CBF e clubes querem criar um protocolo para a volta do público nos estádios no segundo semestre

Com informações de Marcel Rizzo / UOL
Foto: reprodução

Final da Libertadores teve 10% da capacidade do Maracanã

CBF e clubes querem criar um protocolo para o retorno gradual do público aos estádios. Importante: o plano é a médio prazo, não para o momento atual em que a segunda onda da pandemia de covid-19 tem matado em média 3 mil brasileiros por dia. A informação foi dada pelo jornalista Marcel Rizzo, colunista do UOL.

O assunto foi tratado no conselho técnico da Série A, na semana retrasada. Uma comissão deve ser formada para montar um projeto que seja considerado viável, mas já há ideias em um esboço.

A previsão otimista dos cartolas para reabrir os portões é em meados de setembro, para o segundo turno do Brasileirão portanto. Mas tudo vai depender da vacinação da população: se antes de setembro boa parte dos brasileiros já estiver imunizado, pode até haver uma antecipação no projeto. Para isso, porém, CBF e clubes acham importante criar o protocolo e definir se haverá restrição de acesso num primeiro momento.

Um documento sobre o retorno do público a ser divulgado nas próximas semanas tem que responder importantes perguntas, na avaliação dos interessados:

1) Num primeiro momento é mais seguro liberar acesso aos estádios apenas de pessoas vacinadas? É possível criar uma logística para isso? Alguns países, como os EUA, estão criando aplicativos que identifiquem pessoas vacinadas para entrada em arenas esportivas. Ou é mais viável liberar o acesso "apenas" a pessoas com teste PCR para covid-19 negativo?

2) Qual a capacidade de assentos a ser liberada que dê segurança aos torcedores, já que não se imagina que nos próximos meses, mesmo que a vacinação ganhe velocidade, haverá afrouxamento das regras de isolamento social?

A CBF usa como modelo o Mundial de Clubes da Fifa, disputado no Qatar em fevereiro e que teve acesso de público. São torneios com características diferentes, já que um é de tiro curto, de apenas dez dias em sede única, e o Brasileirão dura meses em um país de tamanho continental como o Brasil. Mas há lições a se tirar:

- a Fifa liberou 50% da capacidade dos estádios, apenas a residentes no Qatar. Inicialmente iria liberar 30%, mas a alguns dias do torneio começar aumentou essa capacidade de assentos justamente porque boa parte da população recebeu a vacina.

- Era exigido um teste PCR negativo feito até 72 horas antes do jogo, mas se o torcedor já tivesse as duas doses de vacina havia a liberação para acompanhar as partidas.

A CBF quer que além de médicos, participem do debate membros do Ministério Público. Entidade e clubes querem ter o aval de promotores para o projeto, já que em alguns estados é o MP que tem recomendado aos governos que o futebol pare por causa da pandemia. A ideia inicial é que se libere 30% da capacidade dos estádios e depois aumente gradualmente — ninguém acredita que passe dos 50% em 2021.


Abrir os portões é importante para minimizar o prejuízo dos clubes, que se repetirá em 2021. Em 2020, por exemplo, o Flamengo deixou de ganhar cerca de R$ 100 milhões sem receber torcedores no Maracanã. O Palmeiras teve queda na receita de aproximadamente R$ 75 milhões com os portões do Allianz Parque fechados.

A CBF quer cautela no assunto, por isso, foi contra o plano do governo do Distrito Federal de liberar 10% da capacidade do estádio Mané Garrincha — cerca de 7 mil pessoas — na Supercopa entre Flamengo e Palmeiras, em 11 de abril. Intenção era autorizar a entrada apenas de profissionais da saúde já vacinados, como convidados. A CBF avaliou que a repercussão seria negativa e atrapalharia o plano de criar um protocolo para volta gradual do público a partir de setembro.
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