A relação do Santos com a Seleção Brasileira entre 1958 e 1970

Com informações do Santos FC
Foto: Arquivo

Pelé e Coutinho, contra a Alemanha, em 1963: oito titulares santistas pela Seleção Brasileira

Não é segredo para ninguém que boa parte do sucesso da Seleção Brasileira na dourada década de 60 pode ser explicada pelo futebol técnico, insinuante e confiante do Santos, o melhor time da época. Era comum a Seleção se apresentar com vários titulares do Alvinegro Praiano. Nenhuma vitória, porém, foi tão significativa quando aquela, de virada, sobre a poderosa Alemanha Ocidental, em 5 de maio de 1963.

Naquele dia, entraram em campo os santistas Gylmar, Lima, Zito, Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe, reforçados por Eduardo, do Corinthians; Roberto Dias, do São Paulo, e Rildo, do Botafogo. O zagueiro Mauro Ramos de Oliveira, também no Santos, só não jogou porque estava machucado.


A Alemanha saiu na frente aos 43 minutos de jogo, quando, após um escanteio, Zito calçou por trás o adversário que preparava o chute da pequena área. Werner bateu de chapa, no canto direito de Gylmar, e o estádio explodiu.

Na segunda etapa o andamento do jogo não mudou muito, mas os santistas parecem ter decidido esquecer o cansaço e, com garra, talento, o que fosse, sair de campo com a vitória. Aos 25 minutos, Pelé e Coutinho tabelaram, na entrada da área Coutinho voltou o corpo para a direita, como se fosse devolver a Pelé, mas cortou seco para a esquerda e bateu cruzado, rasteiro, para vencer o goleiro Fahrian.


Os alemães ainda não tinham se refeito do baque e dois minutos depois Mengálvio lançou à meia altura para Pelé, a quatro passos da risca da grande área. O Rei mal dominou a bola e já encheu o pé, de esquerda, no canto esquerdo da meta. O jogo prosseguiu bem disputado até o final, com mais chances de gol para os alemães, mas o Sanbrasil resistiu e conseguiu a vitória mais significativa daquela excursão.

Como se sabe, no período de 1958 a 1970, em que o Brasil conquistou três Copas do Mundo, os craques santistas tiveram de se revezar entre o clube, que lhe pagava os salários, e a Seleção Brasileira. Anos depois da Copa do México, o comentarista João Saldanha, que dirigiu o Brasil nas Eliminatórias para aquela Copa, admitiu que a Seleção Brasileira foi uma das responsáveis pelo desmantelamento do chamado “grande Santos”.


Sem folga no calendário e sem poder contar com seus craques nas excursões internacionais, o Santos perdeu seu generoso faturamento em dólares e não pôde mais manter o elenco que era o mais caro do Brasil e um dos mais brilhantes do planeta. Restou o legado histórico.

Durante dez anos não houve uma só partida da Seleção principal do Brasil que não contasse com mais de um titular santista. Nesse período, o chamado Escrete Canarinho fez nada menos de 35 partidas com, no mínimo, cinco titulares do Santos: foram 16 jogos com cinco santistas; 12 com seis; dois com sete e cinco jogos com oito titulares – entre estes a histórica vitória sobre a Alemanha Ocidental, há 57 anos.
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