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Rodada da Bundesliga é marcada por protesto de torcedores contra aportes estrangeiros

Por Lucas Paes
Foto: AP Photo/Martin Meissner

Protestos em várias partidas na Bundesliga

A rodada deste fim de semana foi a mais importante da temporada até aqui da Bundesliga, o Campeonato Alemão, já que teve uma final antecipada que deixou o Bayer Leverkusen em ótima posição para conquistar seu primeiro título. Porém, o que chamou a atenção em terras tedescas nesta rodada não foi só o que ocorreu nos campos, já que nas arquibancadas diversos protestos marcaram as partidas e mostraram que, mesmo diante da possibilidade de um investimento maior, os torcedores germânicos não abrem mão de suas convicções e ideologias.

Os protestos começaram quando a Bundesliga decidiu, numa votação apertada, permitir o aporte mínimo de investimentos estrangeiros na parte de televisão e marketing da liga. Apesar da ideia soar um pouco "xenófoba", na verdade o temor dos torcedores alemães, principalmente dos grupos ultras locais, não é necessariamente na questão do investimento ser estrangeiro, mas sim dele alterar a cultura que a Bundesliga criou de priorizar os torcedores e não necessariamente a televisão.

O Campeonato Alemão, apesar de também ser um sucesso de expansão no mundo, tem em seu "ethos" o respeito ao torcedor de arquibancada. Muito do marketing feito pela liga germânica se dedica a mostrar a paixão e o colorido das arquibancadas alemãs e o campeonato de fato prioriza seus torcedores, tendo inclusive diversas associações que buscam dar maior protagonismo a eles dentro do campeonato. O temor, portanto, é que isso deixe de ser a regra.

Nesta rodada, diversos tipos de protestos aconteceram: desde simples faixas nas arquibancadas até jogos sendo paralisados por mais de 10 minutos devido a chuvas de moedas ou bolas de tênis nos gramados, ou mesmo sinalizadores enfumaçando os estádios. Em alguns casos, todos estes ocorreram juntos. As indignações não se limitaram a primeira divisão, já que torcidas como a do Hamburgo também protestaram na segunda divisão. 


O investimento na Bundesliga não é uma ideia ruim para o campeonato, se você analisar friamente. O campeonato alemão ficou para trás no quesito de capacidade de investimento, sendo ultrapassado por léguas pela Premier League, pela Série A e pela La Liga, que anda perdendo seu espaço. A exceção do Bayern e de algumas aventuras do Dortmund e do Frankfurt, tem sido difícil para as equipes locais conseguirem ir longe em campeonatos continentais. O dinheiro seria bem vindo para o desenvolvimento do torneio. 

Porém, os torcedores não abrem mão de seus ideais e talvez isso seja um dos maiores atrativos do futebol tedesco. Pouco importa se a ausência deste investimento custará em qualidade ao torneio, os torcedores não aceitam que eles, que são donos do espetáculo, corram o risco de deixarem de ser a prioridade da liga e isso, por si só, é uma das coisas mais incríveis da Bundesliga, mesmo que custe a ela as glórias de outros campeonatos. 

Protesto querendo a venda do Reading e interrompem jogo na Inglaterra

Por Lucas Paes
Foto: Reprodução/BBC

Torcedores interromperam o jogo diante do Port Vale

Na Inglaterra, com o endurecimento das leis contra problemas causados por torcedores, não é mais comum ver cenas de violência ou mesmo invasão dentro dos estádios. Muitas vezes, quando invasões de campo ocorrem elas são motivadas por conquistas inéditas, inesperadas ou em casos onde o clube não ganhava aquele troféu há muito tempo. Outros casos ocorrem quando há massivos protestos contra donos de um clube, como já fez outrora a torcida do Manchester United. Neste último fim de semana, foi a vez dos torcedores do Reading protestarem.

O Reading é um dos mais antigos clubes do futebol inglês, sendo fundado em 1871. Porém, foi apenas em 1920 que o clube se colocou na Football League, passando boa parte de sua história perambulando entre a segunda e a quarta divisão inglesa. Nos anos 2000, a equipe finalmente chegou a Premier League, sendo campeão da Champioship de 2005/2006 com uma campanha histórica e permanecendo dois anos na principal divisão antes de cair, retornando só em 2013 e mais uma vez indo embora no mesmo ano. 

Os problemas no clube começaram mais recentemente. Comprado pelo Chinês Dai Yongge em 2017, o Reading desde então tem enfrentado problemas administrativos atrás de problemas administrativos e seguidas quebras de regulamento da EFL fizeram com que o clube fosse rebaixado na temporada passada depois de 10 anos na segunda divisão, tendo passado perto do acesso por duas vezes nesse período. O rebaixamento fez com que os protestos aumentassem ainda mais. Tudo isso levou aos eventos no jogo contra o Port Vale.

A partida já teve protestos de torcedores desde antes da bola rolar, com o início do jogo sendo atrasado devido a várias bolinhas de tênis serem jogadas em campo. Após o apito inicial, apenas 17 minutos de jogo aconteceram antes da massiva invasão de torcedores, que tomaram o campo com protestos contra Yogge, pedindo para que o chinês venda o clube. Não há ainda uma nova data para o jogo contra o Port Vale e não se sabe quais serão as consequências da invasão. 

Neste ano, os Royals vivem um tremendo tira e põe de punições da EFL e da própria FA, após diversos episódios de má conduta financeira por parte de Yongge, que está devendo desde salários a jogadores até impostos ao fisco britânico. Dentro de campo, a temporada também é caótica, com o time estando em 20º lugar, perigosamente perto da zona de descenso a quarta divisão e correndo o risco de sofrer mais punições ainda neste mês de janeiro. 

Segundo Ben Thomas, que é integrante de um podcast sobre o clube: "nós estivemos a um pênalti da Premier League há 5. 6 anos atrás e desde então estamos vivendo um gradual declínio, então fomos bem pacientes". Ele conta que os torcedores já sofreram o suficiente e que a invasão foi "completamente orgânica". O protesto, para ele, teve o objetivo de mostrar que os torcedores estão "desesperados para salvar o clube" e que ele foi uma espécie de "grito de socorro". 


A conclusão da entrevista de Ben a Sky Sports é que o maior medo dos torcedores é que o clube feche as portas se não for vendido. A situação vivida pelo Reading lembra um pouco o que passou o Bury, que só não fechou as portas pois os torcedores compraram o clube e ressuscitaram ele, inicialmente como Bury AFC e depois como Bury FC, herdando toda a história do antigo Bury. Quem também passou por coisa parecida foi o Glasgow Rangers, que virou Rangers FC depois de também ter enormes problemas financeiros e legais e oficialmente mudar de dono.

Restará acompanhar os próximos capítulos para entender qual será o futuro do Reading, que pode ser mais um clube que viverá um pesadelo devido a um dono que não consegue o administrar direito. Em meio a justa discussão sobre SAFs no Brasil, onde a maioria delas tem conseguido impacto positivo, é importante lembrar de clubes que quase tiveram seu legado e história destruídos por seus donos, o que talvez infelizmente aconteça ao Reading.  

Fifa libera itens de arco-íris e protestos contra o Irã nos estádios da Copa

Com informações da Agência Estado
Foto: reprodução

Braçadeira com arco-íris

A Fifa deu uma garantia pública nesta quarta-feira de que itens de arco-íris, que representam a causa LGBT+, e faixas de apoio aos protestos no Irã serão permitidos nos estádios da Copa do Mundo do Catar. O anúncio ocorre um dia após a eliminação da seleção iraniana do Mundial.

Durante a disputa da Copa, as equipes de segurança apreenderam itens com cores do arco-íris e slogans como "Mulheres", "Vida" e "Liberdade" para impedi-los de entrar nos estádios. Na partida Portugal x Uruguai, um torcedor foi preso após invadir o campo, usando camiseta e carregando um panfleto relacionados a estes temas.

Na primeira semana da Copa, sete times europeus, incluindo o País de Gales, perderam o direito de usar braçadeiras multicoloridas “One Love” durante as partidas da Copa do Mundo e alguns torcedores reclamaram que não podiam trazer itens com as cores do arco-íris.

A partida entre Irã e Estados Unidos na terça-feira foi marcada por emoção entre os torcedores iranianos, alguns dos quais vieram ao Catar não apenas para apoiar sua equipe, mas também para manifestar sua contrariedade com o momento pelo qual passa o país, usando faixas e bandeiras.


FIFA - “A Fifa está ciente de alguns incidentes ocorreram porque alguns itens não foram permitidos nos estádios”, disse a entidade, em comunicado nesta quarta-feira. “A Fifa recebeu garantias das autoridades de que os comandantes das instalações foram informados com relação às regras e regulamentos acordados para a Copa. A Fifa continua a trabalhar em estreita colaboração com o país anfitrião para garantir a plena implementação de regulamentos relacionados e protocolos acordados”, completou o comunicado.
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