a conquista do título mundial na França, mas acabaram caindo para o Brasil, em um jogo onde os Canarinhos sofreram bastante. O time de 1992 plantou, acima de tudo, de certa forma, uma semente, que rendeu e segue rendendo bons frutos até hoje, de Brian Laudrup a Christian Eriksen. O título, porém, nunca mais veio.
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