O Cosmos enfrentando o Fast em Manaus

Oscar, do Cosmos, e Clodoaldo, que reforçou o Fast

O New York Cosmos, sem dúvida, foi uma sensação do futebol mundial entre a segunda metade da década de 70 e o início dos anos 80. Foi uma equipe que contou com diversas estrelas do esporte bretão, inclusive a maior delas: Pelé. Alguns, como o zagueiro Oscar e o meia Romerito, foram jogar no time da camisa verde no auge da carreira

Apesar de jogar em uma liga não tão forte quanto os campeonatos sul-americanos e europeus, o Cosmos chamava a atenção por onde jogava por causa da constelação de atletas que tinha em seu elenco. E isso não foi diferente em 1980, quando a equipe norte-americana veio para o Brasil.

Manaus foi uma das escalas do Cosmos no Brasil. Já sem Pelé, a equipe contava na época com Beckenbauer, Neeskens, Carlos Alberto Torres, Oscar, Romerito e Chinaglia enfrentaria o Fast Clube, uma das melhores do futebol amazônico e que teria o reforço do craque Clodoaldo.

Chinaglia sendo entrevistado

O responsável pelo amistoso foi o empresário e torcedor do Fast Joaquim Alencar. Amigo do treinador Júlio Mazzei e de Pelé, ele virou representante do Cosmos no Brasil quando a dupla deixou o Santos. Alencar convenceu os promotores a prestigiarem o Fast em detrimento das potências Flamengo e Corinthians. O governo amazonense patrocinou o evento e atrelou a imagem dos craques a ícones como o Teatro Amazonas.

Desde às primeiras horas da tarde de 9 de março de 1980 o movimento era grande nas imediações do Vivado Lima. Uma enorme fila de ônibus despejando torcedores que na correria procuravam as melhores acomodações. Tarde de muito calor e praticamente ninguém conseguiu ver o espetáculo sentado. Cada espaço era disputado com certo sacrifício. As notícias é que o Cosmos jogaria desfalcado do holandês Neeskens.

Carlos Alberto no aquecimento

Então, Fast e Cosmos entravam no gramado do Vivaldão para fazer o jogo com maior público do Amazonas, até então: 56.890 pagantes. Há até uma lenda que o estádio teria recebido mais de 80 mil pessoas naquele dia, e isto tem uma explicação: A marquise do estádio foi invadida por torcedores e, após corre-corre iniciado com boato de que a estrutura estava desabando, algumas pessoas tiveram escoriações e até fraturas.

A selva impressionou os visitantes, mas o calor ajudou os brasileiros, melhores em campo sobretudo após a expulsão de Carlos Alberto por agressão ao bandeirinha, na etapa inicial. Mesmo assim o placar permaneceu inalterado.

O Cosmos ainda faria mais duas partidas em território brasileiro: uma vitória por 2 a 1 sobre o Santos, na Vila Belmiro, e empate em 1 a 1 com o Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Mas foi a partida em Manaus que ficou para sempre na história.

Estádio estava lotado

Ficha Técnica

Fast Clube 0 x 0 NY Cosmos

Data: 9 de março de 1980
Local: Estádio Vivaldo Lima, o Vivaldão - Manaus-AM
Público: 56.890 pagantes
Árbitro: Odílio Mendonça da Silva (AM)
Cartão Vermelho: Carlos Alberto Silva

Fast Clube: Miguel Banana; Carlos Alberto, Joãozinho, Marcão e Judelci; Clodoaldo, Zé Luis e Tauirís (Fabinho); Rogério, Bené (Iranduba) e Orange (Pesado) - Técnico: Juarez Bandeira.

NY Cosmos: Birkenmayer; Eskandarian, Oscar, Carlos Alberto Torres e Wilson; Beckenbauer, Romerito e Rick Davis; Seninho, Chinaglia e Marck Liveric (Nelsi Moraes) - Técnico: Julio Mazzei.
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