Com informações da Agência Futebol Interior
Foto: divulgação

Jogadores e treinador da Ponte Preta
A crise financeira que assombra a Ponte Preta nos bastidores transbordou para o campo. Com dois meses de salários atrasados, o elenco profissional cruzou os braços nesta quinta-feira (7) e se recusou a treinar no CT do Jardim Eulina. A atividade, que seria tática e comandada por Alberto Valentim, foi cancelada. Nem jogadores, nem comissão técnica — que também está sem receber — entraram em campo.
A decisão marca o início formal de uma greve por parte dos atletas, algo que já vinha sendo cogitado internamente há algumas semanas. O grupo, segundo apuração, deu sucessivos votos de confiança à diretoria executiva, esperando que os pagamentos fossem regularizados. No entanto, sem qualquer avanço nas promessas, decidiu adotar uma postura mais drástica. A avaliação interna é de que o limite foi atingido.
O estopim para a paralisação veio logo após o empate no dérbi campineiro com o Guarani, por 1 a 1. O clássico era tratado como determinante para o ambiente esportivo e institucional da Ponte. A ideia do grupo era evitar qualquer ruído público antes de um jogo com tanto peso simbólico — o primeiro dérbi disputado na Série C em 2025. Mas com o clássico encerrado e sem sinal de pagamento, veio a ruptura.
O clube vive um momento esportivo de contrastes. Dentro de campo, a equipe ocupa a vice-liderança da Série C, com 27 pontos, seis a menos que o líder Caxias, e está bem posicionada na briga por uma vaga na próxima fase. O próximo desafio está marcado para o sábado, às 17h, contra o Botafogo-PB, no Almeidão, pela 16ª rodada. Fora das quatro linhas, porém, o cenário é de incerteza e frustração.
Além dos atrasos salariais, a Ponte Preta recentemente foi alvo de um transfer ban imposto pela Fifa. O veto à inscrição de atletas chegou a preocupar a diretoria, mas foi revertido com o pagamento da dívida.
O técnico Alberto Valentim, por sua vez, tem evitado declarações públicas sobre a situação, mas sua permanência também passa a ser colocada em xeque diante do cenário de instabilidade.
Internamente, o temor é de que a crise afete diretamente o desempenho da equipe em campo — não só pelo boicote aos treinamentos, mas pela deterioração do ambiente. A greve, embora pacífica, coloca pressão imediata sobre a cúpula alvinegra, que agora precisa encontrar formas de contornar o impasse com urgência para evitar que os efeitos se estendam para a tabela.
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