Em 1944, pelo Jabaquara, o primeiro gol da carreira de Baltazar

Mateus Bezerra / FPF
Foto: reprodução


Osvaldo da Silva, o Baltazar, também conhecido como o "Cabecinha de Ouro", nasceu em Santos, no dia 14 de janeiro de 1926. Conhecido pela excelência quesito gols de cabeça, o atleta marcava seu primeiro tento como profissional, há exatos 76 anos, quando atuava pelo Jabaquara, em um jogo contra o Ypiranga.

Depois de chamar atenção pelos campos de várzea da Baixada Santista, Baltazar chegou ao Jabaquara em 1944, com apenas 18 anos, para iniciar sua carreira como profissional. Foi no clube santista que recebeu o apelido de “Baltazar”, nome de seu irmão mais velho que, por conta de um acidente de carro teve que deixar os gramados. Assim, Oswaldo aceitou ser chamado pelo nome de seu irmão, como uma forma de homenageá-lo.


Jabaquara - O Jabaquara Atlético Clube é uma das mais tradicionais agremiações esportivas de São Paulo. Localizado na cidade de Santos, foi fundado no dia 15 de novembro de 1914, por imigrantes europeus. O clube, inclusive, foi um dos membros fundadores da Federação Paulista de Futebol. Na época, o nome da agremiação era Hespanha.

No ano em que Baltazar integrou o elenco principal, foi justamente o maior da história do Jabaquara. Formou-se um elenco muito forte jogando ao lado de Leonaldo, Tom Mix, Armandinho e Bahia. Neste mesmo ano, o time fez uma excursão pelo interior paulista, disputando três partidas, vencendo todas. Os confrontos foram contra Internacional de Promissão, vencendo por 7 a 1, Bandeirantes de Birigui, 2 a 1, e Glória, de Cafelândia por 3 a 2. Em todas, Baltazar marcou gol.


O primeiro dos 331 - Atuando como meia-direita do Jabaquara, Baltazar fez sua primeira partida contra a Portuguesa, em Santos, no dia 1º de maio de 1944, em rodada válida pelo Campeonato Paulista. Os donos da casa venceram o duelo com placar mínimo, porém, o gol não foi marcado pelo futuro artilheiro.

Na partida seguinte, o jovem atleta deixaria sua marca registrada. No dia 28 de maio de 1944, em um domingo, também em jogo válido pelo Campeonato Paulista, o Ypiranga recebeu o Jabaquara. O time mandante venceu por 3 a 1, no entanto, neste dia, o 'Cabecinha de Ouro' marcou o seu primeiro gol como profissional. O goleiro do time adversário era ninguém menos que Barbosa, considerado o melhor goleiro de sua época, que também defendeu a Seleção Brasileira.


Ao todo, foram 331 gols na carreira de Baltazar. Inclusive, mesmo jogando apenas dois terços da competição estadual do ano de sua estreia no profissional, foi eleito a revelação do campeonato, fazendo sete gols, cinco deles de cabeça.

Cabecinha de Ouro - Conhecido como um dos melhores cabeceadores da história do futebol brasileiro, Baltazar se destacava por seus saltos para alcançar a bola no ar. Ele mesmo reconhecia não ser tão bom tecnicamente, porém se intitulava melhor do que Pelé, quando o assunto era cabeceio. Por conta de sua eficiência com a cabeça, surgiu o codinome “Cabecinha de Ouro”.

Baltazar atuou em apenas três clubes em toda sua carreira. Surgiu no Jabaquara, para depois chegar ao Corinthians, em 1946, onde atuou por 12 anos. No clube do Parque São Jorge, fez parte do esquadrão imortal formado ao lado de Cláudio, maior artilheiro do clube, Luizinho “Pequeno Polegar”, Carbone e Mário. Juntos, são lembrados até hoje pelo ataque que marcou 103 gols em 30 partidas, em 1951. Depois do sucesso no Alvinegro, ainda defendeu Juventus, lugar em que encerrou sua carreira, em 59.


Pelo Corinthians, Baltazar alcançou o ápice de sua trajetória. Com a camisa alvinegra levantou o tricampeonato paulista de 1951, 1952 e 1954, além do tricampeonato do Torneio Rio-São Paulo em 1950, 1953 e 1954. Com 266 gols, é o segundo maior artilheiro do clube, atrás do ex-companheiro Claudio, que anotou 305 tentos.

O 'Cabecinha de Ouro' também defendeu a Seleção Brasileira. Sua primeira competição oficial com a Amarelinha, foi a disputa da Copa do Mundo de 1950, a primeira disputada em terras tupiniquins. Na ocasião, o Brasil ficou com o vice, perdendo para o Uruguai na final, no fatídico 'Maracanaço'. Depois disso, foi convocado para as edições da Copa América de 53 e 56, e para a Copa do Mundo na Suíça, em 1954.
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