Válber - O craque que esteve perto do sucesso, mas não vingou

Por Lucas Paes

Válber após encerrar a carreira: dupla infernal com Rivaldo no início da carreira

Duas carreiras, dois jogadores promissores e que tiveram o início muito parecido. Enquanto um virou o melhor do mundo, o outro, que por muitas vezes foi qualificado como o melhor da dupla, até chegou perto do topo, mas não conseguiu manter uma boa sequência em grandes times. Estamos falando de Rivaldo e do tema deste texto: Válber.

Nascido em São Luiz, no Maranhão, em 6 de dezembro de 1971, Válber da Silva Costa começou no futebol no Santa Cruz, de Recife. Em 1991, surgiu para o futebol no time da Cobra Coral, já fazendo uma promissora dupla com o outro meia Rivaldo. Como o time pernambucano não estava passando por seus melhores dias, os dois acabaram indo, no mesmo ano, para o interior de São Paulo, mais precisamente para o Mogi Mirim.

No Santa Cruz, com os dois já atuando juntos

Em 1992, o Sapo encantaria o futebol paulista. Com um futebol moderno e envolvente, liderado pela dupla que tinha vindo de Pernambuco, o Mogi Mirim do técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão,  ganharia o apelido de Carrossel Caipira. Inspirados na Holanda de Rinus Michel, a equipe não guardava posição, confundindo os adversários. O time foi à fase final do Paulistão, sendo campeã do grupo amarelo e ganhou a Copa 90 anos da FPF.

Válber, por sua vez, foi artilheiro daquele campeonato, com 17 gols. Em 1993, já no módulo principal, o Mogi Mirim, principalmente em casa, fez grandes jogos contra as grandes equipes, o que chamou a atenção de vários clubes. Antes do Rio-São Paulo daquele ano, o Corinthians montou o famosos pacotão e contratou ele, Rivaldo, Leto e Admilson. Apenas Válber veio em definitivo, com os outros chegando por empréstimo.

No Mogi Mirim, no famoso Carrossel Caipira

Depois de um vice-campeonato no Rio-São Paulo, Mário Sérgio assumiu o Timão e resolveu usar como base de seu estilo de jogo os atletas que vieram de Mogi Mirim. O sucesso foi imediato: o Corinthians era um time que não perdia no Brasileirão daquele ano e Carlos Alberto Parreira, treinador da Seleção, convocou a dupla que jogava junto desde o Santa Cruz para um amistoso contra a Alemanha (derrota por 2 a 1). Os dois começaram no banco e apenas Válber entrou no decorrer da partida.

Porém, o final da temporada não foi tão feliz para Válber. Enquanto Rivaldo começou a despontar, apesar de o Corinthians ter perdido o Campeonato Brasileiro com apenas uma derrota em toda a campanha, e foi titular da Seleção em sua segunda convocação (amistoso contra o México, com gol dele), Válber nunca mais foi lembrado para a Amarelinha.

O famoso pacotão do Corinthians de 1993

Ao fim da temporada, o Corinthians vendeu Válber para o Yokohama Flügels, do Japão, e renovou o empréstimo de Rivaldo por mais seis meses. No meio de 1994, a surpresa: o Timão não tinha o dinheiro para comprar o meia e o Palmeiras, através da Parmalat, o comprou. Enquanto isso, Válber estava meio esquecido em terras nipônicas.

Porém, o destino sempre cruzava a vida futebolística dos dois jogadores e em 1995, Válber voltou ao Brasil para atuar novamente ao lado de Rivaldo, desta vez no Palmeiras. Porém, ele não foi bem no Verdão e saiu, indo para o Internacional e nunca mais atuou ao lado do parceiro. Depois do Colorado, foi para o Vasco, onde estreou bem e teve bons momentos, mas acabou deixando o clube em uma crise vivida pelo Cruzmaltino. Foram 48 jogos e 15 gols.

No Palmeiras, onde também atuou ao lado de Rivaldo

Retornou ao Japão, onde ficou entre 1997 e 1999. Na sua segunda passagem terras nipônicas, no Yokohama F. Marinos, Válber voltou a viver bons momentos. Voltou para o Brasil e passou por Goiás, Ponte Preta, Ituano, onde jogou de novo com Admilson e Leto (onde algumas manchetas apontavam: só falta o Rivaldo), Atlético Paranaense, de onde saiu antes do título brasileiro de 2001. Voltou ao Santa Cruz naquele ano e encerrou a carreira em 2004 no Mogi Mirim, com 33 anos.

Já Rivaldo, como a história diz, virou lenda. Do Palmeiras para o Lá Coruña. Depois virou Ídolo e melhor do mundo no Barcelona e foi um dos melhores (se não o melhor) jogadores do Brasil no penta da Copa do Mundo em 2002. Passou pelo Milan depois da Copa. Passaria por diversos clubes depois, indo bem no Olympiakos, onde fez boa dupla com Giovanni e virou ídolo dos Gávros. Coincidentemente, encerrou a carreira no Mogi Mirim, em 2015, marcado como uma lenda do futebol brasileiro.

O meia teve duas passagens pelo Japão

No fim das contas, Válber, que prometia serviam estrela, nunca conseguiu brilhar e explodir como prometia no espaço-tempo do futebol. Já seu colega Rivaldo virou um buraco negro que absorveu conquistas, idolatria e histórias suficientes para durar pela eternidade na memória dos torcedores.

Hoje, Válber é responsável por gerenciar a carreira de atletas com a empresa que fundou. Rivaldo por sua vez faz parta do time de lendas do Barcelona, que roda o mundo promovendo a marca do clube catalão. Lá atua ao lado de nomes como Kluivert, Giuly e é claro, seu companheiro em 2002, Ronaldinho Gaúcho.
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