A conquista do Boca na final da Libertadores de 2000

Por Lucas Paes
Foto: Jorge Araújo/Folhapress

O Boca venceu o Palmeiras nos pênaltis em 2000

O Boca Juniors tem a fama de ser um dos maiores carrascos de times brasileiros na Copa Libertadores da América. Segundo maior vencedor de "La Copa", os Xeneizes construíram um misticismo que praticamente sozinho causa arrepios em torcedores de qualquer equipe brasuca que enfrente o escrete azul e amarelo de Buenos Aires. Esse fantasma fez suas maiores assombrações a partir de 2000, numa história que começa na conquista diante do ótimo time do Palmeiras, exatamente no dia 21 de junho daquele ano.

Sob o comando de Carlos Bianchi, o gigante argentina começou aquela competição num grupo que tinha ainda um tal de Peñarol, a Universidad Católica, do Chile e o Blooming, da Bolívia. Os comandados de Bianchi passaram sem sofrimento pela primeira fase, com 4 vitórias, um empate e uma derrota, com destaque para a goleada de 6 a 1 aplicada no Blooming. No mata-mata, uma classificação com uma vitória por 5 a 3 sobre o El Nacional, depois de um 0 a 0 na ida, a histórica série contra o River Plate, onde os xeneizes inverteram um 2 a 1 para um 3 a 0 com direito a caneta de Riquelme em Ayala e o confronto diante do América, onde jogando "com o regulamento debaixo do braço", o Boca abriu 4 a 1 no primeiro jogo e acabou derrotado por 3 a 1 na segunda partida.

Já o Palmeiras sofreu um pouquinho mais na fase de grupos, passando com 10 pontos e ficando a frente do El Nacional no saldo de gols, num grupo que ainda tinha o Juventude e o The Strongest. No mata-mata, sofrimento logo de cara e classificação nos pênaltis contra o Peñarol, depois de perder por 3 a 1 no Uruguai e reverter em São Paulo para 2 a 0. Nas quartas, uma classificação até tranquila com duas vitórias diante do Atlas (2 a 0 e 3 a 2) antes do épico contra o Corinthians, com vitória alvinegra no primeiro jogo por 4 a 3 e revertida alviverde no segundo com um 3 a 2, levando a decisão para os pênaltis onde a maioria deve conhecer a história da defesa de Marcos contra Marcelinho. Vaga palmeirense na final. Curiosamente os finalistas enfrentaram nas oitavas o segundo colocado do grupo do futuro adversário na final.

O primeiro jogo, diante de uma Bombonera tomada, foi disputado no dia 14 de junho. O duelo foi pegado e teve o time da casa pulando na frente aos 21', quando Arruabarrena abriu o placar em uma jogada aérea. O empate alviverde veio também em jogada área, com Pena de cabeça, após linda cobrança de falta da equipe palmeirense. Na etapa final, o Boca passou novamente a frente com outro gol de Arruabarrena, após um chute cruzado dentro da área, aos 16'. O empate veio dez minutos depois, com um gol espetacular de Euller, fechando o duelo em 2 a 2. Nesse jogo o Verdão desperdiçou diversas chances de sair da Argentina com uma vitória.


Na finalíssima, ocorrida há exatos 20 anos, no Morumbi, o Boca chegou a ter um gol bem anulado no primeiro tempo, mas viu, na maior parte do jogo, os brasileiros criarem as melhores chances, com as mais claras sendo duas bolas salvas praticamente em cima da linha por jogadores xeneizies. Nos pênaltis, Alex abriu marcando, mas Schelotto também fez para os visitantes. Asprilla parou em Córdoba e Riquelme botou os xeneizes em vantagem. Roque Jr. também perdeu e complicou a situação do alviverde, com Palermo tornando a história quase irreversível. Rogério bateu bem e até marcou, mas Bermúdez também fez o seu e deu números finais ao duelo. O título da Libertadores, pela terceira vez, era do Boca Juniors. 

Aquela foi a primeira de uma sequência de três conquistas em quatro anos da equipe de Bianchi na principal competição continental da América do Sul. Em 2001, com outra classificação diante do Palmeiras na semifinal e com uma vitória sobre o Cruz Azul na decisão, veio a quarta conquista e em 2003, após cair nas quartas no ano anterior, os argentinos vitimaram mais um brasuca, vencendo o Santos de Diego e Robinho na final, já sem nomes como Riquelme, mas com outros como um jovem Tevez. Depois, com um implacável trio formado por Riquelme, Palácio e Palermo, os Xeneizes voltaram a conquistar a América do Sul, batendo o Grêmio, dessa vez sob o batuta de Miguel Russo. Desde então o conjunto azul e amarelo de La Boca chegou a duas decisões, perdendo para o Corinthians em 2012 e para o arquirrival River Plate em 2018.
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