50 anos do Tri - Tostão brilha e Brasil supera o Peru de Didi

Com informações da CBF
Foto: Fifa.com

Tostão, ao centro, foi o grande destaque do Brasil contra o Peru

Debaixo de sol a pino, um choque sul-americano no Jalisco, em Guadalajara. Em jogo, a definição de uma vaga nas semifinais da Copa do Mundo de 1970. Há 50 anos, o Brasil derrotava o Peru, que era dirigido pelo ídolo brasileiro Didi, por 4 a 2, pelas quartas de final do Mundial. Os gols brasileiros foram marcados por Rivellino, Tostão (2) e Jairzinho. Os peruanos descontaram com Gallardo e Cubillas. Com o resultado, o Brasil assegurou a passagem para a próxima fase, onde teria pela frente o Uruguai, que eliminou a União Soviética na prorrogação.

A partida marcou o retorno de Gérson e Rivellino ao time titular da Seleção Brasileira. Os dois não entraram em campo contra a Romênia por lesão e suas ausências foram muito sentidas. Outro jogador que estava com o departamento médico, Everaldo teve de ver a partida do banco. Marco Antônio foi titular em seu lugar.

Os dois craques que estavam de volta se fizeram presentes rapidamente na partida. Com apenas quatro minutos de jogo, Gérson recebeu no círculo central e decidiu testar a Canhotinha de Ouro. Lançou Pelé em velocidade. O passe de mais de 30 metros encontrou o Rei, que dominou no peito, venceu o zagueiro e bateu de chapa. O goleiro Rubiños se esticou todo e tocou com a ponta dos dedos para defender. A bola ainda bateu na trave antes de cruzar a frente do gol peruano e encontrar Tostão, que não conseguiu acertar a meta.


Depois de Gérson, foi a vez da Patada Atômica dar seu cartão de visita. E em grande estilo. Aos 11 minutos, Pelé fez jogada pela direita e cruzou para a área. O lateral Campos tentou dominar, mas a bola escapou e sobrou para Tostão. Inteligente, o mineiro rolou para Rivellino, que bateu cruzado, firme, sem chances para o arqueiro peruano: 1 a 0.

Atrás no placar, o Peru tentou buscar o resultado da forma que melhor podia: jogando um futebol ofensivo, ao estilo do técnico Didi. No lance seguinte, os peruanos entraram tabelando pela intermediária brasileira. O passe de León encontrou Cubillas entrando sozinho na área e o camisa 10 da "Blanquirroja" ficou cara a cara com o gol. Com um tapa de lado externo do pé, ele até tentou tirar do goleiro brasileiro, mas foi parado por Félix.

A chance perdida por Cubillas custou caro ao time peruano. Com 15 minutos de jogo, o Brasil voltou a pressionar o Peru. Tostão cobrou curto um escanteio pela esquerda. Rivellino recebeu a bola e devolveu para o camisa 9, que entrou pela lateral da grande área. Quase sem ângulo, Tostão bateu em direção ao gol de Rubiños, que não protegeu bem seu canto e acabou batido.

Rapidamente, o Brasil construía um placar bem favorável nas quartas de final da Copa do Mundo. A Seleção comandada por Zagallo se aproveitou da ofensividade do Peru e aproveitou os espaços deixados no sistema defensivo. Mas, assim como aconteceu na partida contra a Romênia, o Brasil parece ter ficado confortável demais com a vantagem.

Didi era o técnico da Seleção Peruana (foto: arquivo)

O calor também pode ter pesado na queda de desempenho dos jogadores brasileiros. Fato é que o Peru começou a gostar da partida e não demorou para transformar as oportunidades em gol. Aos 28 minutos, Gallardo repetiu o golpe de Tostão. Recebeu pela canhota do ataque, com a marcação de Carlos Alberto. Levou a bola em direção à linha de fundo e bateu em gol, enganando Félix: 2 a 1.

O Brasil até tentou ampliar a vantagem antes do intervalo, mas não teve sorte. Em jogada magnífica, Tostão enfileirou a defesa peruana e entrou na área em velocidade. Com um toque de bico, tentou tirar de Rubiños, que fez boa intervenção. O goleiro não foi tão bem assim quando Pelé recebeu na entrada da área e bateu para o gol. O chute saiu forte, mas não muito colocado. Só que o arqueiro complicou seu trabalho, deixou a bola escapar das mãos e foi salvo pela trave direita.

Os espaços seguiram aparecendo para a Seleção Brasileira na volta do intervalo. Após boa jogada pela esquerda, Rivellino cruzou na área e o goleiro Rubiños, em uma jornada conturbada naquela tarde, espalmou mal. Jairzinho pegou o rebote mas finalizou para fora. Momentos depois, aos sete minutos, foi a vez do Furacão da Copa atuar como garçom. Jairzinho deu um passe milimétrico para Pelé, que entrou na área e bateu cruzado. A bola ainda desviou na marcação antes de encontrar Tostão sozinho debaixo do gol. O mineiro não desperdiçou a chance e deixou o Brasil novamente com dois gols de vantagem.


Mas os peruanos se recusavam a desistir da partida. Aos 25 minutos da segunda etapa, Sotil entrou tabelando pelo meio da defesa brasileira, que cortou mal. A bola sobrou no alto para Cubillas, que pegou de primeira para superar Félix. Com o 3 a 2 no placar, o Peru estava de volta na partida, totalmente aberta para as duas equipes. E a Blanquirroja ficou muito próxima do empate minutos depois, quando o próprio Cubillas recebeu na entrada da área, cortou para a esquerda e soltou uma bomba, que passou tirando tinta do gol brasileiro.

Mais uma vez, a oportunidade desperdiçada sairia com um preço muito alto para os peruanos. Como costuma dizer o próprio camisa 10, "se você fizesse quatro gols na Seleção de 70, eles farão oito". Foi justamente assim que o Brasil respondeu ao tento marcado pelo 10 peruano. Aos 30 minutos do segundo tempo, Jairzinho e Rivellino fizeram uma jogada combinada entre eles.

Riva recebeu pelo meio e, observando a corrida do Furacão, fez um lançamento por cima da zaga peruana. Jairzinho ficou livre para driblar Rubiños, tirar do zagueiro e praticamente entrar com bola e tudo no gol, definindo a partida. Após o apito final, brasileiros e peruanos se cumprimentaram dentro de campo, cientes do grande espetáculo que ofereceram a todos os presentes.
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