Pacaembu chega a 40% das obras e terá grama sintética

Com informações do GE.com
Foto: Marcos Ribolli / GE.com

As obras no Pacaembu

O Pacaembu passará a ter grama sintética quando for reinaugurado, em 2024. De acordo com Eduardo Barella, CEO da Allegra Pacaembu, empresa que adquiriu a concessão do local, as obras já avançaram a 40%. A previsão de reinauguração do complexo está mantida para janeiro do ano que vem – a intenção é que a partida de reabertura seja a final da Copinha, tradicionalmente disputada no estádio no dia 25, aniversário de São Paulo.

Atualmente, um grande pavilhão utilizado para shows e eventos ocupa o espaço que era o do gramado. Essa estrutura será desmontada a partir de setembro. No mês seguinte, o plano é iniciar a instalação do novo gramado. "Nosso campo será de grama sintética e para isso buscamos benchmarking (estudo de mercado) fora do Brasil, na Europa e nos EUA", diz Barella.

O Allianz Parque, estádio do Palmeiras, é citado como exemplo. Assim como o Pacaembu pretende fazer, o Allianz tem shows como importante fonte de receita. O piso sintético tem manutenção mais simples em situações como essa – o estádio do Palmeiras fez a troca da grama natural pela sintética em 2020. "Já temos bem encaminhado esse tema. O campo continuará na mesma localização, até porque não estamos fazendo nenhuma intervenção significativa nas torres de iluminação", explica Barella.

"Não vamos ter mais o alambrado. A distância (da arquibancada para o campo) vai permanecer a mesma. Mas na lateral, estamos retomando a pista de atletismo, que terá seis raias, e a área entre a arquibancada e no antigo gradil vamos rebaixar em um metro, vai ter como um 'fossinho'".

As arquibancadas laterais foram demolidas para escavação e construção de estrutura que terá bares e sanitários. Elas depois serão reconstruídas com a mesma geometria anterior, atendendo exigências de órgãos de preservação de patrimônio, já que o Pacaembu é tombado.

Abaixo da arquibancada laranja, à esquerda da entrada principal do estádio, ficará uma arena de e-sports. Do outro lado, onde era a arquibancada manga, sob a marquise, serão instalados camarotes. Assim como antes da reforma, o local onde ficavam as arquibancadas verde e amarela, na curva da ferradura, continuarão sem cadeiras. A capacidade total do estádio será de cerca de 26 mil torcedores.

As cores das arquibancadas vão mudar. A concessionária está analisando as opções entre cores terrosas – que remetem aos primeiros anos do estádio, mas que também cumprem a função de não identificar o estádio a clubes específicos, uma preocupação da empresa que tenta vender o novo Pacaembu como um estádio para todas as torcidas.

Novos negócios - Nesse sentido, a administração do estádio tem apresentado um plano de negócios a clubes de futebol da elite para tentar atraí-los. A ideia é que o estádio deixe de cobrar o aluguel para jogos e se torne sócio dos clubes no dia da partida, dividindo custos e receitas – desde a bilheteria até a venda de alimentos, bebidas e ativações de patrocinadores.

Equipes paulistas, como o Santos, que tem projeto de reforma da Vila Belmiro, Palmeiras e São Paulo, que frequentemente alugam seus estádios para shows, são clientes óbvios, mas a intenção é seduzir clubes de outros estados. O Cruzeiro demonstrou interesse, e que times como Flamengo e Bahia estão nos planos.

Uma previsão conservadora é de que o Pacaembu receba cerca de 20 partidas de futebol por ano, mas com planos de ampliar esse número. O futebol ainda será a principal atividade do Pacaembu. Para 2024, porém, já estão contratados 80 shows que serão realizados no local. "A previsão é ter 800 shows em dez anos. Eles serão realizados no centro de eventos e convenções, localizado no edifício multifuncional e em demais espaços do complexo".

"Hoje estamos com aproximadamente 40% de avanço das obras, estamos agora finalizando toda a parte que envolve movimentação de terra. Demolição, fundações, contenções. E agora, em abril, vamos começar a subir as estruturas de pré-moldados do edifício principal", afirma Barella, sobre o prédio que substituirá o Tobogã, lance de arquibancadas demolido em 2021.


O edifício multifuncional abrigará um hotel com cerca de 80 quartos e um centro de reabilitação esportiva, além de estacionamento, bares e restaurantes. A escavação está no fim, e a previsão é de que as estruturas pré-moldadas comecem a ser montadas em abril. "A maior intervenção do projeto era a demolição do Tobogã e a escavação para a construção do estacionamento e do centro de convenções e eventos que existirá abaixo desse edifício multifuncional".

Ao mesmo tempo, estão sendo feitas as reformas do complexo esportivo, que continuará sendo de uso público. "Também estamos executando neste momento as obras do clube. O tênis, o ginásio e a piscina estão passando por um grande restauro das estruturas de madeira, no piso, nos banheiros".

Espera-se receber 7.500 pessoas por dia no local. A concessão do Pacaembu se iniciou em 2020 e as obras são orçadas em R$ 500 milhões. No ano passado, a Allegra requereu à prefeitura de São Paulo alterações para reequilíbrio do contrato que incluíam a possibilidade de inclusão da praça Charles Miller, em frente ao estádio, para exploração comercial, ou mais 15 anos de concessão ou desconto no valor de outorga ainda a ser pago.

A empresa justifica o pedido por prejuízos causados pela pandemia de Covid-19, a demora na emissão de alvarás para início das obras e por erro na metragem da área concedida. Em setembro, o prefeito Ricardo Nunes declarou ser contra a concessão da praça, mas ainda há discussões sobre o tema.
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