O caso Sandro Hiroshi em 1999

Por Ricardo Pilotto
Foto: arquivo

Sandro Hiroshi no jogo contra o São Paulo, em 1999, onde começou todo o imbróglio

Nascido em 19 de novembro de 1979, na cidade de Araguaína, em Tocantins, Sandro Hiroshi Parreão Oi, popularmente conhecido apenas como Sandro Hiroshi, está completando 42 anos de idade. O agora ex-jogador foi protagonista de um dos episódios mais polêmicos da história do futebol brasileiro e fez com que a Copa João Havelange fosse organizada em 2000.

Depois de se destacar pelo Rio Branco de Americana no Campeonato Paulista de 1999, Sandro despertou o interesse da equipe do São Paulo, que o contratou para a disputa do Brasileirão daquele mesmo ano. Porém, todos os problemas que virão à tona a partir de agora, vêm de alguns anos que haviam passados.

Toda a polêmica começa quando o ano de nascimento do atleta foi alterado para 1980, para que ele pudesse disputar um campeonato da categoria conhecida como dente de leite no ano de 1994. O grave ocorrido acabaria passando batido pelo Tocantinópolis, clube que o revelou, se a equipe não tivesse pedido aquele valor de "futura venda" pela ida de Hiroshi para o Tricolor Paulista, uma vez que era o time formador. Foi justamente nesta tal solicitação, que fez com que toda esse assunto da falsificação de documentos viesse a discussão.

Além de tudo, o São Paulo acabou sendo prejudicado por conta de perda de pontos, já que usou o jogador de maneira irregular na goleada por 6 a 1 aplicada em cima do Botafogo e no empate em 2 a 2 diante do Internacional. Assim que o Alvinegro e o Colorado ficaram sabendo de todo o imbróglio, solicitaram que seus pontos perdidos fossem recuperados nestes jogos com o time da capital paulista. Consequentemente, a Comissão Disciplinar do TJD deu o ganhou de causa para o time carioca e à equipe gaúcha. O Fogão somou os três pontos, se livrando do rebaixamento e empurrou o Gama para a segunda divisão. E o Inter, ganhou os dois pontos pedidos.

Porém, a história não acabou aí. O time do Distrito Federal, completamente descontente com toda aquela situação de devolução de pontos, foi a Justiça Comum contra a CBF, organizadora do Campeonato Brasileiro. O Gamão teve sucesso com a sua ação e todo o processo fez com que a Confederação Brasileira de Futebol não pudesse fazer nada com relação a edição seguinte da sua principal competição nacional. No final, o "Clube dos Treze" criaram a Copa João Havelange em 2000, que ainda incluiria times que estavam na segunda divisão como Bahia, América-MG e Fluminense, além das agremiações que haviam disputado a Série A do Brasileirão 2020.

Com toda a polêmica encerrada, o jogador foi punido pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva por 180 dias e ainda teve de responder por falsidade ideológica à Justiça Comum. Mesmo que o atleta estivesse afastado, o São Paulo continuou pagando o salário do atleta e também ajudou com apoio psicológico. Quando retornou aos gramados, ainda jogou pelo Tricolor até 2002, mas não conseguiu ter boas atuações pelo time do Morumbi.


Assim que seu vínculo com o time da capital paulista terminou, ainda atuou em clubes como Flamengo, Figueirense, Al-Jazira, Guarani, Santo André e também no Red Bull Brasil. Em 2013, encerrou sua carreira como jogador de futebol profissional após defender novamente o Rio Branco de Americana.

Vale lembrar que após este caso, muitos outros jogadores foram pegos com documentos falsificados depois de uma a investigação em um cartório localizado no Maranhão. Inclusive, alguns atletas que jogaram nas seleções de base do Brasil em competições oficiais acabaram sendo descobertos pelo mesmo problema de Sandro Hiroshi.
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