A Chuteira de Ouro e o gol de placa de Sissi na Copa do Mundo de 1999

Com informações da CBF
Foto: divulgação Fifa

Sissi em jogo contra a Noruega

O ano era 1999 e a Seleção Brasileira Feminina vivia a expectativa de mais uma Copa do Mundo, dessa vez nos Estados Unidos. Na época, Sissi defendia a Associação Sabesp. Em uma partida de futsal, a meia se lesionou. O diagnóstico médico foi claro: ela havia fraturado o rosto e precisaria de tratamento cirúrgico, que praticamente a tiraria do Mundial. Mesmo arriscando a própria saúde, Sissi não deixaria outra contusão tirá-la da Copa. E o melhor: conquistaria um grande título individual.

"Quando eu soube que ia ficar muito tempo parada, disse que não faria de jeito nenhum. Tive que assinar um papel e tudo, para me dizer responsável. Sabe quando você sabe que algo especial vai acontecer? Era o sentimento que eu tinha, mesmo sem saber o que era", contou.

Sissi jogou a Copa do Mundo inteira com a fratura no rosto. E deu um show dentro de campo. Mostrando todo seu faro de gol, foi às redes em sete oportunidades e terminou a competição como artilheira, ganhando a Chuteira de Ouro da FIFA. Mas entre os sete, há um gol que marcou especialmente a carreira de Sissi.

Nas quartas-de-final da Copa, o Brasil enfrentou a Nigéria. O início foi fulminante. Em apenas 35 minutos de jogo, a Seleção já vencia por 3 a 0. Mas as Águias Verdes reagiram gol a gol e, aos 40 da segunda etapa, empataram a partida, que se encaminhou para a prorrogação.

"Você está ganhando de 3 a 0, acha que já está com o jogo ganho, pode perder um pouco da concentração. Acho que foi uma coisa que a gente pecou. Elas empataram em 3 a 3, não tem como não ficar nervosa. Você está ganhando o jogo de 3 a 0, a Nigéria vem lá e empata", revelou.


O tempo extra aumentava ainda mais a tensão pela nova regra do gol de ouro, que terminaria o confronto em morte súbita no primeiro tento. O nervosismo se transformou em alívio com 15 minutos jogados na prorrogação. Michael Jackson sofreu falta na entrada da área e Sissi não pensou duas vezes: era hora de decidir aquele jogo. Uma batida perfeita, antológica, que estufou a rede nigeriana e classificou o Brasil com uma vitória por 4 a 3.

"Na hora que a Michael sofreu a falta, eu pensei: “Bom, já chega, né? Chega desse sofrimento. Vai acabar aqui mesmo. Sinto muito, alguém vai chorar aqui e com certeza não vai ser a gente” (risos). Aquele gol, assim que aconteceu, da maneira que eu comemorei, eu extravasei todo o sofrimento, a alegria, por tudo. Foi o meu gol mais especial", recordou.

Aquele foi o primeiro gol de ouro do futebol feminino e é, até hoje, um dos lances mais celebrados da história das Copas do Mundo. Antes do Mundial da França, em 2019, a FIFA organizou uma votação popular para decidir o maior gol de todos os tempos e entre as candidatas estava o gol de Sissi. Após o triunfo sobre a Nigéria, o Brasil acabou derrotado pelos Estados Unidos nas semifinais, por 2 a 0, mas garantiu o terceiro lugar contra a Noruega, nos pênaltis. Além da artilharia, Sissi foi eleita a segunda melhor jogadora do torneio.
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