Bia Menezes revela "expectativa" por lista olímpica

Com informações da Gazeta Esportiva

Foto: Gazeta Press

Bia Menezes defendendo a Seleção Brasileira

A lateral esquerda Bia Menezes vem fazendo uma boa temporada no São Paulo. A defensora foi contratada pelo Tricolor no início deste ano e chegou sem muita badalação, mas tem surpreendido: em 12 jogos, marcou três gols e ainda distribuiu uma assistência.

Como resultado de suas boas atuações, a atleta recebeu sua primeira convocação para defender a Seleção Brasileira feminina principal em fevereiro deste ano. Bia Menezes esteve com a equipe durante a disputa da Copa Ouro, em que o Brasil saiu com o vice-campeonato ao perder a final para os Estados Unidos.

Em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva, a lateral esquerda comentou o sentimento de vestir a Amarelinha pela primeira vez. A jogadora fez sua estreia no primeiro jogo da competição, contra Porto Rico - começou como titular e deixou o campo para a entrada de Yasmim aos 20 minutos do segundo tempo.

"Estar na Seleção Brasileira principal pela primeira vez foi uma realização muito grande. De certa forma, eu acreditava que em algum momento iria acontecer, mas sempre com um pé atrás, porque a gente sabe que a disputa para estar lá é muito grande, mas continuei trabalhando e acreditei muito nisso. Fiquei muito feliz. Passar pelas categorias de base pode ter me ajudado, mas estar na Seleção principal é uma experiência única. Você olha para o seu lado e tem a Debinha, aí você olha para o seu outro lado e tem a Marta", afirmou Bia.

"Têm jogadoras que possuem muito mais experiências com a camisa da Seleção Brasileira e naturalmente acontece um nervosismo. Eu não vou negar, fiquei um pouco nervosa, principalmente na estreia, mas acredito que consegui desempenhar bem. Assistindo o jogo depois, vi que meu desempenho foi bom. E aí tive feedback da Debinha, ela falou: 'Fica tranquila'. Foi uma menina que me passou muita confiança, muita tranquilidade... a Rafaelle também. Então ter essas jogadoras mais experientes apoiando as mais jovens traz mais confiança, porque você vê que elas já passaram por esse processo. E elas dando esse retorno para nós, fica tudo um pouco mais fácil", complementou.

Bia Menezes também foi enfática ao falar da importância dessa relação das jogadoras mais experientes com as recém-chegadas. Para isso, contou um episódio que teve com Debinha, atacante que defende as cores da Seleção feminina principal desde 2011.

"Acredito muito que elas viveram isso. E talvez elas não viveram da mesma maneira que eu estou vivendo, mas passaram por situações parecidas ou estão tentando fazer diferente do que elas já viveram. Essa troca faz com que a gente consiga ter mais serenidade. No dia da estreia, no corredor, a Debinha perguntou se eu estava nervosa. Aí eu falei que sim, estava um pouco. Ela disse: 'Confia. Você está aqui porque você tem futebol'. Ter essa fala de jogadoras mais experientes te dá uma tranquilidade porque você vê que ela demonstra uma confiança no seu trabalho, você não está ali à toa. Isso ajuda muito e essa troca, para mim, foi primordial", disse a atleta.

E a primeira convocação não poderia ter sido mais especial. No jogo contra o Panamá, pela terceira rodada da Copa Ouro, Bia foi às redes pela primeira vez vestindo verde e amarelo. "Foi um marco único e histórico na minha vida e na minha carreira. Eu esperava muito viver esse momento, não imaginava que seria logo na minha primeira convocação. Viver esse momento, podendo homenagear a minha mãe, foi indescritível. Não consigo descrever em palavras o que eu senti naquele momento".

Relação com Arthur Elias e os aguardados Jogos Olímpicos - A Copa Ouro, assim como a SheBelieves Cup e os amistosos disputados neste ano, servem como forma de preparação para os Jogos Olímpicos de Paris, que terão início em 26 de julho. O técnico Arthur Elias tem utilizado tais partidas para fazer testes e definir as 22 jogadoras (18 principais e quatro suplentes) que levará para as Olimpíadas.

Bia revelou ter expectativas de estar incluída na convocatória. "Tenho expectativa de estar na lista sim. Se não estiver, vou continuar trabalhando. Acredito que o trabalho é a resposta para tudo. Vou continuar dando meu melhor dentro do clube para que a Seleção se torne uma consequência do meu trabalho no São Paulo", disse.

"Tenho o sonho de representar a Seleção Brasileira em todas as competições possíveis. Trabalho muito para isso. Acredito que o atleta, a partir do momento em que ele não pensa em Seleção Brasileira, ele tem que parar, porque Seleção é o ápice da carreira, é importante representar o seu país. Se eu jogasse futebol de botão, estaria pensando em representar o Brasil. É um sonho que tenho, tanto em Olimpíada como em Copa do Mundo", seguiu Bia.

Por fim, a lateral esquerda também falou sobre sua relação com Arthur Elias. Os dois já trabalharam juntos no Audax e no Centro Olímpico entre 2014 e 2016. A atleta destacou o papel fundamental que o treinador teve em sua carreira.

"O Arthur é um cara que, no início da minha carreira, me fez virar uma chavinha de jogadora para atleta. Foi um cara que me cobrou muito, que falou que eu precisava estudar. Ele sempre me cobrava no sentido de tirar o melhor de mim. No começo da carreira, eu ficava muito nervosa com essa cobrança, porque muda a partir do momento em que você sobe da base para o profissional. A cobrança é diferente, ela é mais dura. Então ele me fez virar essa chavinha para entender que todas as fases, seja ela de análise de vídeo, de parte técnica ou tática, eram importantes, não só jogar futebol. Foi um cara que impactou muito a minha carreira", finalizou Bia.

Antes das Olimpíadas, porém, Bia ainda tem compromissos com o São Paulo. O próximo deles acontece nesta quarta-feira, pela quarta rodada do Campeonato Paulista feminino. O Tricolor visita a Ferroviária, às 16 horas (de Brasília), no Estádio Zezinho Magalhães.