Depois de queda em 2020, gastos dos clubes da Série A crescem 11% em 2021

Com informações da XP Inc.

A taça do Brasileirão

A pandemia de Covid-19 levou os clubes da Série A a reduzirem custos em 2020. Contudo, a queda registrada (24%) não se manteve com a retomada das atividades. Em 2021, o aumento de gastos com salários e encargos de funcionários, valores de direito de imagem e premiações pagas por conquistas foi de 11%, de R$ 3,9 bilhões para R$ 4,3 bilhões. É o que mostra o Relatório Convocados XP: Finanças, História e Mercado do Futebol Brasileiro em 2021.

A pesquisa aponta que poucos clubes conseguiram consolidar custos menores no ano passado. O Internacional foi o destaque, tendo reduzido em quase R$ 40 milhões as suas despesas. Corinthians (-R$ 10 milhões), Santos (-R$ 8 milhões) e Bahia (-R$ 3 milhões) foram os demais clubes que também conseguiram reduzir suas despesas entre os que disputaram a primeira divisão ano passado. O Peixe, aliás, reduziu pela metade o comprometimento das receitas com remuneração de atletas e pessoas. Em 2020, 82% do que era arrecadado pelo clube era destinado para pagamento da folha salarial. Esse dado caiu para 41% em 2021.

Já Atlético Mineiro (+R$ 71 milhões), São Paulo (+R$ 57 milhões), Grêmio (+17 milhões) e Fluminense (+82 milhões) estiveram entre aqueles que mais operaram acima da média de gastos em relação às suas receitas.

O Palmeiras foi o clube que mais aumentou suas despesas, em R$ 196 milhões (R$ 555 milhões no total). No entanto, o alto valor arrecadado (R$ 911) faz com que o Verdão ainda tenha espaço para elevar seus castos, caso deseje, sem que isso represente risco de liquidez. O mesmo vale para o Flamengo, que teve receita superior a R$ 1 bilhão e despesas de R$ 545 milhões, aumento de R$ 53 milhões em relação a 2020.

"Sem crescimentos de receitas (alta de apenas 1% em 2021), os clubes precisam cortar custos. E os gastos com remuneração seguem abaixo dos 60% das receitas, o que indica que estão gastando com outras atividades”, avalia Cesar Grafietti, sócio da consultoria Convocados. Ele recorda que a UEFA (União das Associações Europeias de Futebol) definiu que clubes poderão destinar até 70% das receitas com salários, taxas de agentes e transferências, e, ainda assim, manter a sustentabilidade financeira.


A gestão das dívidas é outro ponto a ser observado, alerta Grafietti. Em 2021, os clubes das séries A e B somavam R$ 9,2 bilhões em dívidas contra os R$ 9,1 bilhões registrados em 2020. “Num cenário de receitas estagnadas, este é um volume que deveria assustar. Inclusive porque 60% dos clubes analisados levariam mais de sete anos para pagar suas dívidas se destinassem 20% das receitas a esse fim. Mas de que modo reservar esse valor às dívidas se os salários levam 60% e ainda há outras atividades e investimentos necessários?”, questiona. E emenda: “A resposta está na visão profissional e baseada em gestão. Os clubes precisam quebrar o ciclo de operar sem muitas preocupações com as dívidas”.
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