A mortal dupla Careca e Maradona no Napoli

Por Lucas Paes

Careca e Maradona formaram uma das melhores duplas da história do futebol

O futebol é um esporte coletivo onde, porém, muitas vezes o individual prevalece. Porém, o esporte bretão já deu holofotes a duplas, trios e até quintetos famosíssimos, desde os imbatíveis Pelé e Garrincha, passando pelo quinteto que virou poesia Dorval, Mengálvio Coutinho, Pelé e Pepe, até os trios abreviados dos dias atuais, como o tridente mortal do Liverpool atual formado por Mané, Firmino e Salah ou o ainda recente MSN, de noites poéticas regadas à uma combinação de tango-samba protagonizadas por Suarez, Messi e Neymar. Nos anos 1980, a Itália testemunhou uma das maiores duplas que já pisou sobre os gramados desse planetoide: Careca e Maradona, com a linda camisa do Napoli. 

A história do duo, que na verdade era mesmo um trio, gerando o apelido de Ma Gi Ca Napoli (Maradona, Giordano e Careca), com os dois sul-americanos, municiados pelo ótimo meio-campista italiano Giordano, começa em 1987. Vivendo anos de franca ascensão, o Napoli, que era campeão italiano, trouxe o artilheiro brasileiro para integrar seu elenco naquele verão. Naquela época, os times italianos só podiam ter três estrangeiros, porém o Calcio era disparado o campeonato mais técnico do planeta, o olimpo do futebol. Apesar dos reforços, os Partenopei acabaram ficando atrás do Milan, que começava a montar seu super-esquadrão, e acabaram vice-campeões italianos. Foram 18 gols de Careca e 15 de Maradona. 

A derrota na liga ocasionou uma classificação para a Copa da UEFA. Seria lá que os napolitanos sairiam do limite das grandes equipes e entrariam nas páginas definitivas da história. Com uma campanha espetacular, que teve seus altos em partidaços contra Juventus, Bayern e uma final espetacular contra o Stuttgart, Maradona, Ferrara, Careca, De Napoli e o reforço brasileiro, o volante Alemão, tomaram o continente europeu de assalto e conquistaram a Copa da Uefa. Só que o time não pararia por aí, porque tomar o continente de assalto era pouco para Maradona, Careca e cia. Naquela temporada, o bi do Calcio não veio, porém, Maradona e careca combinaram juntos para 46 gols, com 27 do brasileiro e 19 de Don Diego. 

Se na temporada 1988/1989 a Série A ficou com a Inter, dos alemães Mattaus, Brehme e do holandês Bergkamp, no biênio seguinte, a briga ficou acirrada entre napolitanos e milanistas. Porém, a vitória por 3 a 0 sobre os rossoneros, numa das maiores atuações da história do clube, ajudou a vencer o secundo Scudetto, com apenas dois pontos de vantagem sobre o Diavolo. Maradona marcou 16 gols no torneio, Careca, numa temporada um pouco mais fraco, fez 11 gols. 

Aquele seria o canto do cisne do time do sul da Bota. Pego no doping por cocaína em 1991, Maradona deixou o Napoli naquele ano, após sofrer uma suspensão de 15 meses. O D10s ficou a temporada de 1991/1992 inteira longe dos gramados. No Campeonato Italiano da temporada 90/91, o Napoli terminou na metade final da tabela, porém a magia de Careca e Maradona ainda gerou outros 22 gols naquela temporada, 10 do Barrilete Cósmico e 12 do centro-avante brasuca. Era o final de uma das maiores duplas que o futebol já viu. 

Em entrevista no ano passado, o Pibe De Oro disse que Careca foi o melhor companheiro com quem já jogou em sua carreira. Careca foi para o Napoli para realizar o sonho de jogar ao lado do maior jogador da história da Argentina. A história está escrita e a cidade de Napolés nunca mais foi a mesma. Pois mesmo depois de Hamsik, Cavani e dos ótimos tempos atuais do Napoli, o Estádio de San Paolo sempre terá a energia dos tempos de ouro, quando dois brasileiros fizeram daquele estádio o mais temido palco da Europa, onde desfilava uma arte moderna italiana com maravilhosos toques latinos.
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