A passagem do volante Dinho no Santos em 1994

Por Victor de Andrade


Conhecido por ser um volante de marcação dura, firme (sendo que alguns adversários o consideravam desleal), Edi Wilson José dos Santos, o Dinho, foi um jogador vitorioso no futebol brasileiro. Tudo isto porque, nos anos 90, ele defendeu São Paulo e Grêmio justamente nas conquistas das Libertadores de ambos os clubes na década. Porém, o entre a passagem pelos dois clubes, mais precisamente em 1994, Dinho esteve em outro clube grande, mas que vivia um momento de vacas magras: o Santos FC.

Nascido em Neópolis, no Sergipe, em 15 de outubro de 1966, Dinho começou no futebol em seu estado natal e estreou profissionalmente no Confiança, de Aracaju, em 1985. Novo e já demonstrando ser firme na marcação, Dinho acabou contratado pelo Sport em 1986, onde ficou até 1991, sendo o time onde mais atuou em sua carreira. Depois, o volante teve uma passagem discreta pelo Deportivo La Coruña e voltou ao Brasil em 1992, para defender o São Paulo FC.

No Tricolor Paulista, Dinho conquistou tudo o que era possível. O time do Morumbi vivia uma das maiores fases de sua história. Porém, no final de 1993, isto começava a mudar. O São Paulo queria contratar o volante Axel, do Santos, e ofereceu em troca o goleiro Gilberto, o atacante Macedo e o volante Dinho. O Peixe, que para 1994 iria cortar gastos e fazer uma reformulação em sue elenco, precisando de jogadores, aceitou a negociação na hora! Gilberto e Macedo, na esperança de jogarem, já que no Tricolor tinham pouco espaço, também. Já Dinho não gostou da história.

O volante, se não era titular absoluto, sempre jogava com Telê Santana, mesmo com seu jeito mais viril do que de um jogador clássico da posição. Com a ida de Axel, este sim um volante mais técnico, Dinho iria perder espaço, mas ele não queria deixar um time que conquistou o mundo para outro que estava no pior período de sua história. Depois de muita negociação e mesmo a contragosto, Dinho acabou desembarcando na Vila Belmiro.

Para "ajudar", o Santos começou muito mal no Campeonato Paulista de 1994. Os péssimos resultados e o fato de ele rejeitar a ida para o clube no começo, fizeram com que a torcida pegasse no seu pé. O Peixe trocou de treinador (Pepe saiu e o auxiliar Serginho Chulapa acabou assumindo) e no segundo turno do Paulistão fez uma bela arrancada, inclusive onde venceu um épico clássico contra o Corinthians, de virada, por 4 a 3 (onde Dinho fez um gol de pênalti. No fim, o Santos terminou em quarto lugar na competição que naquele ano foi disputada no sistema de pontos corridos e ganha pelo Palmeiras.

A grande virada contra o Corinthians, com gol de Dinho, de pênalti

A esperança era que no Campeonato Brasileiro a situação melhorasse. Porém, o Peixe teve uma campanha de altos e baixo no Nacional. No segundo semestre daquele ano, o Alvinegro também jogou a Supercopa da Libertadores, onde a equipe caiu na primeira fase para o Independiente, que foi o campeão. Já no Brasileiro, a equipe, mesmo com os altos e baixos, brigou até o fim para chegar ao mata-mata, mas acabou ficando de fora, já que naquele ano, as quartas de final iriam contar com dois times vindos da repescagem. Aliás, assim como no Paulista, o Palmeiras conquistou o título.

Para você ver como o Santos vivia um péssimo momento, naquele 1994 até o presidente foi trocado. Saiu Miguel Kodja Neto, acusado de corrupção na organização de um telebingo, e entrou Samir Abdul Hack. Para 1995 houve uma nova reformulação e Dinho acabou negociado com o Grêmio. Já o Santos trouxe jogadores que deram certo e o clube, se não conquistou títulos, acabou tendo um ano bem melhor naquele 1995.

Já para Dinho, o ano de 1995 foi melhor ainda. O Grêmio montou um time forte, com Danrlei, Arce, Rivarola, Roger, Carlos Miguel, Paulo Nunes e Jardel, entre outros, Dinho formava uma dupla de pegada na "volância" com Luiz Carlos Goiano e o Tricolor Gaúcho conquistou a Libertadores e só perdeu o Mundial de Clubes, para o Ajax (time sensação do mundo na época), apenas nas penalidades. Dinho ficou no Grêmio até 1997, depois passou pelo América Mineiro e encerrou a carreira no Novo Hamburgo, em 2002.
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