Foi em Piracicaba, cidade do Interior de São Paulo, a 178 quilômetros da capital, que 11 de junho de 1943, um domingo de outono, veio ao mundo um garoto que seria um dos melhores centroavantes que o futebol já viu. No batismo, recebeu o nome Antônio Wilson Honório, mas, como era pequenininho e a mãe o chamava de coto de gente, virou Coutinho, aquele nascido para ser o Rei da Pequena Área, o parceiro ideal do Rei Pelé.
Seu estilo de jogo era tão marcante, que atraia grandes comentários de jornalistas, amantes da bola, companheiros e até adversários. Confira o que já disseram sobre Coutinho:
Coutinho é um provocador de oportunidades, de onde nascem os gols, às vezes dele próprio, mas, em maior número, gols de seus companheiros. Porque Coutinho, sem um centavo de egoísmo, procura ser útil aos colegas, certo que o todo e a unidade são os componentes da força geradora dos triunfos. - Adriano Neiva, o De Vaney, jornalista e escritor
Coutinho foi o goleador que jogou mais bonito, pois ele colocava a bola fora do alcance do goleiro, de mansinho, sem que ela tocasse na rede. Era um fenômeno. - Zito, bicampeão mundial do Santos e da Seleção Brasileira
Coutinho toureava os zagueiros como ninguém, com habilidade de dar um toque para tirar o marcador da jogada. Era ele de um lado e o beque de outro, em curtíssimo espaço dentro da área. Ele não precisava de muito para driblar. Se não fizesse o gol com a categoria de sempre, iria municiar Pelé, que devolvia com precisão. Daí surgiram as famosas tabelinhas. - Orlando Duarte, jornalista e escritor
O toque sutil e inteligente, o passe certo na corrida ou lançamento em bola parada, a deslocação sem bola, ou a melhor colocação para recebê-la; o gol “envenenado”, capaz de desmoralizar o melhor goleiro do mundo, como os muitos que surgiram à sua frente, fizeram de Coutinho um dos mais requisitados atacantes do futebol mundial. A França ainda lembra com carinho seu estilo, os torcedores do Benfica sempre perguntam por ele, os de todo mundo lamentam que Coutinho tenha abandonado nossos estádios tão cedo, deixando as imortais lembranças do seu futebol arte. - Constantino Ranieri, jornalista
Nós viajávamos muito juntos, jogávamos juntos e conhecemos um pouco do mundo e das diferentes culturas. Mas o que eu tenho que agradecer a ele é que 50% dos gols que eu fiz no Santos foram em parceria com ele. Na tabela e no fato de ele me conhecer. Nessa vida, ninguém faz nada sozinho, se não tivesse parceiros à altura, nada aconteceria. - Pelé
Coutinho faleceu em Santos, após sofrer um infarto em decorrência de diabetes e hipertensão arterial, em 11 de março de 2019. O velório foi realizado no Salão de Mármore do Santos e o carro funerário, com seu corpo, percorreu as ruas laterais da Vila Belmiro, sendo muito aplaudido pelos torcedores em sua última passagem pelo estádio que tantas vezes apreciou sua arte e sua frieza diante dos goleiros.
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