85 anos do Rei Pelé

Foto: arquivo

A comemoração característa do Rei

No dia 23 de outubro de 1940, uma quarta-feira, nascia em Três Corações, no interior de Minas Gerais, Edson Arantes do Nascimento — o menino que o mundo conheceria, décadas depois, como Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos. Filho de Celeste Arantes e João Ramos do Nascimento, o Dondinho, recebeu o nome em homenagem a Thomas Edison, inventor da lâmpada incandescente.

A infância foi simples e marcada por mudanças. Aos quatro anos, Edson deixou Minas e foi morar em Bauru, no interior de São Paulo, após o pai ser contratado pelo Lusitana FC (hoje Bauru Atlético Clube). Ali, o garoto começaria a dar os primeiros passos rumo ao destino que o aguardava.

O apelido “Pelé” surgiu de forma despretensiosa. Nas brincadeiras de rua, Edson imitava o goleiro Bilé, ídolo do Vasco de São Lourenço, ex-time de seu pai. Ao tentar dizer “Bilé”, os amigos entenderam “Pelé” — e o nome, que ele rejeitou no início, se tornou eterno.

Em Bauru, o talento já chamava atenção. Waldemar de Brito, ex-jogador e treinador das categorias de base, foi o responsável por abrir a porta definitiva. Amigo próximo de Dondinho, convenceu a família de que o menino estava pronto para algo maior. Em 1956, aos 15 anos, Pelé desembarcava na Baixada Santista para defender o Santos Futebol Clube, recém-campeão paulista.

O primeiro capítulo como profissional veio em 7 de setembro daquele ano: goleada por 7 a 1 contra o Corinthians de Santo André, com o garoto marcando seu primeiro gol como jogador do Peixe. Nascia ali o artilheiro que hipnotizaria o mundo.

Pelo Santos, Pelé comandou uma era inesquecível. Foram dois Mundiais Interclubes, duas Libertadores, seis Brasileiros e dez Paulistas, além de formar o lendário Ataque dos Sonhos — Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe — um quinteto que os narradores recitavam como poesia. Em 1974, ao encerrar sua trajetória no clube, o Rei acumulava 1.091 gols em 1.116 jogos, incluindo o histórico Milésimo Gol, no Maracanã, em 1969.

Com a Seleção Brasileira, sua lenda virou patrimônio mundial. Pelé disputou quatro Copas do Mundo e conquistou três (1958, 1962 e 1970), tornando-se o único atleta tricampeão do torneio. Até hoje, é o maior artilheiro da Seleção, com 95 gols.


Sua importância, porém, foi além do campo. Pelé se transformou em símbolo cultural, político e humano. Em 1969, durante uma excursão do Santos à África, um cessar-fogo na Nigéria permitiu que inimigos se unissem, por um dia, apenas para vê-lo jogar. O Santos virou “o time do mundo”. O futebol, por sua causa, virou linguagem universal. E a camisa 10, antes apenas um número de escalação, tornou-se sinônimo de craque — herança direta do Rei.

Hoje, pela terceira vez desde sua partida, a data do nascimento de Pelé chega com um misto de saudade e reverência. Para o mundo do futebol, ele é eterno. Para os santistas, é gratidão sem medida. Para todos, uma certeza permanece: o futebol segue, mas continua órfão de seu primeiro e único Rei.
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