O dia em que o ASA de Arapiraca calou o Parque Antarctica

Com informações da Folha de São Paulo
Foto: arquivo Estadão

Mesmo com a derrota, ASA eliminava o Palmeiras no Parque Antarctica

O dia 20 de fevereiro de 2002 é um dos mais tristes da história do Palmeiras, mas é também um dos mais felizes da Associação Sportiva Arapiraquense. Nesta data, o ASA de Arapiraca aplicou uma das maiores zebras da Copa do Brasil, eliminando o Verdão em pleno Parque Antarctita na primeira fase da edição daquele ano, mesmo perdendo o jogo pelo placar de 2 a 1.

E tudo isto aconteceu porque no primeiro jogo entre as duas equipes, realizado exatamente uma semana antes, em 13 de fevereiro, no Fumeirão, em Arapiraca, o ASA, então bicampeão alagoano, mas ainda longe de atingir o cenário nacional, que aconteceu anos depois ao cegar à Série B do Brasileirão, bateu o Palmeiras pelo placar de 1 a 0, gol de Sandro Gaúcho (que não é aquele ex-Santo André). Esse placar deu a vantagem ao time alagoano no jogo de volta ou, ao menos, perder por um gol de diferença desde que balançasse as redes. E foi o que aconteceu.

Ao contrário do que se esperava, o Palmeiras, mesmo precisando vencer por dois gols no Parque Antarctita, não partiu para cima do adversário nos primeiros momentos. Acreditou que faria o gol de maneira natural e, de certa forma, foi isso que aconteceu. Aos 10 minutos, num levantamento de Arce, Galeano, sem tirar os pés do chão, desviou de cabeça e abriu o placar. Nada mais natural que fazer um gol após jogada do lateral paraguaio.

Em vez de partir para o ataque e definir a partida, o time de Wanderley Luxemburgo foi muito discreto. Preferiu trocar passes lentos no meio-campo e, não fosse Arce, sequer teria criado mais algum lance de perigo. Foram os cruzamentos do lateral que garantiram um pouco mais de emoção à partida, e também trabalho ao atabalhoado goleiro Márcio.

A partida virou um festival de faltas desnecessárias, tanto que o juiz mostrou cinco cartões amarelos na etapa inicial e ainda fez vista grossa em pelo menos dois outros lances que mereciam advertência. Quando o primeiro tempo se encaminhava para o final, Fuscão arrancou num contra-ataque e chutou em cima de Marcos. O rebote sobrou para Sandro Goiano, aos 43min, tocar e empatar. Incrédula, a torcida do Palmeiras não teve forças nem mesmo para protestar

O Palmeiras voltou para o segundo tempo com duas substituições (Fernandes e Juliano), mas por muito pouco o ASA não vira o jogo, novamente com Sandro Goiano, logo a um minuto. O time paulista foi salvo por Marcos, que defendeu em cima da linha.


Luxemburgo foi obrigado a fazer outra substituição já que Magrão, contundido, teve de dar lugar a Muñoz. Mas pouca coisa mudou no Palmeiras. A expulsão de Jânio, aos 13min, abriu espaços para a equipe paulista, que só utilizou o lado direito do campo, coincidentemente, o setor de Arce.

E foi num cruzamento do paraguaio que saiu o segundo gol. Todo mundo observou a bola passar pela grande área, menos o zagueiro César, que conferiu e deu esperanças à torcida. Mas, sem criatividade, o Palmeiras sucumbiu diante de um adversário determinado _ mesmo com um jogador a menos _ e que não teve vergonha de despachar a bola com bicões e chutes sem qualquer orientação técnica ou tática.

O 2 a 1, com o gol fora de casa, deu a classificação ao ASA, que não durou muito na Copa do Brasil daquele ano. Na fase seguinte, acabou sendo eliminado pelo sergipano Confiança, vencendo o primeiro jogo por 2 a 1, mas levando uma sonora goleada de 4 a 0 na segunda partida. Já para o Palmeiras, aquela eliminação seria um prenúncio de que 2002 não seria uma boa temporada, já que no fim do ano o Verdão foi rebaixado no Brasileirão.
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