Miklos Feher e a fatalidade que derrubou o ascender de uma promessa húngara

Por Lucas Paes
Foto: Sapo.Pt

Feher com a camisa do Benfica

A Hungria já foi um dos maiores expoentes do futebol bonito na história. O país foi casa do espetacular time de Puskas e os Magiares na Copa do Mundo de 1954 e encantou o mundo por algumas vezes. Ainda hoje, consegue emplacar algumas revelações no futebol. Há alguns anos, foi o caso de Miklos Feher, que completaria 41 anos neste dia 20, despontou em seu país de origem e foi observado pelo Porto, mas quando começava a viver sua ascensão no Benfica acabou sendo vítima do próprio coração, que parou e deixou os encarnados viúvos de uma esperança e os húngaros viúvos de uma promessa.

Feher começou a jogar futebol no time de sua cidade, o Gyori ETO, em 1995, com apenas 16 anos, e já na época era observado por olheiros do Porto que se interessavam em adquirir o talento do garoto húngaro. Depois de três anos, 62 jogos e 23 gols pelo clube de sua cidade natal, os Dragões o levaram em 1998, quando o húngaro ainda tinha apenas 18 anos de idade.

Porém, chegando jovem ao Dragão, nunca conseguiu se firmar com a camisa azul e branca. Jogou efetivamente apenas 10 vezes com a camisa portista e passou a maior parte do tempo em que estava no clube em empréstimos, por Salgueiro e principalmente pelo Braga, onde finalmente se firmou e acabou chamando atenção de outro grande português: o Benfica, que adquiriu interesse em tirar o húngaro dos rivais. A negociação acabou ocorrendo depois que o presidente portista brigou com o empresário de Feher.

No Benfica, foi onde o meio-campista húngaro começou a ensaiar uma boa ascensão, fazendo uma boa temorada 2002/2003 e sendo um dos destaques do time no ano de 2003, em 25 de janeiro de 2004, estava em Guimarães para uma partida contra o Vitória quando entrou em campo e inclusive deu assistência para o gol de Fernando Aguiar. Porém, já nos acréscimos, após receber um cartão amarelo, caiu no gramado para nunca mais se levantar. Ali se apagava a possível futura estrela húngara, num dos momentos mais tristes e assustadores do futebol mundial.


Aos 24 anos, Miklos foi vítima de uma parada cardíaca. Seu velório foi no Estádio da Luz, onde diversas personalidades do futebol português foram prestar homenagens, incluindo dirigentes e o treinador José Mourinho, do Porto. O Benfica aposentou a camisa 29 de Feher e ainda deu a sua família a medalha do título português da temporada 2004/2005. Seu clube de origem, o Gyori Eto, tem o nome de Miklos Feher Academy em suas categorias de base.

O futebol de alto nível, por sua vez vê como cada vez menos comuns as mortes dentro de campo. Diversos protocolos foram criados desde o ano de 2004, que também teve a chocante tragédia de Serginho no Brasil. Desde então, se reduziram, pelo menos nos torneios maiores. A ocasião mais chocante após 2004 se deu com Antônio Puerta, do Sevilla, que chegou inclusive a sair andando de campo. Um caso evitado foi o do jovem De La Red, do Real Madrid, que teve problemas cardíacos detectados em exames e hoje trabalha na parte diretiva do clube.
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