Investidores do português Marítimo são investigados no Brasil por suspeitas de ligação com o crime organizado

Foto: divulgação / Marítimo

Estádio do Marítimo

As autoridades brasileiras investigam um grupo de empresários que negocia a compra de parte da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube português Marítimo, por suspeita de ligação com o crime organizado. A informação foi divulgada na manhã deste domingo pelo jornal português Correio da Manhã.

Segundo a publicação, o Ministério Público de São Paulo e a Polícia Federal apuram o envolvimento do grupo que pretende adquirir 40% da SAF do clube madeirense por 15 milhões de euros. O acordo prevê ainda a possibilidade de ampliação da fatia para 51%, mediante o pagamento de mais 4,125 milhões de euros caso o Marítimo retorne à primeira divisão portuguesa.

O negócio é liderado pela sociedade Revee S.A., agora sob suspeita de lavagem de dinheiro. As investigações apontam que os envolvidos podem estar usando uma rede de empresas para ocultar e movimentar recursos provenientes do comércio ilegal de combustíveis. O presidente da Revee, João Carlos Mansur, é citado como peça central do esquema financeiro que está no radar das autoridades.

Outro nome ligado ao caso é o empresário Luís Davantel, que atuou como intermediário na negociação com o Marítimo. Ainda de acordo com o Correio da Manhã, ele também está sendo investigado no Brasil e pediu demissão recentemente da própria Revee.

A proposta da empresa brasileira já havia sido aprovada pelos sócios do Marítimo em assembleia geral realizada em julho, com 337 votos a favor, 49 contra e 44 abstenções. Agora, com o avanço das investigações, o futuro do acordo fica indefinido e promete novos desdobramentos nos próximos dias, tanto em Portugal quanto no Brasil.


Comunicado - O Marítimo divulgou um comunicado:
"Na sequência da notícia publicada na edição do Correio da Manhã deste domingo, 19 de outubro de 2025, e da anterior, no dia 19 de setembro de 2025, ambas relativas ao processo de alienação de parte do capital da Marítimo da Madeira – Futebol, SAD, cumpre à Direção do Club Sport Marítimo prestar os seguintes esclarecimentos:

O processo de venda de uma participação na SAD encontra-se, como já foi amplamente informado, em fase de due diligence. Isto significa que o negócio ainda não foi concretizado, sendo este um procedimento padrão e necessário para a validação das condições legais, financeiras e estruturais de qualquer transação desta natureza.

A decisão de avançar com este processo foi aprovada em Assembleia-Geral pelos sócios do Clube, refletindo o compromisso da Direção com a transparência, pelo que, todos os passos serão dados para garantir, como sempre, a total legalidade deste e qualquer negócio.

O processo, antes da sua concretização, terá sempre de ser submetido à análise do Banco de Portugal, que verifica a origem dos fundos, bem como ao Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), que assegura a idoneidade do negócio.

Apenas após o cumprimento rigoroso de todos estes critérios, e com a entrada efetiva dos valores negociados no Marítimo, é que o negócio será finalizado.

A Direção do Club Sport Marítimo reforça que não toma qualquer decisão sem garantir todas as salvaguardas legais, financeiras e éticas. Todo o processo está a ser conduzido com o máximo rigor, de forma a proteger o presente e o futuro da instituição.

Estaremos sempre de portas abertas para disponibilizar, a qualquer momento, todas as informações relacionadas com a atividade do clube a qualquer entidade reguladora, fiscalizadora ou judicial."
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