Por Fábio Lázaro
Antes do último jogo do Santos, no sábado, jogaram sal grosso no entorno da Vila Belmiro
(foto: GloboEsporte.com)
Sal. A gosto. E há quem goste ou não. De sal. E também de agosto. Alguns dizem que é um mês sem sal, outros dizem que é salgado até demais. O fato é que, como tudo na vida, o calendário passa mais rápido para quem precisa de tempo e mais devagar pra quem tem pressa. E é em agosto que há o divisor de águas no futebol, quando tomamos dimensão de quem nada em mar de água doce e quem nada em mar de água salgada.
Um reflexo claro é quando você pega a Rodovia dos Imigrantes ou a Padre Anchieta na Operação Descida. Se na terra da garoa chove otimismo vindo da Cisplatina e temos um ambiente bem adocicado, nas curvas da estrada de Santos o ônibus do Futebol Clube precisou ser alvejado por sal grosso para temperar o astral do time e o seu desempenho dentro de campo.
E nem me fale da Rio-Santos, se o time de Pelé evita cruzar via terrestre com um heroico português, precisa saber que é pelo mar que Vasco da Gama (um time que já teve até pai de santo como massagista, o Pai Santana) a sua fama assim o fez. Assim, ambos nadam de braçadas em busca do nada. Mas enquanto se teme perder tudo, ficar com nada se torna lucro.
Pai Santana foi massagista do Vasco por vários anos
De baixo para cima vemos um limbo de times que parecem não querer nada com nada com a hora do Brasil, mas que no fundo querem tudo com tudo com o Brasileirão. O problema é que sal demais aumenta a pressão e açúcar demais gera diabetes. Ao dar um passo maior que a perna, certas equipes podem despencar, e no futebol a queda é bem maior do que uma mera expressão conotativa. Em busca do meio termo, essas equipes tendem a fazer o feijão com o arroz, sem muito tempero, mas o suficiente para matar a fome.
Chegando no alto, a briga que parece ser entre biscoito e bolacha tem dado cada vez mais espaço para o chimarrão, que se matem então para saber se será o Azul ou o Vermelho a duelar com o Tricolor e o Rubro-Negro. Claro, sem esquecer que o Galo é forte e vingador, o Palmeiras é grande e do Brasil o mais brasileiro é o Corinthians.
A gosto, então, agosto está acabando. A primeira metade do nosso campeonato nacional já foi, provando a todos que sal pouco é bobagem e que o que vale mesmo é curtir a hipertensão.
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