Foto: Staff Images / CBF
O presidente da CBF apresentando o plano
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentou nesta terça-feira (10) o cronograma de implantação do Fair Play Financeiro, sistema que começará a valer no futebol brasileiro a partir de janeiro de 2026. O objetivo é estabelecer maior responsabilidade e transparência na gestão dos clubes, equilibrando receitas e despesas e evitando crises econômicas que têm se tornado recorrentes no cenário nacional.
A adoção será gradual, com prazo até 2029 para que os clubes se adequem completamente às novas regras. Até lá, os times terão de limitar os gastos com folha salarial e amortização de atletas a 70% da receita total, além de manter endividamento de curto prazo inferior a 45% da receita.
Segundo a CBF, o modelo segue princípios inspirados no sistema da UEFA, mas adaptado à realidade do futebol brasileiro.
Sistema de punições progressivo - O projeto prevê punições escalonadas para clubes que descumprirem as normas. As sanções vão desde advertências até o rebaixamento de divisão: Advertência pública; Multa pecuniária ; Retenção de receitas; Restrição de inscrição de atletas (transfer ban); Dedução de pontos; Rebaixamento e; Cassação da licença de clube.
Na primeira infração, o clube será apenas monitorado e deverá apresentar um plano de ação corretivo. A partir da segunda violação, passam a valer as penalidades esportivas e financeiras.
Regras para clubes em recuperação judicial - A partir de 30 de abril de 2026, clubes que entrarem em recuperação judicial ou firmarem acordos com credores estarão sujeitos a regras específicas. Entre elas:
Limitação da folha salarial: o valor total da folha deverá se manter igual à média dos três meses anteriores ao início do processo.
Equilíbrio nas janelas de transferência: o clube só poderá comprar jogadores se as vendas cobrirem os gastos — não será permitido aumentar o endividamento para reforçar o elenco.
Prazos e fases de transição - A CBF estabeleceu um calendário de adaptação:
Janeiro de 2026: início do controle de novas dívidas com credores.
Novembro de 2026: prazo final para quitação de dívidas antigas.
2026-2027: fase de transição para equilíbrio operacional.
2028: exigência de resultado operacional não negativo.
2029: aplicação integral das regras de teto de gastos e endividamento.
Com o novo regulamento, a CBF espera profissionalizar ainda mais a gestão dos clubes brasileiros, reduzindo os casos de inadimplência e fortalecendo o ambiente financeiro do futebol nacional. “O Fair Play Financeiro é um passo essencial para a sustentabilidade do nosso futebol. Ele vai garantir que os clubes cresçam de forma responsável, dentro da sua realidade econômica”, afirmou um dirigente da entidade durante a apresentação.





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