Altafini Mazzola – O craque de duas seleções

Por Lucas Paes 

Mazzola esteve tanto na Seleção Brasileira quanto na Italiana

Completando 80 anos neste dia 24 de Julho, José João Altafini, que ganhou o apelido de Mazzola pela semelhança com o craque italiano homônimo dos anos 1940, foi um dos maiores jogadores da história da Série A Italiana. Lenda milanista, teve grande passagem pelo Napoli e também jogou na Juventus de Turim, além de clubes suíços, por seleções, foi um dos campeões do mundo com o Brasil em 1958, mas depois acabou jogando pela Itália. 

Iniciando a carreira no XV de Piracicaba, Altafini foi para o Palmeiras e rapidamente ganhou destaque no Alviverde Imponente, ficou dois anos no Palestra Itália, onde jogou 114 vezes e marcou 89 gols. O bom desempenho o levou a Seleção Brasileira da Copa do Mundo de 1958. Mas sua estreia, com gol inclusive, havia sido em amistoso em 1957 contra Portugal. Ainda conhecido como Altafini na época, ele marcou duas vezes no primeiro jogo do Brasil naquele mundial, diante da Áustria, sendo o primeiro gol brasileiro na competição e o terceiro da vitória por 3 a 0. Depois, jogou também diante da Inglaterra, mas a partir da terceira partida deu lugar a um tal de Pelé. 

Apesar de ter virado reserva do garoto de 17 anos que se tornaria o maior de todos os tempos, Mazzola foi um dos campeões pela Seleção Brasileira, com o destaque de sua passagem pelo Palmeiras, acabou negociado com o Milan, onde faria história. Ganhando o apelido pelo qual é conhecido na Bota, seria um dos maiores jogadores da imponente e gigante história milanista, de um clube que na época ainda não tinha o tamanho que tem hoje. 

Mazzola junto a Seleção Brasileira em 1958

Foi pelo Milan um gigante, marcou o recorde de gols numa única edição da Liga dos Campeões, em 1962/63 com 14 gols, marca que durou até Cristiano Ronaldo estourar sua marca na temporada 2015/16. No título milanista em 1963, marcou inclusive os dois gols da final da competição diante do Benfica. Pelo rubro-negro de Milão, foi bi-campeão italiano, além de campeão europeu. Também ganhou a série A duas vezes pela Juventus de Turim. Com uma boa passagem pelo Napoli, se tornou o quarto maior artilheiro da história da Liga Italiana, com 216 gols marcados. 

Hoje em dia, um jogador com tamanhas marcas na Liga dos Campeões seria provavelmente o craque da Seleção Brasileira, porém naqueles tempos o futebol brasileiro era (e isso não é um exagero) mais forte que o Europeu. Mesmo voando no Milan em 1962, Mazzola não seria convocado pela Seleção Brasileira pelo simples motivo de que o Brasil só convocava jogadores atuando em solo nacional. Na época, as opções eram absurdamente fartas. 

Como o próprio declarou anos depois, ele não perderia uma Copa do Mundo com apenas 24 anos. Possuindo a cidadania italiana, numa época em que não havia restrições a jogadores que já haviam jogado por outra seleção, Mazzola foi convocado pela Azzurra para a Copa do Mundo de 1962. A Seleção Italiana decepcionou e caiu na primeira fase e mesmo em sua única vitória no torneio, Mazzola acabou não marcando gols. Na Tricolore, debutou também com gol, em jogo diante de Israel, valendo vaga para a Copa do Mundo do ano seguinte. Foram 6 jogos e 5 gols com a camisa italiana. 

Na Itália, em 1962

Depois do fracasso da Bota em 1962, Mazzola deixou de ser convocado, levando parte da culpa pela eliminação precoce italiana. Continuou sua carreira de sucesso no país, se tornando o ídolo que é no Milan. Depois de passagem por Juve e Napoli, jogaria no futebol suíço antes de encerrar a carreira, já em 1980. 
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Um comentário:

  1. Fazendo um clipping para meu sogro, José Altafini, dei com este primoroso site.
    Sou casado com a filha mais velha do Mazzola.
    Também sou jornalista e radialista e comando um programa diário pela Rádio Trianon SP.
    Forte abraço
    Pedro Nastri

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