Ademir no Racing

Foto: divulgação Racing

Ademir ficou entre 1992 e 1993 no time argentino

Completando 61 anos neste 6 de janeiro de 2020, Ademir Roque Kaefer, ou simplesmente Ademir, foi um dos volantes mais importantes do futebol brasileiro. Principalmente marcado por defender Internacional e Cruzeiro, além de outras equipes, o ex-jogador tem uma passagem interessante pelo argentino Racing.

Ademir começou no futebol profissional defendendo o Toledo, do Paraná, quando tinha 17 anos. Em 1980 foi para o Internacional, onde ficou por seis anos. Após uma passagem rápida pelo Santo André, em 1986, acabou sendo contratado pelo Cruzeiro. Neste período entre Colorado e Raposa, chegou à Seleção Brasileira e teve uma vida longa no time olímpico (em uma época em que a regra era diferente da atual) tendo conquistado duas medalhas de prata (1984, em Los Angeles, e 1988, em Seul) além do ouro no Pan-Americano de Indianópolis, em 1987. Pelo time principal canarinho, fez cinco jogos.

No Cruzeiro, virou ídolo, mas em 1992 sua história mudou. Ele acabou sendo contratado pelo Racing de Avellaneda, da Argentina. “Naquela época, foi engraçado, porque renovei com o Cruzeiro por mais um ano. De repente, o presidente me liga de noite e diz que estava me vendendo para o Racing. Eu falei que não queria ir, mas a legislação não era como hoje. O presidente disse que não teve como negar, pois ele tinha dado a palavra ao Racing e ao empresário que intermediou. Eu estava empolgado com aquele timaço montado pelo Cruzeiro, com Renato Gaúcho etc, e fui à força para a Argentina. Por azar meu, naquele ano, o Cruzeiro foi bicampeão da Supercopa justamente contra o Racing. Eu estava no elenco deles e nem pude jogar, pois já tinha sido relacionado para um jogo do Cruzeiro na competição. Fiquei lá vendo o Cruzeiro comemorar e pensando: podia ter sido bi também”, disse, em entrevista ao site Superesportes, em 2018. Vale lembrar que no ano anterior, Ademir foi o destaque na campanha da Raposa no título da Supercopa.

Ademir não guarda boas lembranças da passagem dele pelo Racing. O clube estava em crise e atrasava salários. Além disto, não foi muito bem recebido pelo elenco. “Os jogadores faziam algumas brincadeiras, me chamavam de ‘brasileirito’, faziam algumas piadas. Mas é aquela coisa: quem vive em Belo Horizonte, Minas, conhece o povo, vai estranhar mesmo morar na Argentina. Minas tem o povo mais carinhoso. Lá eu morei num prédio e, durante todo o tempo na Argentina, não teve um bom dia, um boa tarde”.

O ex-jogador explica que, apesar de se achar um marcador que chegava duro, os argentinos pediam para ele entrar ainda mais forte. ”Em campo, era engraçado. Eu já achava que marcava muito. Mas lá eles pediam para eu entrar ainda mais duro, que eu chegasse mais. Sempre joguei firme, mas não gostava de ser desleal. Isso eu não gostava lá. Queriam que eu desse pancada mesmo (risos)”, lembra Ademir, que foi chamado para voltar ao Cruzeiro em agosto de 1993. “Quando ligaram e perguntaram se eu queria voltar, disse volto agora, volto correndo. No meu retorno, ainda tive a sorte de conquistar outros títulos importantes, como a Copa do Brasil de 1993”.

Ademir voltou à Raposa, onde ficou até 1995 e encerrou a carreira. Depois, fixou sua moradia em Toledo, no Paraná, e montou negócios no setor agrário, tendo terras em vários locais, inclusive no Paraguai. Os grãos produzidos são voltados para a exportação.
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