As Copas do Mundo de Carlos Alberto Parreira

Por Ricardo Pilotto
Foto: Arquivo

Parreira quando dirigiu a África do Sul em 2010

Carioca de nascimento, o ex-treinador e auxiliar técnico Carlos Alberto Gomes Parreira, popularmente conhecido apenas como Carlos Alberto Parreira, está completando 80 anos de idade nesta segunda-feira, dia 27 de fevereiro de 2023. Em sua trajetória no futebol, ele participou de sete Copas do Mundo, sendo em uma delas como coordenador técnico de Felipão.

Vale lembrar que Parreira estava na Comissão Técnica da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1970, mas não como treinador, coordenador ou até mesmo auxiliar. Ele fazia parte da equipe de preparadores físicos, comandada por Admildo Chirol. Desta equipe também saiu outro treinador de Mundial: Cláudio Coutinho, que dirigiu o Brasil em 1978.

Parreira estreou como treinador de seleções em Copas do Mundo da FIFA em 1982, ano em que o principal evento futebolístico foi sediado na Espanha e conquistado pela Seleção Italiana. Naquela edição, o brasileiro comandava o Kuwait e não teve muita sorte, uma vez que acabou sendo sorteado em um Grupo que tinha Inglaterra, França e Tchecoslováquia. Ao longo da campanha, os kwaitianos tiveram um empate e duas derrotas. Com um ponto, os asiáticos acabaram sendo o lanterna da chave. Depois disso, Parreira permaneceu no comando do Kwait por mais um ano como treinador, já que em 1985, assumiu o cargo de treinador dos Emirados Árabes Unidos, mas não teve sucesso para ir ao Mundial de 1986.

Em 1990, exatamente quatro anos depois do insucesso nas Eliminatórias para a Copa de 86, Carlos Alberto Parreira voltou a ser técnico dos Emirados Árabes Unidos para a disputa da Copa do Mundo de 1990, na Itália. Porém, este torneio ficou marcado pelo fato de sua Seleção ter sido a pior equipe da competição, já que foi derrotada nos três jogos e sofrido 11 gols eliminação na primeira fase.

Com mais experiência em Copas do Mundo, Parreira comandou a equipe Canarinho que se classificou e conquistou o Mundial de 1994, exatamente vinte e quatro anos depois da última vez que a Amarelinha havia vencido uma edição do torneio. Romário, que foi convocado depois de enorme mobilização popular, ganhou a Bola de Ouro do torneio e pouco depois foi eleito pela FIFA como o melhor jogador do mundo. Mesmo com a presença de Parreira, até hoje muitos torcedores afirmam que se não fosse o Baixinho, a Seleção não se classificaria. Toda a convicção e demora para convocar o atleta fez com que sua aceitação perante a torcida, que chegou a fazer protestos e pedir o retorno de Telê Santana perto da Copa diminuísse bastante.

Campeão do Mundo na ediçâo anterior, Parreira foi contratado para treinar a Arábia Saudita na Copa do Mundo de 1998, sediada na França. Porém as duas derrotas nos dois primeiros jogos custaram o emprego de Parreira, que sequer esteve à beira do campo no empate em 2 a 2 com a África do Sul.

Depois que o Brasil foi eliminado nas quartas de final do Mundial de 2006, o comandante foi muito criticado pela apatia e por demorar muito para fazer as substituições necessárias durante os jogo e acabou sendo demitido. Alguns críticos afirmaram que ele tinha um dos maiores selecionados brasileiros de todos os tempos à sua disposição, mas não conseguiu mostrar um futebol convincente, mesmo tendo feito isso a quatro anos atrás, conquistando títulos e mantendo o Brasil na primeira colocação no Ranking da FIFA. Porém, com a perda, recebeu duras críticas por manter jogadores como Cafu, Roberto Carlos e Ronaldo, veteranos que já não estavam no auge, como titulares.

A última Copa do Mundo de Parreira como treinador foi em 2010, quando comandou a África do Sul, anfitriã do torneio. Indo na base da emplogação dos torcedores que incentivavam a Seleção com vuvuzelas, os sul-africanos por muito pouco venceram o México na estreia, mas levaram o gol de empate no apagar das luzes. No jogo seguinte, os comandados de Parreira perderam para o Uruguai por 3 a 0. Na terceira e decisiva rodada, a África do Sul venceu a França, que era a atual vice-campeã mundial, por 2 a 1, mas acabou não avançando para a fase eliminatória, já que perdeu no critério saldo de gols para o México.

Em 2014, com a demissão do treinador Mano Menezes do cargo de treinador da Seleção Brasileira depois do último jogo do ano de 2012 (a conquista do Superclássico das Américas contra a Argentina em Buenos Aires), a CBF recontratou o Luiz Felipe Scolari, que conquistou o pentacampeonato em 2002, para o seu lugar. Para aceitar a proposta, Felipão pediu que a Confederação Brasileira de Futebol trouxesse Carlos Alberto Parreira para ser o coordenador-técnico. Na primeira coletiva de ambos em suas novas funções, em 29 de novembro de 2012, Felipão disse  que queria falar com Parreira sobre sua ideias e também que ele cooperasse em todas as principais atribuições do treinador. Parreira confirmou sua função de colaborador, mas fez questão de destacar que a última palavra seria sempre de Luiz Felipe Scolari. 


Pouco antes da Copa de 2014, Parreira afirmou que a seleção estava "com a mão na taça". Porém, após a goleada sofrida por 7 a 1 para a Alemanha nas semifinais, Parreira admitiu que o resultado foi muito desastroso, mas não deixou de defender o trabalho feito pela comissão técnica. Além disso, ele negou que sua fala demonstrou soberba. Mas, ele leu a suposta carta da Dona Lúcia, que muitos diziam que foi forjada. Este foi o seu último capítulo em Copas.
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