Há cinco anos, gol de peixinho de Aldir deixava Briosa a um passo do acesso

Por Victor de Andrade
Foto: reprodução Instagram

O peixinho de Aldir, de branco, que deixou a Briosa bem próxima do acesso

O ano de 2016 foi de rendenção para a Portuguesa Santista. Depois de seis temporadas, a Briosa finalmente conseguia sair da Segunda Divisão estadual e ainda com o título da competição. E em 17 de setembro daquele ano, a equipe Rubro Verde teve uma das vitórias mais importantes daquela caminhada, no jogo de ida da semifinal, contra o Taboão da Serra, fora de casa, no Estádio Vereador José Ferez. O gol do triunfo saiu aos 44 do segundo tempo, marcado pelo centroavante Aldir, que saiu do banco de reservas e balançou as redes com um espetacular peixinho, emocionando os torcedores que subiram a serra para acompanhar o time de coração naquele dia.

Então já experiente na Segunda Divisão Paulista, apesar de, na época, ter apenas 24 anos, Aldir vinha de um acesso no ano anterior, com o Olímpia, e chegou na Briosa com a competição em andamento. "Cheguei na Portuguesa Santista com a competição em andamento e acertei tudo em conversas com os dirigentes do clube e com o Ricardo Costa, treinador com quem já tinha trabalhado. Eles me fizeram uma boa proposta e apresentaram o projeto e as pretensões da equipe na competição. Tudo o que ofereceram me agradou e passei a fazer parte do elenco", explica.

O centroavante explica que a campanha que a Portuguesa já estava fazendo na competição o deixou contente. "O que me chamou a atenção foi a campanha que a equipe estava fazendo e isto me despertou o interesse de fazer parte do grupo. Este foi, com certeza, fator importante para eu aceitar a proposta e assim, acabei participando de um dos momentos marcantes da história do clube", afirma.

Aldir era um dos jogadores do elenco acima dos 23 anos, o regulamento previa que apenas três jogadores acima de 23 anos podiam ser relacionados para as partidas e como Willian, o outro centroavante do elenco, era o artilheiro da competição, Aldir era pouco aproveitado nos jogos. Ele fala que não foi uma situação fácil, mas estava sempre se preparando. "Vou ser sincero, a situação não era fácil. Eu queria estar presente em todos os jogos, mas sabia que havia esta possibilidade de não estar nas partidas quando aceitei o convite. Porém, nunca deixei de trabalhar, sempre focado, pois sabia que uma hora eu teria a oportunidade e quando precisassem de mim estaria pronto, porque vestiar a camisa da Portuguesa Santista e fazer o que fizemos, não é para qualquer um. Porém, eu ficava chateado, pois queria estar jogando, mas eu entendia o treinador e estava contente de fazer parte daquele elenco de alto nível", diz.


Depois de eliminar o Mauaense nas quartas, a Briosa teria um confronto contra o Taboão. Dias antes do jogo, Willian sentiu uma lesão e já se sabia que não poderia jogar os 90 minutos. Com isto, o treinador Ricardo Costa preparou Aldir para o jogo. "Na semana do jogo contra o Taboão, quando o Ricardo Costa me colocou no time reserva do coletivo, ele me chamou, conversou comigo e falou que haveria a possibilidade de ir para o jogo. Isto me empolgou e fiz uma ótima semana de trabalho, foquei ainda mais e sabia que era a minha grande oportunidade naquela competição. Fiquei ansioso, pois aquele jogo poderia deixar o time muito próximo do acesso, como aconteceu. Estava contente de saber que poderia jogar contra o Taboão", argumenta.

Na partida, o 0 a 0 persistia e Aldir entrou no lugar de Willian aos 24' do segundo tempo e, exatos 20 minutos depois, ele fez um dos tentos mais importantes da história da Portuguesa Santista. "Foi um gol inesquecível! Comento sobre ele até hoje e sempre quando posso o vejo no YouTube. Uma bola lançada para o lateral-direito Israel, ele cruzou e eu me antecipei ao zagueiro dando um peixinho. Depois, 'fui para a galera', o pessoal do banco saiu correndo atrás de mim, me abraçando em seguida. Era final de jogo e logo em seguida fomos na torcida, que estava fazendo uma festa enorme. Uns gritavam, choravam de alegria e outros subiam no alambrado. É uma cena que tenho sempre em minha memória. E detalhe: foi um golaço!", fala o artilheiro daquele dia.

Confira o gol de Aldir

Aldir comenta quando teve noção da importância do feito. "No momento, eu não tive noção que aquele gol estava deixando a Briosa muito próxima do acesso. Depois sim, quando vi a alegria de todos, me parabezinando no ônibus, voltando para Santos, os torcedores emocionados, as postagens das mídias sociais, dizendo que estávamos com um pé na Série A3, foi quando percebi a dimensão do que aquele gol foi para mim e para a Portuguesa Santista. Fico contente com isso até hoje, pois foi um baita gol e muito importante. Chega a até arrepiar quando lembro do lance", explana o centroavante.

Esse gol contra o Taboão acabou tornando Aldir uma espécie e carrasco da equipe, já que no ano anterior ele já tinha 'aprontado' contra a equipe da grande São Paulo. "Joguei no Taboão e tive uma boa passagem, me receberam bem e quase consegui um acesso lá também. Eu nem gosto muito de falar, mas meu histórico contra a equipe realmente é bom e sempre em jogos decisivos. Pelo Olímpia, em 2015, fiz dois gols contra o Cão Pastor e a equipe conseguiu o acesso. No ano seguinte, algo semelhante com a Portuguesa Santista. Acabei virando um carrasco do Taboão", explica.

Mas, o gol deixou a Briosa muito próxima do acesso, que depois de concretizou ainda com o título, e Aldir guarda boas recordações daquele 2016. "Todos os jogos daquela campanha foram inesquecíveis. Eu torci para os companheiros conseguirem os resultados e quando fui acionado, pude colaborar. Nosso vestiário tinha um clima ótimo. Clima alegre, com todos dando o máximo no trabalho. Tínhamos certeza que a semana seria produtiva e nos jogos iríamos para conquistar a vitória. Por isso deu tão certo", afirma.


Aldir fala que a faixa de campeão só veio coroar tudo o que foi feito naquela competição. "O título veio para coroar a campanha que fizemos. A conquista foi muito importante para a Portuguesa Santista e nós jogadores. Os jogos da final não foram fáceis, pois o Desportivo Brasil tinha uma grande equipe. Mas nosso time era forte e com o Ulrico Mursa lotado, conseguimos ficar com a taça de campeão. Sinto saudades daquele momento, pois foi para coroar aquele grande elenco e todos que estavam envolvidos, como comissão técnica, diretoria e a torcida, que foi fundamental na campanha. Ela acompanhava o time em todos os jogos e em casa, com pressão, fazia a diferença. Eu costumo dizer que nunca vi nada igual nas divisões de acesso, pois a torcida jogava junto, nos bons e maus momentos. No fim, deixar todos contentes com o título é a melhor memória que tenho", finaliza.

Aquele 1 a 0 em 17 de setembro de 2021 deixava a Briosa podendo até perder por um gol no Estádio Ulrico Mursa, uma semana depois, que o acesso e a vaga na decisão estariam garantidos. Porém, quem imagina que foi fácil, está enganado. Mas isto é tema para um outro momento. Até mais!
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