Zózimo - Um ídolo do Bangu

Com informações do Memórias do Esporte
Foto: Getty Images

Zózimo foi o grande ídolo do Bangu no período pré-título de 1966

Zózimo Alves Calazans nasceu dia 19 de junho de 1932, na cidade de Plataforma (BA). Faleceu dia 17 de julho de 1977. Foi um zagueiro elegante que atuou nos anos 40, 50 e 60. Começou sua carreira jogando no São Cristóvão, depois foi para o Bangu do Rio de Janeiro. Aos 16 anos fez um teste na equipe carioca e foi aprovado. Zózimo era mais que inteligente: andava com elegância, tanto no gramado como na rua.

Ainda hoje é um dos maiores ídolos do clube de Moça Bonita, um clube que já teve grandes jogadores, como por exemplo; Domingos da Guia, Ademir da Guia, Paulo Borges, Fidelis, Jaime, Ocimar, Cabralzinho, Mário Tito, Aladim e tantos outros. Mas infelizmente hoje, o Bangu caiu no ostracismo e está ameaçado até de perder sua sede para uma igreja evangélica. Zózimo permanece como a lembrança de um tempo distante de orgulho em vermelho e branco.

Corria o ano de 1932 quando ele nasceu. Para os mais desavisados (que somos quase todos nós, simples mortais) era mais um menino, dentre tantos outros. Mas o tempo foi passando e o menino se distinguia dos demais: bom de bola, bom de escola, era a alegria de todos os que com ele tomavam contato. Corria o ano de 1948 quando ele apareceu no São Cristóvão: bom físico, bom nível cultural, talhado para a posição de armador, mistura de pensamento e ação, cabeça e pé em harmonia para um tratamento perfeito que a pelota merecia.

Quis o destino que o Bangu passasse a ser o seu lar. Era então o ano de 1950. E o Brasil acordou para a sua genialidade. E seu nome passou a ser uma constante, cada vez que era necessário fazer a escolha dos melhores. Em cada seleção convocada, invariavelmente estava o seu nome. Não mais como armador, mas como quarto zagueiro, posição a que tinha se dedicado. Ao contrário da maioria dos jogadores da época, o seu desenvolvimento não se fazia apenas em relação aos pés: desenvolvia-se culturalmente, ficava tão alegre ao receber uma aprovação nos diversos cursos que frequentava quanto ao receber os aplausos dos torcedores a cada nova boa jogada.

Jogava de cabeça erguida como os grandes craques. A bola estava sempre nos seus pés, sob controle. Ele a encarava e sabia sempre o que estava fazendo. Seus companheiros de time entendiam o recado de um simples olhar. Elegante ao andar normalmente pelas ruas, ao enfrentar os adversários e principalmente ao tratar a bola.

Na equipe carioca de Moça Bonita, ficou por longos 16 anos, mas apesar da longividade, não conseguiu conquistar nenhum título nesta equipe, mesmo jogando ao lado de grandes craques, como foi aquela equipe do Bangu de 1956, que tinha a seguinte formação; Aparecido, Ladeira, Gavilan, Zózimo e Edson; Mário Tito e Décío Esteves; Dorival, Zizinho, Mário e Nivio. Porem, com seu jeito clássico de jogar, foi convocado para a seleção brasileira e lá, conquistou os dois únicos títulos que teve em sua carreira, ou seja, os mundiais de 1958 e 1962.

Com a camisa do Bangu não conseguiu nenhum titulo, mas foi campeão do Torneio Quadrangular do Rio de Janeiro, em 1957, e do Torneio de Nova Iorque, em 1960, quando o alvirrubro goleou times como Sampdoria (ITA) e Sporting (POR). No entanto, seria para sempre seu maior ídolo.


Na época em que defendia o Bangu, Zózimo foi convocado para as Copas do Mundo de 1958 e 1962, sendo que na segunda foi titular e sagrou-se bicampeão. Em 1964, já com a idade avançada, foi negociado com um clube do interior paulista. Na época Zózimo foi jogar na Esportiva de Guaratinguetá. Ainda defenderia Flamengo, Fluminense, Portuguesa, Sport Boys do Peru, Porvenir Miraflores e CD Águila.

Nos últimos dias de vida, Zózimo tinha como meta a formação de novos jogadores. Talvez tentasse achar, dentre as centenas de garotos que passavam pelas suas mãos, alguém que tivesse o seu estilo. Talvez ainda não tivesse atentado para o fato de que estava à procura de alguma coisa muito difícil de achar, pois a reunião de tantas qualidades em uma única pessoa não acontece todos os dias: são exceções que a natureza não teria fôlego para fabricar em série. No dia 17 de julho de 1977 o destino o levou, depois de um trágico acidente automobilístico.
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