Onde a bola ainda rola - Belarus

Por Lucas Paes
Foto: Divulgação/Dinamo Brest

O campeonato da Bielorrússia segue a todo vapor, inclusive com torcida

Ontem, começamos por aqui uma série sobre os campeonatos que, até segunda ordem, ainda rolam pelo mundo. Hoje, o segundo episódio na série é sobre o Belarus, ou Bielorrússia, país fronteiriço com a Rússia e nação da antiga União Soviética. Mais uma vez, no caso do Belarus, o local tem no futebol e sua continuidade uma relação direta com postura governamental. No caso dos bielorrussos, o país é presidido por um governo que é basicamente totalitário e centralizado no presidente Alexander Lukashenko. Ele é um dos poucos chefes de estado do mundo que negam a pandemia e ações para combatê-la. Não surpreende, portanto, que a liga do país continue normalmente.

Para entender melhor o contexto político por trás disso, é preciso entender que a despeito do fim da URSS, Belarus ainda segue muito um padrão semelhante ao soviético, ainda que seja um exagero dizer que é necessariamente uma ditadura comunista. O contexto político bielorrusso é meio nebuloso, mas o fato é que Lukashenko se nega a tomar ações contra o Coronavirus, dizendo que a doença é uma psicose coletiva, que se mata o vírus com vodca e que o trabalho em um trator cura qualquer um, além de dizer que ninguém no país morreria de Covid. Ainda assim, segundo o mapa do Coronavírus do Google, são 3281 casos no país e 33 mortes, números obviamente não totalmente confiáveis. Segundo uma matéria veiculada no Jornal de Brasília, o presidente teve influência direta na continuidade da liga, quando já se havia consenso pela paralisação.


A despeito da medida da Nicarágua, que fica com jogos de portões fechados, a Bielorrússia continua com portões abertos. Tivemos jogos recentes com mais de 3 mil pessoas presentes, ainda que a média de 10 mil pessoas por jogo tenha abaixado bastante. Há torcidas que já falam abertamente sobre boicotar as próximas rodadas, mas até uma mudança de postura do governo federal, é difícil imaginar que o torneio seja completamente paralisado. Bom para os fãs de futebol mundo a fora, que fizeram com que a audiência da Premier League, não a inglesa, a de Belarus mesmo, aumentasse exponencialmente nos últimos dias.

O torneio em si, que segue um calendário relativamente parecido com o brasileiro, começando em março ou abril e terminando em novembro. A fórmula, por lá, é bem simples e direta: pontos corridos, todos contra todos, totalizando trinta rodadas e o campeão é, obviamente, quem pontua mais. Na edição de 2019, o campeão foi o Dínamo Brest, quebrando uma hegemonia longa do Bate Borisov. A equipe vinha de títulos seguidos desde 2006.


Em 2020, portanto, o campeonato tem disputadas apenas quatro rodadas. Até aqui, o líder é o Torpedo Belaz, empatado em pontos com o Energetyk-BGU. Atual campeão, o Dinamo Brest está em quinto, com o Bate estando em sétimo. Smolevich e Belshina Bobruisk são os dois integrantes da zona de rebaixamento, por enquanto. A segunda e terceira divisões estão programadas para começar neste fim de semana, também de maneira normal, incluindo a presença de público nos estádios.

Para quem quiser acompanhar o campeonato da Bielorrússia, a plataforma do MyCujoo, que transmite jogos das divisões inferiores do Paulistão e de diversos campeonatos estaduais pelo país, está, por enquanto, transmitindo o campeonato da Bielorrússia. Para acompanhar, basta acompanhar por este link. Porém, é preciso ter atenção pois não há ainda a certeza de que o campeonato siga sendo transmitido na plataforma. Em alguns países, o My Cujoo não tem os direitos, mas o Brasil é um dos países onde há essa prerrogativa. Obviamente, se o campeonato for paralisado, a transmissão também será.
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