Artilheiro em 2014 e atualmente na Briosa, Léo Costa relembra momentos inusitados na carreira

Por Natanael Oliveira / FPF
Foto: divulgação Portuguesa Santista

Léo Costa em ação pela Portuguesa Santista

O mundo da bola é marcado por histórias e causos inusitados e o meia-atacante Léo Costa com certeza faz parte do universo de jogadores que já viveram de tudo dentro desse contexto. Atualmente na Portuguesa Santista, o atleta de 34 anos coleciona bons momentos e histórias no exterior, como ter sido artilheiro do Paulistão em 2014.

O grande momento do jogador aconteceu em 2014, quando foi um dos quatro artilheiros do Paulistão da temporada, ao lado de Alan Kardec (Palmeiras), Cicero (Santos) e Luis Fabiano (São Paulo), somando nove gols com a camisa do Rio Claro. 

“2014 foi um ano muito especial em minha vida. Pude fazer um ótimo Campeonato Paulista, e consequentemente apareceram os prêmios individuais. Acredito que foram dois fatores muito importantes para que isso acontecesse: o primeiro foi a nossa ótima pré-temporada na época, e o segundo era o esquema que o Fahel (Júnior) montou. Nosso time era muito ofensivo e isso ajudava bastante pra gente que jogava na frente. Foi o melhor ano e um dos melhores momentos da minha carreira”, elogiou o trabalho realizado pelo Rio Claro.


Após se destacar com suas atuações e gols com a camisa do Rio Claro, além da artilharia, o meia ainda foi eleito o Craque do Interior de 2014. “Conquistar esses prêmios foi uma sensação indescritível. Os dois prêmios só fiquei sabendo após o término do campeonato, porque o Cicero e o Gabigol ainda poderiam me passar na artilharia, então tive que esperar até o apito final do árbitro. O Craque do Interior foi uma surpresa, pois um time do interior (Ituano) venceu a competição e mesmo assim eu pude conquistar esse importante prêmio”, relembrou.

Experiência no exterior - Em 2010, ainda no inicio de carreira, Léo Costa teve a primeira de suas duas passagens pelo exterior. O jogador desembarcou na República Tcheca, para atuar pelo Zbrojovka Brno. “A ida para a República Tcheca foi uma coisa que aconteceu de forma tão rápida. Lembro que estava disputando o Paulistão (2009) pelo Paulista, e após o jogo um empresário que conhecia veio falar comigo, perguntando se após o campeonato eu tinha interesse em ir para lá. Eu disse que sim, pois na época tinha apenas 22 anos e sempre sonhei em jogar na Europa. Acabou acontecendo que fui pra lá e foi uma experiência maravilhosa, senti um pouco de dificuldade no começo, mas depois fui pegando o jeito”, disse.

Já mais experiente, o jogador foi para a Índia em 2017, três anos após o sucesso com o Rio Claro. Atuando pelo Mumbai City, Léo admite ter estranhado o futebol local, mas depois percebeu a organização e bom nível do campeonato local. “Achei estranho no início, pois não conhecia muito a respeito do futebol por lá. Procurei me informar e só tirei ótimas referências, tanto que quando cheguei, pude realmente ver como é organizado o campeonato”, exaltou.
Após morar nos dois países, o meia-atacante ressaltou a enorme diferença cultural entre as duas nações. “São dois países completamente diferentes. A Índia é um país de muita cultura, com seus costumes, uma nação que gostei muito de conhecer, com um povo que apesar de sofrido, é maravilhoso e até hoje tenho amigos que falo sempre. A República Tcheca eu também gostei muito de conhecer, pena que não aproveitei muito, pois deveria viajado mais por lá, conhecido mais o país”, lamentou.


Adaptação e vivência fora do país - Como todo jogador que joga em países com culturas diferentes da pátria-mãe, Léo Costa também teve que passar por um período de adaptação em ambas as nações. “A adaptação mais difícil foi na República Tcheca, pois como disse era novo e era minha primeira experiência fora do país. Tinha a dificuldade da língua, estudei três meses todos os dias com um professor, aprendi um pouco, mas mesmo assim foi muito difícil. Já na Índia foi mais tranquilo, estava mais cascudo e tinha tido a experiência na República Tcheca”, explicou o jogador, que completou.

“A vida na República Tcheca era completamente diferente da Índia. Eu morava sozinho, em uma cidade pequena, então todos os dias após os treinos eu ia para o centro, ficava passando o tempo como dava. Já na Índia, eu morava em um hotel. Era muito difícil sair, pois lá o trânsito é muito caótico e como tinha o treino ficava difícil. Tive a companhia de brasileiros nas duas experiências, na República Tcheca tinha dois jogadores e no país asiático havia jogadores e comissão técnica”, comparou o jogador de 34 anos.

Léo Costa ainda revelou momentos inusitados por conta da barreira linguística. “Sempre acontece alguma coisa diferente, na República Tcheca por não conseguir falar as coisas, sempre pedia uma comida e vinha outra, mostrava foto pra poder comer, tinha que dar um jeito. Na Índia eu sofri por causa da pimenta, não gosto de nada apimentado e lá a comida é muito apimentada”, sintetizou.

Boa fase da Portuguesa Santista - Reforço da Portuguesa Santista para a atual temporada, Léo Costa faz parte do grupo que atualmente ocupa o terceiro lugar no Paulistão A2 Sicredi, somando 20 pontos –apenas dois a menos que o líder São Bernardo FC. “A Série A2 é muito difícil, e acredito que para estarmos nessa posição, um dos principais méritos foi ter comprado a ideia do nosso treinador (Sérgio Guedes), e jogarmos conforme o campeonato pede. Isso contribui e muito para essa atual fase do nosso time”, analisou.


Paralisação - Com a parada do estadual como tentativa de reduzir a taxa de contaminação da pandemia da Covid-19, o atleta revela como está sendo a rotina na quarentena. “Como todos os atletas venho me virando e treinando em casa, mesmo não tendo o espaço e equipamentos ideais, improviso aqui e ali para poder estar me mantendo em forma. Também tem a questão da alimentação, como não estou queimando muita gordura, tento me segurar um pouco e comer um pouco menos do que quando estou no dia a dia do clube”, destacou.

Apesar do isolamento social obrigatório, Léo Costa ressalta que o período está sendo importante para se reaproximar da família. “A rotina do dia a dia com a família é uma coisa que eu sentia muita falta, por estar sempre em competições e campeonatos, acabava meio que ficando distante deles. Com essa paralisação estou podendo ficar todos os dias ao lado dos meus familiares, uma coisa que tinha bastante tempo que não acontecia”, concluiu.
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