A ida de Gylmar ao Corinthians

Por Lucas Paes

Gylmar foi para o Timão como contrapeso na negociação por Ciciá e tornou-se ídolo
(foto: arquivo A Gazeta Esportiva)

Gylmar dos Santos Neves é um dos maiores goleiros da história do futebol brasileiro em todos os tempos e que, se estivesse vivo, completaria 88 anos em 22 de agosto de 2018. Campeão do mundo em 1958 e 1962, o atleta foi ídolo da torcida santista, onde fez parte do maior time da história do clube (e talvez da história do futebol) e também da torcida corintiana. Nascido em Santos, começou num dos times mais charmosos da história da cidade, o Jabaquara, numa longínqua década de 1950. 

Gylmar estreou aos 20 anos pelo Leão, numa fria enorme, jogando contra o São Paulo, no Pacaembu, duelo em que o Jabuca perdeu por 5 a 1. Mauro, goleiro titular, era chamado de "Fortaleza Voadora!, estava machucado. Foram 20 jogos no estadual de 1950 do jovem Gylmar, terminando como o goleiro mais vazado da competição, mas teve atuação magistral na vitória diante do Corinthians em Ulrico Mursa. 

Ele disputava vaga com o titular Mauro e isso gerava um problema para o Jabuca, já que muitos consideravam a "Fortaleza Voadora" melhor que o jovem promissor. Com isto, o Leão da Caneleira armou uma forma de "se livrar" do jovem arqueiro e, assim, evitar a concorrência com o experiente Mauro, ídolo Rubro Amarelo.

O Corinthians quis contratar o bom zagueiro Ciciá, mas o Jabaquara só o aceitava negociá-lo por um valor maior, nem que para isto fosse necessário incluir Gylmar na transação. Por causa desta situação, a venda demorou a ser fechada, pois os corintianos, a princípio, não queriam o jovem goleiro do Jabuca e não aceitavam pagar tanto apenas pelo defensor.

A situação mudou quando os outros goleiros corintianos, entre eles o ídolo Cabeção, ficaram sem contrato e o Timão resolveu retomar as negociações com o Jabaquara, mas desta vez aceitando Gylmar, para pressionar os outros goleiros do elenco a renovarem. O acordo foi fechado e Ciciá chegou com status de grande contratação, enquanto Gylmar pouco era falado e mal entendia como vivia o sonho de jogar no Corinthians, já na época um dos maiores times do estado. Mas o futuro mostraria que as previsões erraram. 

O que se mostrou dentro de campo foi bem diferente das projeções. Ciciá jogou apenas duas vezes com a camisa corintiana e ficou longe das expectativas, voltando logo em seguida para Santos, onde atuou na Portuguesa Santista e novamente no Jabaquara. Gylmar foi se firmando aos poucos, crescendo e virou ídolo do clube. Foram 10 anos jogando pelo Corinthians, fazendo um total de 395 jogos com o clube. Faria parte do esquadrão campeão em 1954, último antes da fila de 23 anos. 

Saiu brigado com o presidente, indo para o Santos. O resto, como sabemos, é história, pois qualquer escalação citada do período clássico do Alvinegro Praiano começa com Gylmar dos Santos Neves no gol.
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