Liberté, égalité, fraternité et champion!

Por Lucas Paes
Fotos: FIFA.com/Getty Images


Festa francesa em Moscou: a França é bi-campeã do mundo!


O mundo está aos pés da França. Numa final cheia de gols, de muita luta e, porque não, de sofrimento, a França é, pela segunda vez, campeã mundial de futebol. O mundo se pinta de azul, branco e vermelho, a Marselhesa é tocada desde cantos da Praça Vermelha de Moscou aos limites da periferia de Estrasburgo, a noite não tem hora para acabar nas terras onde há franceses comemorando e as fagulhas de incêndios dos carros queimados nos protestos de Maio de 1968 acenderão sinalizadores em algum canto perdido da Champs Elisees.

A Croácia, guerreira que é, lutadora como foi durante toda a Copa do Mundo, conseguiu de certa forma engolir os franceses, finalizou mais e esteve mais presente no campo de ataque, mas as prorrogações, que totalizaram um jogo a mais para os balcânicos pesaram e dois lances rápidos de jovens destaques desse ótimo time francês definiram a final em favor da França. Em Zagreb, há de se haver tristeza sim, mas há de se ter orgulho dessa incrível e guerreira equipe croata, que independente de qualquer resultado já estava na história.

O começo de jogo mostrava que a "zebra" croata estava afim de abrir suas asinhas em Moscou. A Croácia começou mais em cima, pressionou, lutou, porém, uma cobrança de falta de Griezzman e uma cabeçada mortal de Mandzukic, que tão acostumado a fazer gols a favor, abriu o placar em favor do adversário. Mesmo assim, os croatas seguiram insistindo, buscaram o ataque e empataram em uma bonita jogada trabalhada de bola parada, que terminou em um tirombaço de Perisic, acostumado a grandes jogos com uma camisa azul e preta, fazendo um gol para a sua vida vestindo o xadrez de seu país.

Griezzman marcou de pênalti

O fato é que o primeiro tempo da França não foi bom, e o próprio empate de certa forma seria lucro, porém, com uma intervenção do VAR, viu-se o pênalti de Perisic, que tocou a bola com a mão dentro da área. Cobrança precisa de Griezzman, gol da França e vantagem no primeiro tempo. Naquele momento, o jogo estava completamente aberto, porém, restava ver quanto a Croácia iria aguentar, já que era óbvio que algum momento as prorrogações fariam diferença.

E fizeram. No segundo tempo, apesar do panorama seguir com a Croácia ocupando o campo de ataque francês, era nítido que a França estava mais inteira. Aos 14' do segundo tempo, Pogba chutou de longe, a bola desviou na zaga croata e voltou nele, que acertou um tapa preciso, lindo, no contra-pé de Subasic, que nada pode fazer. Depois, foi a vez de Mbappé, já gigante em tão tenra idade, vislumbrando um futuro brilhante, acertar um belíssimo chute. Naquele momento, a Croácia parecia entregue, acabou a força, a luta, infelizmente para os croatas, o time estava morto.

Mas final de Copa do Mundo é um negócio complicado, maluco, espetacular por si só, Lloris, que salvou a França contra a Bélgica na semifinal,  foi tentar driblar Mandzukic dentro da área, numa zona perigosíssima, num lapso de juízo que custou um gol. Bastou para ressuscitar a chama da luta croata, de um time que voltou a tentar, tirando forças de onde pareciam não existir mais. Porém, a França se segurou, armou sua defesa e se segurou como pode. Num lapso de atenção croata, Pogba teve chance cristalina para matar o jogo e perdeu de maneira infantil. Não fez falta, no fim das contas, a festa foi francesa. 

Lloris falhou feio e quase complicou as coisas

A Copa do Mundo de 2018 acaba com um título merecido. A França fez uma enorme campanha, de um time que já prometia muito há algum tempo, que perdeu uma Eurocopa em casa de maneira traumática. Os traumas foram exorcizados, a geração de Pogba, Griezzman, Mbappé, Matuidi, Kanté... Os nomes são vários, alguns ainda jovens, talvez com mais um Mundial em alto nível pela frente. Os Bleus, que até pouco tempo atrás não tinham Copa do Mundo, chegaram em três finais nos últimos 20 anos. O troféu é justo, a consagração também. O futebol, hoje, se pudesse ser uma pessoa, seria um francês, já embriagado, gritando Allez Les Bleus sob o Arco do Triunfo numa maravilhosa noite parisiense que não tão cedo acabará. Vive la France, Vive la Republique, a França é bi-campeã mundial!
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