A boa participação do Criciúma na Libertadores de 1992

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo SPFC


Duelo entre Criciúma e São Paulo em 1992


Comandado por Luis Felipe Scolari, em 1991, o Criciúma aprontou uma das primeiras, se não a primeira zebra da história da Copa do Brasil ao vencer o Grêmio na final. Com isso, o Tigre Catarinense se classificou para a Libertadores de 1992. Em um momento de auge do clube carvoeiro, os catarinenses fizerma uma participação bastante honrosa na competição continental, em dias que até hoje são inesquecíveis para um dos maiores, se não o maior, clube de Santa Catarina.

Já treinados por Levi Culpi, os tricolores caíram num grupo relativamente complicado, ao lado do São Paulo, campeão brasileiro, comandado por Telê Santana e dos bolivianos San José e Bolivar, o segundo uma figurinha carimbada na Libertadores. A estreia ocorreria no dia 6 de março, diante do Tricolor do Morumbi, que escalou um time misto, priorizando, pasmem, o Brasileirão, algo relativamente comum naquela época. E o mistério de como seria o Heriberto Hulse foi logo resolvido, já que virou um inferno para os são-paulinos.

O Criciúma não tomou conhecimento do mistão dos paulistas e aplicou sonoros 3 a 0. Jairo Lenzi fez o primeiro aos 41 minutos da primeira etapa. No começo da etapa final, Gelson ampliou, de pènalti. Adilson, aos 44 do segundo tempo, marcou o gol que fechou o marcador e deu a vitória aos carvoeiros. A zebra continuou passeando, saindo do Brasil e indo para a América do Sul, já com alguns se perguntando se o Criciúma era mesmo uma zebra.

Jogando bem, os catarinenses continuaram voando na competição. Na segunda rodada, no dia 24 de março, venceram o San José, em Oruro, por 2 a 1. Gelson e o sempre matador Jairo Lenzi marcaram os gols do Tigre. O primeiro turno foi concluido com um bom empate com o Bolívar, na altitude de La Paz, três dias depois, outra vez com o gol carvoeiro saindo dos pés do matador Jairo Lenzi. Era o primeiro turno quase perfeito para os campeões da Copa do Brasil de 1991.

A vitória de goleada sobre o São Paulo

No segundo turno começa, e é verdade, no dia primeiro de abril. Jogando no Morumbi e desta vez contra o São Paulo completo, o Criciúma acabou trucidado e perdeu por 4 a 0. No dia 10, a equipe voltou a jogar em Santa Catarina e não deixou a goleada sofrida desanimar o elenco, dessa vez vencendo por 5 a 0 o Bolívar. Everaldo marcou três vezes, Jairo Lenzi uma e Adilson Gomes outra. Já classificado, o Criciúma ainda garantiu o primeiro lugar com uma vitória por 2 a 1 pra cima do Bolívar, gols de Roberto Cavalo e Grizzo. Não só o Tigre se classificou, como o fez na primeira posição, com quatro vitórias, um empate e uma derrota e 9 pontos ganhos (a vitória valia dois).

Nas oitavas de final, quando muitos achavam que o sonho poderia acabar, veio o Sporting Cristal. No primeiro jogo, dentro de Lima, o Criciúma buscou uma vitória por 2 a 1, com gols de Everaldo e Jairo Lenzi, sempre ele, no dia 30 de Abril. No dia 4 de maio, veio o confronto de volta em Criciúma, com uma partidaça e vitória catarinense por 3 a 2. Wilson, Gelson e Everaldo marcaram os gols da vitória e da classificação.


Nas quartas de final, um velho conhecido, o São Paulo de Telê Santana. No primeiro jogo, no Morumbi, vitória simples tricolor, em um jogo difícilimo. Na volta, no Heriberto Hulse, o Criciúma até saiu na frente com Soares, em linda jogada de Jairo Lenzi, deu tempo de Cavalo meter uma bola na trave, antes de Palinha empatar no segundo tempo. O jogo foi complicadíssimo, mas o São Paulo, que seria campeão, segurou o empate e se classificou.

A campanha do Tricolor Carvoeiro na Libertadores foi provavelmente a maior já feita por uma surpresa brasileira na competição até então, considerando que o Guarani, quando participou, teve equipes das quais se esperava campanhas boas. Não seria nenhum absurdo caso os catarinenses houvessem eliminado o São Paulo, pelo que foi o jogo em Criciúma. Fica registrado pra história o ótimo desempenho do Criciúma naquela Libertadores, com 6 vitórias, dois empates e duas derrotas, marcando 19 gols e sofrendo apenas 12. Hoje, o torcedor carvoeiro espera dias melhores do Criciúma, que sofre em anos recentes. 
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