A histórica e vitoriosa passagem de Juninho Pernambucano pelo Lyon

Por Ricardo Pilotto
Foto: Arquivo

Juninho teve uma excelente passagem pelo Lyon

Nascido em Recife, Antônio Augusto Ribeiro Reis Júnior, popularmente conhecido como Juninho Pernambucano, está completando 48 anos de idade nesta segunda-feira, dia 30 de janeiro de 2023. Em sua carreira como atleta profissional, ele teve uma passagem de grande destaque pelo Lyon, já que ajudou o clube a mudar de patamar e conquistar vários títulos na primeira década dos anos 2000.

Revelado nas categorias de base do Sport Recife, Juninho foi promovido ao time profissional do Leão da Ilha , onde atuou entre 1993 e 1995. Em seguida, o meio campista se transferiu para o Vasco, clube no qual atuou até 2001, e também foi muito bem. Seus bons números com a camisa Cruzmaltina chamou a atenção do Lyon, que o contratou para reforçar a sua equipe.

Apesar de ter saído do Gigante da Colina pela "porta dos fundos" e ter ficado fora dos gramados por um tempo, Juninho foi convocado para defender Seleção Brasileira na Copa América de 2001 e chegou com confiança no clube francês, que mesmo sendo o atual vice-campeão nacional da época, não era um time muito conhecido do Brasil e nem na Europa. 

Seu principal objetivo era somente se estabelecer no no velho continente, algo que realmente aconteceu na sua primeira temporada: no meio de uma equipe bem limitada, o Reizinho da Colina vestiu a camisa 12 e foi muito importante na conquista do primeiro título da Ligue 1 da história do Lyon, em 2001-02. Logo depois, ajudou a agremiação da Auvérnia-Ródano-Alpes a vencer a Supercopa da França de 2002, com uma goleada para cima Lorient pelo placar de 5 a 1.

Seu ano seguinte foi ainda melhor: usando agora a camisa 8 que tanto gostava, foi bicampeão da Ligue 1, além de ter sido o artilheiro e líder de assistências da equipe, tanto no campeonato, quanto na temporada. Na Supercopa da França de 2003, deu dois passes para gol na vitória por 2 a 1 sobre o Auxerre, garantindo o mais um título ao Lyon.

Na temporada 2003-04, o OL venceu o terceiro troféu da Ligue 1. Dessa vez, Juninho não foi o artilheiro do time, mas se sagrou como o principal jogador daquela conquista e também foi o segundo goleador do time dos Gones no campeonato nacional. 

Depois deste ano, Juninho foi eleito o melhor estrangeiro de 2004 do futebol francês, registrado na seleção do torneio pela revista France Football, além de também ter sido considerado a personalidade do ano na cidade de Lyon. Na Supercopa da França, o troféu veio no jogo diante do Paris Saint-Germain, após disputa de pênaltis. Nesse mesmo ano, começou a campanha do quarto consecutivo da Ligue 1, chegando no mesmo recorde  do Saint-Étienne e do Marseille, sendo que no final da campanha, Juninho foi o artilheiro do time na liga e acabou sendo colocado na seleção do torneio novamente.

Como os outros times tradicionais estavam em baixa no cenário nacional, O Olympique Lyonnais não teve muitas dificuldades para bater o recorde de títulos consecutivos da Ligue 1. E isso aconteceu na temporada de 2005–06, uma das melhores do Pernambucano no clube, sendo eleito o melhor atleta da mesma e, pelo quinto ano seguido, integrou a seleção do torneio. Sua fase no Lyon lhe deu uma vaga na Seleção Brasileira que disputaria a Copa das Confederações em 2005 e a Copa do Mundo de 2006.

O domínio no futebol francês durou mais duas temporadas, com as conquistas da Ligue 1 de 2006–07 e 2007–08. Mesmo nessas últimas duas temporadas, o capitão e já considerado ídolo, Juninho tinha ultrapassado a marca dos 32 anos de idade, mas ainda assim, foi destaque com seus passes para gol e cobranças de falta. Foi indicado a lista de 30 jogadores para o prêmio de melhor jogador do mundo pela FIFA em 2007, mas ficou apenas na 20ª colocação. 

Também foi muito importante na campanha do título da Copa da França na temporada 2007–08. Marcou o gol que levou o time para a decisão na vitória sobre o Sedan, pelo placar magro de 1 a 0 na semifinal. Na final, o Lyon bateu o Paris Saint-Germain e, Juninho, com a faixa de capitão Juninho, ergueu a taça. O OL havia feito até ali, com o auxílio do ídolo, o que nunca havia sido visto na história do futebol francês: o clube do brasileiro acabou conquistando o título nacional pela sexta vez seguida e depois ganhou mais uma Supercopa da França.

Em termos individuais, era difícil Juninho não se destacar, já que articulava e construía as jogadas ofensivas da equipe. Além disso, fazia gols contra times poderosos do futebol europeu como Real Madrid, Barcelona, Bayern de Munique e outras. Mesmo assim, o time francês não conseguia repetir os feitos do futebol nacional no cenário internacional.


No seu último ano na equipe de Lyon, Juninho teve atuações destacas, porém, desta vez, o clube não terminou pela primeira vez desde sua chegada, na primeira colocação da liga nacional. Seu time terminou na terceira posição na classificação geral, perdendo o título para o Bordeaux. Sua última partida com a camisa do Lyon aconteceu no triunfo sobre o Caen, realizado no dia 23 de maio de 2009, quando ele anotou o seu último e centésimo gol com a camisa do Lyon. Até os dias de hoje, Juninho é considerado pela torcida como o maior ídolo e jogador da história do clube. 

Após 343 partidas, 100 gols marcados e 14 títulos conquistados pelo time francês, Juninho Pernambucano ainda jogou em clubes como Al-Gharafa, o Vasco da Gama e o New York Red Bulls. Encerrou a sua carreira como jogador de futebol profissional em 2012, após sua terceira passagem pelo Vascão, onde também foi ídolo.
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