José Luis Brown - O homem que abriu o caminho para o segundo mundial da Argentina

Por Lucas Paes

Brown abriu o caminho para a vitória da Argentina

O futebol argentino perdeu nesta segunda, dia 12 de agosto, um de seus nomes históricos. José Luiz Brown, idolo do Estudiantes de La Plata e titular do título da Copa do Mundo de 1986 pela Argentina, foi desarmar atacantes em outro plano. Aos 62 anos, agora, encontrará nomes como Di Stefano, Stabile, Sivori, entre outros, no time do outro lado da vida. Entre suas maiores contribuições para o futebol estará marcado para sempre o gol contra a Alemanha, primeiro da final da Copa do Mundo de 1986. Ironicamente, nos deixa por uma doença com nome do seu descobridor, um alemão, o terrível mal de Alzheimer.

Brown acabou titular naquela equipe por acaso. Convocado para a reserva, entrou no lugar de Passarella, que teve problemas estomacais. Abriu o caminho para fazer história. Marcado pela firmeza defensiva, Brown ajudou a Albiceleste a avançar até a final da Copa do Mundo. Depois de passar em primeiro lugar num grupo com Itália, Bulgária e Coréia do Sul, passaram também por Uruguai, Inglaterra e pela sensação Bélgica para chegar a decisão contra a Alemanha, a primeira das três decisões entre as duas seleções.

A final foi disputada no eterno e histórico Estádio Azteca, na Cidade do México e os albicelestes não demoraram muito para sair na frente. Não demorou muito para que Brown fizesse história. Aos 23 minutos de jogo, Maradona fez linda jogada e tocou para Cuciufo, que tomou entrada forte de Felix Magath. Na cobrança de falta, Burruchaga colocou na área e Brown subiu mais alto que toda a defesa germânica para abrir o placar. Seria o único gol do zagueiro pela seleção. Não seria preciso muito mais que isso. 

Os gols da final da Copa do mundo de 1986

Mas, o duelo, obviamente, não morreu nisso. No segundo tempo, viria mais um gol dos sul-americanos. Maradona, o homem que carregou os argentinos até aquela final, tocou para Héctor Henrique, que achou um passe maravilhoso para Valdano entrar cara a cara com Schumacher e ampliar o marcador, num lindo gol coletivo argentino. O título ficava muito mais próximo dos argentinos e das mãos abençoadas de Maradona. Mas o destino é louco e a Alemanha era naquela época o time que "jogava um esporte parecido com futebol", como dizia o filósofo.

A reação germânica veio em poucos minutos. Primeiro, Rummenige contou com falha da defesa albiceleste, em cobrança de escanteio, para diminuir, aos 29'. O empate veio sete minutos depois, em outra cobrança de escanteio, em que a bola sobrou para Voller marcar o gol do empate. Mal deu tempo, porém, dos alemães comemorarem, pois três minutos depois Maradona aprontou uma assistência espetacular para Burruchaga, que avançou e tocou na saída de Schumacher para dar números finais ao jogo e o título a Argentina. Tudo começou no gol de Brown.

Brown passou como jogador pelo Estudiantes, onde atuou durante doze anos, entre 1975 e 1983, Atlético Nacional, Boca, Deportivo Español, Brest, Murcia e Racing Club de Avellaneda. Pela Argentina, jogou 36 vezes e marcou um único gol, justamente o que abriu o caminho para o segundo título da Argentina. Ainda foi treinador, sem ter muito sucesso na empreitada no banco de reservas, terminando sua carreira na casamata em 2013, no Ferro Carril.
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