A história de Waldir Peres, o goleiro de uma geração, no São Paulo

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo

Waldir Peres atuando no Tricolor

No futebol brasileiro, quando se fala em goleiro, o primeiro nome que surge na mente de muitos é o do lendário Rogério Ceni, que fez história atuando pelo São Paulo e é considerado quase que de maneira unânime o maior jogador da história do Tricolor Paulista. Antes do goleiro artilheiro fazer das suas debaixo das traves (e também balançando redes) com a camisa tricolor, outro goleiro fez história no Morumbi: Waldir Peres, o goleiro de uma geração, que completaria seus 73 anos neste dia 2 de janeiro e estivesse vivo.

Surgido no modesto Garça, no interior de São Paulo, onde foi campeão da terceira divisão do estadual, Peres ganhou notoriedade ainda muito jovem sendo goleiro da Ponte Preta. Sem bom futebol na Macaca fez com que o São Paulo o contratasse em 1973, sentindo que precisava de um novo nome na posição. Na época, Waldir era extremamente jovem para um goleiro, tendo apenas 22 anos (o auge de jogadores na posição costuma vir próximo dos 30 e muitos mal conseguem jogar antes dos 23).

Não demorou muito para chamar atenção no Tricolor. Em seu primeiro ano, já mostrou que não veio a toa e caiu rapidamente nas graças da torcida são-paulina. Não só isso: seu futebol foi de tamanho nível que acabou convocado para a Copa do Mundo de 1974, já que Wendel se contundiu as vésperas da competição. Em um ano já havia se tornado um dos maiores nomes da posição no país, junto a sujeitos como Leão e Plasmann. 

Em 1975, foi responsável direto por seu primeiro título vestindo as cores do São Paulo, quando defendeu dois pênaltis cobrados pela Lusa na final do Paulistão daquele ano. Foi carregado pelos torcedores tricolores como o grande herói da conquista, o que de fato ele foi naquele dia. Em 1977, apesar de ter revezado com Toinho, recuperou a titularidade na reta final e ajudou o São Paulo na conquista de seu primeiro título do Brasileirão, que mais uma vez veio nos pênaltis, dessa vez com a catimba de Waldir atrapalhando os cobradores alvinegros.


Apesar do seu bom desempenho, pouco conseguia jogar na Seleção Brasileira, mesmo sendo convocado novamente para uma Copa do Mundo em 1978, devido a fortíssima concorrência que a posição tinha na época. No Tricolor, seguiu sendo um grande nome e foi campeão de mais dois estaduais em 1980 e 1981. Recuperou a titularidade na Seleção nessa época, inclusive vivendo um momento incrível, quando defendeu por duas vezes cobranças de pênalti de Paul Breitner num amistoso contra a Alemanha. O tedesco jamais havia perdido pênaltis até então. 

Foi o titular brasileiro na Copa do Mundo de 1982, indo para ela como jogador do São Paulo. Seguiu atuando pelo Tricolor até 1984, quando acabou negociado com o América, do Rio de Janeiro. No total, defendeu o gol são-paulino em 617 jogos, o que faz dele o segundo jogador que mais atuou no clube, estando atrás apenas, é claro, de Rogério Ceni (teve o posto de jogador que mais atuou por muito tempo antes de Ceni passar). Waldir nos deixou em 2017, vítima de um infarto. 
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