Por Luiz Felipe Gaspar
Fotos: divulgação
Jogadores do Corinthians levantam a taça de campeão
Os anos 90 foram os últimos em que equipes brasileiras eram constantemente convidadas a disputar mini torneios no verão europeu, mais precisamente na Espanha. Em 1996 o Corinthians foi até a cidade de Cádiz para a disputa do Troféu Ramon de Carranza, tradicional competição jogada desde 1955, e que também contou com a equipe da cidade, o compatriota Betis e o Atlético Celaya, do México.
Era a segunda vez que a equipe paulista jogava o quadrangular, já que no ano de 1966 havia ficado na última posição, após um empate por 1 a 1 com o Real Madrid e a derrota nos pênaltis, e um novo revés frente ao Zaragoza por 2 a 0, na disputa do terceiro lugar.
O Corinthians viajou para a Espanha no meio da disputa do Campeonato Brasileiro da época, onde não fazia uma boa campanha: duas derrotas contra Atlético-MG e Portuguesa, um empate diante do Criciúma e uma vitória frente ao Guarani, no dia 20 de agosto de 1996, última partida da equipe antes do torneio internacional.
Os dois jogos do Timão no Ramon de Carranza foram transmitidos pelo canal fechado SporTV, com narração de Lucas Pereira e comentários de Telmo Zanini. A estréia dos paulistas foi diante da equipe da casa, o Cádiz, em uma tarde ensolarada de sexta-feira, dia 23 de agosto. A equipe dirigida pelo técnico Valdyr Espinosa, que contava apenas com 15 atletas no grupo de jogadores, não encontrou dificuldades e venceu por 2 a 0. Os gols foram marcados por Alex Rossi, que aproveitou de cabeça após um escanteio cobrado por Marcelinho Carioca logo no início da etapa final, e Alcindo, que foi lançado também por Marcelinho, driblou o goleiro e selou a vaga para a final. Horas mais tarde o Betis vencia o Atlético Celaya por 2 a 1 e se credenciava para enfrentar o Corinthians pelo título.
Cartaz anunciando a competição
No dia seguinte, sábado, dia 24, após a derrota dos anfitriões para os mexicanos por 2 a 0 na disputa do terceiro lugar, a grande final foi disputada. A equipe brasileira apresentou um bom futebol, abrindo o marcador aos 16 minutos da etapa inicial com Marcelinho Carioca, que aproveitou um belo cruzamento do meia Souza e cabeceou firme para o gol de Prats, do Betis. O alvinegro decidiu a partida logo no início do segundo tempo, quando Alcindo puxou um contra ataque ainda no campo de defesa e lançou Marcelinho no círculo central que, de cabeça, fez um passe em profundidade para Alex Rossi. O atacante já dentro da área, fintou o marcador e deu um passe novamente a Marcelinho, que mesmo com um desvio da zaga adversária, teve oportunismo para marcar seu segundo gol no jogo e deixar o Timão com a mão na taça.
A formação corintiana na finalíssima teve: Ronaldo, Villamayor, Celio Silva, Henrique e Sylvinho; Bernardo (C), Marcelinho Paulista, Marcelinho Carioca e Souza; Alex Rossi (Jorginho) e Alcindo (André Santos). As outras opções no banco eram o goleiro Yamada e o zagueiro Alexandre Lopes.
Esse título se tornou o último de uma equipe brasileira em terras espanholas. Após a conquista, o Corinthians venceu o Atlético-PR na volta ao Brasileirão. No ano seguinte, o alvinegro voltou a disputar o quadrangular na Espanha, mas ficou apenas com a terceira posição, depois de uma derrota para o Atlético de Madrid e uma nova vitória contra o Cádiz. O último brasileiro a disputar o Troféu Ramon de Carranza foi o Vasco da Gama, em 1999. O torneio é disputado até hoje, mas apenas com equipes espanholas.
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